Cuidados ao investir em FIIs pequenos e ilíquidos

Na nossa série do FIIkipedia, já conversamos sobre os perigos de investir apenas olhando o dividend yield, sobre os desafios de participar de IPOs de fundos imobiliários e, continuando nossa série de riscos, vamos entender quais cuidados você deve ter ao investir em FIIs menores.

FIIs pequenos podem ser small caps?

É natural os investidores tentarem encontrar gemas brutas que podem se tornar lindos diamantes, investindo em ativos menores ou mais desconhecidos, apostando em um crescimento expressivo e retornos igualmente proporcionais.

Inclusive, essa é a própria tese de investimento em small caps no campo das ações.

Apesar de não termos esses termos em fundos imobiliários, a ideia seria parecida: fundos menores com maior potencial de crescimento e lucro. Porém, isso não funciona tão bem ou, no mínimo, carrega riscos desproporcionais.

Quais os riscos de investir em FIIs pequenos?

Os FIIs menores não são necessariamente ruins, mas trazem uma quantidade maior de riscos que os grandes já deixaram para trás. Por isso, recomendamos que os iniciantes foquem seus estudos nos fundos com um patrimônio mais elevado.

A tendência é que ativos com um patrimônio pequeno tenham uma liquidez baixa também. Essa falta de liquidez, sendo a capacidade de comprar e vender cotas sem dificuldades e sem gerar volatilidade, pode causar prejuízos para o investidor.

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Exemplos de riscos dos FIIs pequenos

Imagine o seguinte cenário: você já está investindo há alguns meses em um fundo e já acumulou R$ 50 mil nele. Em um determinado dia, é publicado um Fato Relevante informando um grande problema com o fundo e você e diversos outros investidores decidem vender todas as suas cotas, porém a liquidez diária é de R$ 50 mil.

Não haverá uma quantidade suficiente para você e todos os outros investidores venderem suas cotas em um único dia com o mesmo preço. O que acontecerá é que você provavelmente precisará dividir suas vendas em alguns dias e vender por preços decrescentes.

Esse tipo de cenário pode fazer com que o ativo permaneça sendo negociado a valores bem abaixo do seu valor patrimonial, o que dificultaria o crescimento do patrimônio por meio de novas emissões. Consequentemente, o fundo poderia entrar em um círculo vicioso difícil de sair e retomar seu crescimento.

E, quando estamos investindo para o longo prazo, desejamos que o fundo imobiliário cresça ao longo do tempo, melhorando sua qualidade e resultados.

Ainda no âmbito das emissões, em fundos pequenos, elas costumam ser maiores e causam um impacto grande no portfólio. Uma captação de R$ 100 mil no nosso mercado é um valor nominalmente baixo, mas para um FII que tem R$ 50 mil de patrimônio é como triplicá-lo.

Portanto, esses crescimentos trazem um grande impacto para o resultado, seja ele positivo ou negativo. Então, você pode ter investido no fundo por conta do estado atual dele, porém, com as novas emissões, pode ser que ele mude consideravelmente suas características.

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A importância do histórico dos FIIs

Apesar de o círculo vicioso e dos impactos das emissões serem os fatores mais relevantes, os FIIs menores costumam também ser mais novos, portanto, acabam não tendo histórico para ajudar o investidor em sua análise.

Como sempre repetimos em nossos conteúdos, ter um histórico para estudar é muito importante para aumentar seu conforto e certeza sobre sua decisão de investimento. Um fundo sem histórico implica em deixar parte da análise à mercê da sorte.

Por fim, não há problemas em se interessar por um fundo imobiliário menor, porém é importante que você esteja ciente de todos os riscos e consiga colocá-los na balança para decidir se a relação de risco e retorno faz sentido.

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    Marcos Correa
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