Grana na conta

Vale a pena investir na Oi (OIBR3)? Veja as perspectivas para 2023

Nos últimos anos, a Oi (OIBR3) vem enfrentando momentos turbulentos. Em junho de 2016, a empresa entrou com pedido de recuperação judicial, com dívida de R$ 65 bilhões, e desde então passou por várias mudanças importantes.

Veja as perspectivas da OIBR3

Veja este vídeo sobre o grupamento de ações da Oi.

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Em meio a isso, os ativos vêm recuando na bolsa de valores brasileira, e os investidores querem saber: vale a pena investir na Oi?

A Oi é uma empresa de telecomunicações brasileira, sendo pioneira na prestação de serviços convergentes de TV por assinatura, banda larga, transmissão de voz local e de longa distância.

Além dos serviços de telecomunicações para os mercados de varejo e corporativo, a Oi disponibiliza, para companhias de todos os portes, soluções de TI — hospedadas em plataforma de computação em nuvem.

Oi vem enfrentando dificuldades nos últimos anos

Em 20 de junho de 2016, depois de acumular uma dívida de R$ 65 bilhões com 55 mil credores, a Oi entrou com pedido de recuperação judicial. Como forma de reduzir a dívida, a empresa passou a realizar diversos leilões de ativos ao longo dos anos recentes.

Na ocasião do pedido, a Oi justificou que a recuperação judicial seria a decisão mais adequada ao considerar “os desafios decorrentes da situação econômico-financeira das empresas Oi à luz do cronograma de vencimento de suas dívidas financeiras, ameaças ao caixa das empresas Oi representadas por iminentes penhoras ou bloqueios em processos judiciais, e tendo em vista a urgência na adoção de medidas de proteção das empresas”.

Ao Suno Notícias, a equipe de análise da Terra Investimentos, composta por Régis Chinchila e Luis Novaes, explica que a Oi chegou a ser o maior pedido de recuperação judicial da história do país “através de uma estratégia de crescimento inorgânico a partir dos investimentos realizados por terceiros na companhia”.

No entendimento dos analistas, de modo geral, “as empresas compradas pela Oi se mostraram péssimos negócios”.

“Muitos desses ativos comprados nunca retornaram o valor pago nas negociações, seja por serem empresas que já apresentavam dificuldades operacionais e incapazes de gerar receitas de forma consistente, seja pelo valor pago ser muito maior do que realmente valia, ou até mesmo, pelos dois motivos combinados”, comentam.

Régis e Luis ainda explicam que a Oi foi impactada negativamente pela demora para a finalização da venda desses ativos. A razão disso, segundo eles, é “que a operação da Oi se tornou deficitária ao longo do tempo e a cada mês havia uma imensa queima de caixa para mantê-la funcionando”.

“Além dos negócios equivocados que a Oi assumiu durante os anos, os serviços de telefonia prestados pela empresa foram se tornando menos lucrativos, em razão de ineficiência operacional da empresa ou por demanda menor”, ainda ressaltam os analistas.

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No terceiro trimestre deste ano, a Oi chegou a registrar um prejuízo líquido de R$ 3,064 bilhões. Apesar disso, a o prejuízo da Oi foi 36,3% menor em relação ao resultado negativo de R$ 4,813 bilhões do mesmo período do ano anterior.

Em meio às dificuldades enfrentadas pela empresa, as ações vêm desvalorizando ao longo do tempo. Atualmente, as ações da Oi valem menos de R$ 1, sendo consideradas ‘penny stocks’.

Para enquadrar os ativos nas regras da B3, que estabelece que ações não podem ser cotadas abaixo de R$ 1 por 30 pregões seguidos, o conselho de administração da companhia aprovou o grupamento de ações ordinárias e preferenciais.

O objetivo é agrupar 50 ações da Oi em uma nova ação da mesma espécie.

Em vídeo recente sobre o grupamento de ações da Oi, o fundador do grupo Suno, Tiago Reis, destacou que o procedimento não cria valor para a companhia. Ele disse ainda que a empresa enfrenta vários desafios em seu balanço, e que o investidor pessoa física deve ter bastante cautela com o papel.

Veja o comportamento das ações da Oi nos últimos 5 anos, segundo o Status Invest

Quais são as perspectivas para a Oi em 2023?

