P/VPA: importante indicador para a análise de um investimento

Dentre os mais diversos tipos de indicadores financeiros no mercado, o P/VPA é um dos mais estudados por investidores de todos os níveis de experiência.

Por conta disso, nunca é demais uma atenção especial ao P/VPA, dada a sua importância dentro da análise fundamentalista de investimentos.

O que é P/VPA?

O P/VPA corresponde ao preço de uma ação dividido pelo valor patrimonial correspondente a ela, sendo esse o indicador que diz o quanto os investidores estão dispostos a pagar pelo patrimônio líquido da empresa.

Antes de tudo, é importante explicar o que determina o VPA (Valor Patrimonial por Ação) de um papel: é quanto o mercado está disposto a pagar, naquele momento, pelo Patrimônio Líquido da empresa.

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Este tipo de avaliação é feito tecnicamente, com base em informações contábeis e de mercado. Ou seja, não se trata simplesmente um valor arbitrado por acionistas.

Como calcular o P/VPA?

É sempre importante lembrar que o VP (Valor Patrimonial) de uma empresa por ação é calculado ao dividir o PL (Patrimônio Líquido) pela quantidade de ações disponíveis no mercado.

Ou seja, a fórmula do VPA é a seguinte:

VPA = Patrimônio Líquido / Número de ações no mercado

Tendo o VPA em mãos, para calcular o P/VPA basta apenas dividir o preço por esse indicador.

Exemplo de cálculo do P/VPA

Vejamos um exemplo prático para que possamos traçar alguns cenários:

Suponhamos que a ação de uma empresa esteja sendo negociada no mercado secundário a R$ 30 e o Valor Patrimonial por Ação dela seja de R$ 40.

Nesse caso, o P/VPA poderá ser calculado dividindo-se 30 por 40.

Portanto, o resultado é 0,75.

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Como analisar o P/VPA?

Seguindo o exemplo acima, podemos assumir que esta ação está sendo negociada com um desconto patrimonial da ordem de 25%.

Observemos agora um exemplo oposto: a ação está sendo precificada no mercado secundário a R$ 50 e o seu Valor Patrimonial é de R$ 38.

Neste caso, ao dividirmos 50 por 38, temos o resultado apurado de 1,31.

Agora, diferentemente da situação anterior, esta ação está sendo negociada no mercado secundário com ágio sobre o seu patrimônio.

No primeiro exemplo, temos o que chamamos de compra com margem de segurança. Caso ocorra algum problema na empresa, ou mesmo uma OPA (Oferta Pública de Ações) para possível fechamento de capital, ter um ativo com desconto funcionaria como um “seguro”.

Logo,  aquele investimento se torna algo com maiores chances de trazer retorno real ao investidor.

Em tempo, destacamos que é possível que uma ação esteja sendo negociada “em linha” com o seu valor patrimonial.

Neste caso, o P/VPA será de 1,00.

Utilização do P/VPA em investimentos imobiliários

De toda forma, este conceito é bastante replicado também na esfera de investimentos voltados para os Fundos Imobiliários.

E como propriedades físicas, ou mesmo ativos financeiros (CRIs, LCIs ou cotas de outros fundos listados), possuem precificação a mercado com base em estudos e pesquisas imobiliárias (avaliações semestrais), é um indicador muito importante de ser avaliado.

É curioso que poderão ocorrer, até com certa frequência, desalinhamentos de expectativas entre o valor patrimonial de um ativo inserido no portfólio de um fundo imobiliário (ou mesmo a ação de uma empresa) e o quanto, de fato, será recebido em caso de uma liquidação efetiva dos ativos.

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Já tivemos casos em fundos imobiliários em que imóveis eram avaliados em R$ 30 milhões, por exemplo, com base nas últimas avaliações oficiais feitas pelo administrador e gestor do fundo. Entretanto, a propriedade acabou sendo efetivamente alienada por R$ 14 milhões.

É preciso se atentar, portanto, para a existência inevitável de riscos relevantes presentes no dia a dia do mercado de capitais.

Qual a importância de calcular o P/VPA?

Entendemos que uma empresa de crescimento tem seu valor patrimonial precificado com base nas expectativas de seus resultados.

Muitas vezes, investidores com menos experiência no mercado financeiro podem inferir que o ágio presente na relação de P/VPA seja coerente, mas é bom lembrar que avaliar todo o negócio é uma tarefa indispensável no estudo da viabilidade de um ativo.

Esperamos que o artigo tenha esclarecido a importância do P/VPA para analisar um ativo. O que você achou? Deixe sua opinião ou qualquer dúvida sobre o tema nos comentários abaixo!

