Suno Asset: a estratégia por trás do SNID11

Os fundos de infraestrutura, como o SNID11, vêm ganhando espaço no mercado brasileiro, especialmente por unirem isenção fiscal a retornos acima da média da renda fixa tradicional. Mas, junto com os atrativos, surgem dúvidas: quais são os principais riscos de investir em FI-Infra? Como as gestoras lidam com esses problemas em potencial?
No caso do SNID11, fundo de infraestrutura da Suno Asset, a estratégia de mitigação de riscos combina seletividade, diversificação e monitoramento contínuo.
A seguir, reunimos as principais perguntas sobre o tema em formato de FAQ.
1. Quais são os principais riscos do SNID11?
Os riscos de um FI-Infra são, principalmente, dois:
- Risco de crédito: possibilidade de inadimplência por parte das empresas emissoras das debêntures incentivadas.
- Risco regulatório: mudanças nas regras que garantem a isenção de imposto de renda para esses títulos.
Ambos podem impactar diretamente os rendimentos do investidor, seja reduzindo o retorno ou fluxo de dividendos, seja cortando a vantagem fiscal.
2. Como o SNID11 reduz o risco de crédito?
A Suno adota uma metodologia robusta de análise de emissores, que envolve:
- Testes de estresse: projeções financeiras que simulam cenários adversos para avaliar se a empresa terá caixa para honrar a dívida.
- Consulta a relatórios externos: uso de bases como Serasa, além de ratings de agências como S&P, Fitch e Moody’s.
- Garantias reais: preferência por ativos lastreados em imóveis, terrenos e fianças.
- Spreads atrativos: via de regra, o fundo busca debêntures que paguem pelo menos 200 bps acima dos títulos públicos ligados à inflação (NTN-B), compensando o risco privado.
- Análise qualitativa: checagem da governança e da reputação dos sócios, reduzindo o risco de fraude.
Essas informações são reunidas em um modelo de rating interno baseado nos 3Cs (Caráter, Capital e Colateral), que define o limite de exposição a cada emissor.
Segundo Rodrigo Wainberg, gestor do fundo:
“Preservação de capital é prioridade número 1. Não corremos risco em troca de retorno imediato. Nosso foco é valor com consistência e recorrência de dividendos.”
Como resultado dessas estratégias, desde o seu lançamento, em fevereiro de 2023, o SNID11 não registrou nenhum caso de inadimplência.
3. O SNI11 acompanha os emissores mesmo após o investimento?
Sim. O FI-Infra da Suno realiza monitoramento contínuo, revisitando periodicamente os ratings internos de cada emissor.
Em casos que se desenham mais complexos, são convocados comitês extraordinários de crédito para decidir ajustes na exposição.
O monitoramento de riscos do SNID11 também é feito a partir do acompanhamento de resultados trimestrais, relatórios de rating e mantém contato direto com companhias e outros agentes de mercado. Se necessário, reduz ou até mesmo posições para proteger os cotistas.
Além disso, o fundo utiliza derivativos (DAP) para suavizar a marcação a mercado, reduzindo volatilidade da cota patrimonial.
4. Como é a diversificação do SNID11?
Pulverizar a carteira significa diversificar entre diferentes emissores e setores, reduzindo o risco de concentração.
A carteira do SNID11, hoje, conta com cerca de 47 debêntures de 37 emissores, distribuídos em setores como:
- Saneamento (24%)
- Energia elétrica (18,6%)
- Telecom (13,7%)
- Rodovias (8,9%)
- Portos (6%)
- Óleo & gás (8,9%)
- Sucroalcooleiro (6,4%)
Parte do portfólio do SNID11 inclui também ativos não incentivados (permitidos pela regulação), que agregam spreads maiores e reforçam a rentabilidade, mantendo a isenção de impostos para o investidor.
“A diversificação ajuda em caso de inadimplência, mas também reduz volatilidade. O SNID11 já mostrou menor oscilação de cota que seus pares”, explica Wainberg.
5. Existe risco de pulverizar demais?
Sim. A depender do nível de pulverização da carteira, o spread pode ficar em xeque. Segundo Wainberg, há um ponto de equilíbrio:
“A meta é continuar pulverizando, mas sem comprometer o spread de crédito. O objetivo é preservar capital e entregar remuneração acima dos índices de renda fixa, líquidos de IR, como CDI, IDA-DI e IMA-B.”
Ou seja, a diversificação não pode reduzir a eficiência da carteira, e a Suno calibra essa conta com critérios de retorno mínimo por ativo.
6. Como o SNID11 lida com o risco regulatório?
Um dos maiores temores do setor de infraestrutura é uma possível tributação das debêntures incentivadas, que hoje são isentas de IR tanto nos dividendos quanto no ganho de capital.
Segundo Wainberg, esse risco existe, mas é baixo no médio prazo:
“A última MP não incluiu os FI-Infra, o que foi um alívio. Claro que nunca dá para descartar novas tentativas, mas seria um tiro no pé. Boa parte da expansão do saneamento e de obras de infraestrutura foi financiada por esse instrumento.”
Na visão da Suno, portanto, o arcabouço regulatório é bem desenhado e o governo tem pouco espaço para mudanças que prejudiquem o fluxo de investimentos no setor.
7. O SNID11 consegue se manter atrativo em cenários de juros menores?
Para manter a sua atratividade em diferentes cenários macroeconômicos, o Suno Infra acumula uma espécie de “gordura”: uma reserva na cota patrimonial proveniente de ganhos de marcação a mercado, que serve para suavizar a queda dos rendimentos em cenários de juros mais baixos.
Além disso, como a carteira é toda swapada para CDI, quando o CDI cai o carrego também cai. Por outro lado, a reserva cobre parte dessa diferença, evitando rendimentos voláteis.
8. Quais são as vantagens de investir no SNID11?
O SNID11 mostra como um FI-Infra pode unir retorno acima da média, isenção fiscal e mitigação de riscos.
Combinando análise rigorosa, pulverização setorial, monitoramento contínuo e visão de longo prazo, o fundo tem conseguido:
- Zerar inadimplência até hoje;
- Manter rendimentos consistentes;
- Reduzir volatilidade frente a pares de mercado;
- Navegar cenários de juros diferentes sem comprometer a estratégia.
Para o investidor, portanto, o SNID11 oferece acesso a um setor estratégico para o Brasil, que é o da infraestrutura, ao mesmo tempo em que entrega segurança e eficiência na alocação.