Na interpretação da Terra Investimentos, com relação às perspectivas para a Oi em 2023, como a empresa tem “problemas de grande expressão, não há muitas alternativas que apoiem a recuperação” da empresa.

Os analistas comentam que, atualmente, a operação da Oi está focada na fibra óptica, que vem ganhando tração nos últimos trimestres, mas ainda é pouco rentável para compensar o custo da dívida e outros fatores que pressionam a empresa, sendo ineficiente para sustentar a recuperação sozinha.

Segundo eles, o que é visto como a principal alternativa para a recuperação da empresa e gatilho de valorização das ações da Oi no curto prazo, é a possível venda da sua participação remanescente na V.Tal, a antiga InfraCo, seu braço de infraestrutura.

Para os analistas, a empresa de telecomunicações poderia vender a participação ou emitir títulos lastreados nessa posição, e seguir como cliente para utilizar as estruturas. “Isso permitiria que sua dívida fosse significativamente reduzida e sua operação não seria impactada”, comentam.

“O maior custo de operação seria compensado pelas despesas financeiras menores, sem contar que o caixa seria reabastecido, dando mais tempo de vida para o negócio”, prosseguem.

Na perspectiva da Terra Investimentos, se isso acontecer, as opções responderiam positivamente no mercado.

Apesar de uma perspectiva mais negativa por parte do mercado relativa à Oi, o possível grupamento de ações pode trazer mais estabilidade para os ativos da companhia.

Em relatório, os analistas do BTG Pactual comentam que “o processo, que deve ser concluído até o final do ano ou início do ano que vem, deve reduzir bastante a volatilidade das ações e permitir que os investidores que atualmente estão evitando negociar as ações o façam novamente”.

Vale a pena investir na Oi?

Mesmo com a baixa cotação nos últimos anos, as ações da Oi ainda apresentam forte queda em 2022. Na maior parte do ano, os papéis da empresa de telecomunicações estiveram abaixo de R$ 1.

A Terra Investimentos afirma que “a desvalorização reflete os sucessivos resultados negativos registrados pela Oi nos últimos anos e a perspectiva pessimista sobre a recuperação da empresa”.

Sobre a dúvida se os ativos estão baratos e se vale a pena investir na Oi, os analistas afirmam “que seria preciso ter bons indicativos que a empresa pode se recuperar, mas esse não é o caso”.

“Obviamente, se algum dia a Oi reverter seu difícil quadro financeiro e operacional e reportar resultados positivos novamente, as ações tendem a se valorizar e o investidor que comprou as ações na baixa deve ver seu capital se multiplicar, entretanto, é uma operação arriscada”, complementam. 

Em relatório divulgado após o balanço do terceiro trimestre, o BTG Pactual reiterou recomendação neutra para as ações da Oi, com preço-alvo de R$ 0,25 para os próximos 12 meses. Devido à queima de caixa ainda alta da empresa, os analistas ainda não observam boas perspectivas.

“Após o resultado, revisamos nosso preço-alvo baseado em um valuation com metodologia de DCF (fluxo de caixa descontado) para R$ 0,25 pelo fato de que a companhia mostrou um consumo de caixa acima do esperado um Capex potencialmente mais alto no curto prazo, acima do que projetávamos”, justificou o banco.

Como investir em ações da Oi?

Para investir em ações de empresas listadas na bolsa de valores, como a Oi, o interessado precisa abrir conta em alguma corretora de valores.

Em seguida, será necessário transferir dinheiro para a conta da corretora. Por meio destes valores, a pessoa conseguirá investir na Oi, por exemplo.

Logo após, o investidor deverá enviar a ordem de compra das ações. As ações ordinárias da Oi são negociadas pelo código OIBR3. Já as ações preferenciais possuem o ticker OIBR4.

As ações são divididas em dois tipos de lotes: padrão e fracionado. O lote padrão equivale a um número mínimo de ações que pode ser adquirido. Um lote padrão conta com 100 ações.

Já o lote fracionado permite a aquisição de números menores de ações. Sendo assim, para comprar um total menor de papéis de empresas como a Oi, basta inserir a letra F no final do ticker (OIBR3F e OIBR4F, por exemplo), com o número de ativos desejado.

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Silvio Suehiro

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