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ACESSO RÁPIDO
    Tiago Reis
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    48 comentários

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    • flavio 2 de julho de 2019
      Muito explicativo ! obrigado pelo conhecimento passado.Responder
    • Gyu 10 de julho de 2019
    • Robson 23 de agosto de 2019
      Sempre muito bom! Parabéns!Responder
    • George D Fekete 22 de outubro de 2019
      Muito bom o material. A realidade financeira é um FATO não um talvez. Será melhor beneficiado quem tem conhecimento, e isso é para quem busca. Parabéns aos idealizadores, pois aculturamento não faz mal a ninguém. Tendo mais assuntos de interesse geral, não se esqueçam de mim. Abraço e sucesso. George D FeketeResponder
      • Suno Research 22 de outubro de 2019
        Que bom que gostou!Responder
        • Milton 11 de junho de 2022
          Artigo explicado de forma muito didática, sem economês e sem contabilês. Que vocês continuem com essa qualidade na forma de ensinar os múltiplos fundamentalistas.Responder
    • tania 12 de novembro de 2019
      muito bomResponder
    • carlos alberto alves marques 21 de novembro de 2019
      muito irei me escreverResponder
    • Tiago Sampaio 26 de novembro de 2019
      Excelente, Tiagão!Responder
    • Pedro Wohnrath 3 de dezembro de 2019
      Gostei bastante e apliquei na pratica antes de comprar alguns ativos. Porem, estou procurando de forma mais objetiva (ou simples de entender) a influencia do P/VPA nas analises. Se entendi o que o material explica, um P/VPA alto (ex.: 2.206 JBSS3) significa que o ativo esta sendo supervalorizado? e indica um risco MUITO maior do que ativos com P/VPA mais coerente?Responder
      • Suno Research 3 de dezembro de 2019
        Um P/VPA alto significa que a proporção está alta, mas com essa informação sozinha não dá para dizer se está supervalorizado ou qual o risco. Uma empresa é muita mais complexa do que um múltiplo.Responder
        • PATRICK R GERA 16 de janeiro de 2020
          1)Me corrija se eu estiver errado pois tenho pouco tempo que estou investindo em FII e estudando. Segundo minha planilha, um p/vpa alto nao significa ágil uma vez que olhando todos os FIIs dela, estes com p/vpa alto estao com a diferença do vpa com a cotação negativa, ou seja, estão desvalorizados. Agora o inverso é verdadeiro, os que estao com valores de p/vpa abaixo de 1,00... exemplo 0,65 estao valorizados, ou seja, o papel negociado esta mais alto que o vpa. 2)Estava usando apenas a diferenca entre o vpa e o valor do papel como condição de negociação o que nao é nada certo. Entao inclui mais uma condição baseado no retorno do fundo em um periodo sobre a selic no mesmo periodo. É correto? Penso em incluir o p/vpa tambem como condição. 3)Pode me dizer como eu calculo o Beta do fundo?!? Obrigado pelo texto.Responder
          • Suno Research 17 de janeiro de 2020
            1) Quanto maior o P/VPA maior a diferença entre o preço de mercado e o preço do patrimônio. 2) Só mantenha em mente que retornos passados não garantem retornos futuros. 3) https://www.suno.com.br/artigos/beta/Responder
            • Bernard 21 de janeiro de 2020
              "1) Quanto maior o P/VPA maior a diferença entre o preço de mercado e o preço do patrimônio." Essa diferença mostra que o preço de mercado está maior que o preço do patrimônio ?
            • Suno Research 21 de janeiro de 2020
              Exatamente!
    • Sandré Cardoso 26 de fevereiro de 2020
      Analisar sozinho o pvpa não adianta a empresa pode estar com pvpa abaixo de 1 se a dívida da empresa for maior que o patrimonio líquido!!!Responder
      • Gil 11 de maio de 2022
        Sandré Cardoso, mas o patrimônio liquido já não é descontada a dívida?Responder
    • Ygor 7 de março de 2020
      Essa explicação ficou top! Simples, precisa e concisa.Responder
    • Mayron Barros 13 de março de 2020
      Execelente artigo! Claro e explicativo. Obrigado!Responder
      • Suno Research 13 de março de 2020
        Agradecemos o feedback, Mayron!Responder
    • Gabriel Gonçalves 17 de março de 2020
      Show... Obrigado pelo ensinamento.Responder
    • Erick 19 de março de 2020
      Gostei do texto, mas sou assinante a pouco tempo e tenho uma dúvida. Quanto menor o índice P/VPA, melhor para o investidor, certo? Ainda que seja necessário analisar o ativo como um todo.Responder
      • Suno Research 20 de março de 2020
        Boa Tarde, Erick! Ficamos muito felizes que tenha gostado do texto! Deve-se ter cautela, uma vez que nem sempre o patrimônio líquido é o melhor indicador para o tamanho de um negócio: empresas que tem grande potencial de geração de valor, mas não possuem grande patrimônio no momento presente, são os maiores exemplos.Responder
    • Marcio 23 de março de 2020
      Como o P/VPA pode ser negativo?Responder
      • Suno Research 23 de março de 2020
        Bom dia, Marcio! Quando o mercado está negociando as ações de uma empresa a um valor inferior a seu Valor Patrimonial, o P/VPA será negativo.Responder
        • Edilson 4 de julho de 2021
          Desculpe-me, Suno Research, mas acredito ter havido um equívoco nessa última resposta: quando o mercado negocia ações a preço menor que o valor patrimonial, o P/VPA é MENOR QUE 1 (ex.: 0,7). Se o P/VPA for negativo, sabendo-se que o preço da ação nunca é negativo, isso significa que o valor patrimonial é negativo - o que significa ENDIVIDAMENTO ALTO (a empresa deve mais do que tem). Estou enganado?Responder
    • Thiago 16 de abril de 2020
      ótima explicação, obrigadoResponder