Fundos de renda fixa: o que são, como funciona e como investir?

Muito conhecidos por serem um dos principais produtos financeiros de renda fixa oferecidos nas instituições bancárias pelos seus gerentes, os fundos de renda fixa são um dos ativos mais comuns do mercado financeiro. Mesmo assim, ainda existem muitas pessoas que desconhecem os princípios e características que marcam esse tipo de fundo.

Um fundo de renda fixa possui diferenças importantes entre seus pares, as quais devem ser bem analisadas. Além disso, eles possuem uma série de vantagens e desvantagens, as quais podem ser relacionadas á rentabilidade, tributação, risco ou prazo de investimento. Dessa forma, é importante compreender bem a característica de cada fundo desses.

O que é um Fundo de Renda Fixa?

O fundo de renda fixa é um tipo de fundo de investimento no qual, em geral, no mínimo 80% do patrimônio do fundo é alocado em ativos de renda fixa. Esses ativos variam de acordo com o tipo de fundo e também de acordo com o gestor. Mas em geral esses fundos alocam seus investimentos em títulos do tesouro, CDB’s, LCI/LCA e debêntures.

Além de poder investir em ativos de renda fixa no mercado brasileiro, há também fundos desse tipo que possibilitam investir em ativos no exterior. Nesse caso, os fundos podem realizar investimentos em títulos da dívida pública de outros países, bem como debêntures de empresas multinacionais.

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Os fundos de investimento em renda fixa, assim como os demais fundos de investimento, são controlados por um gestor. Esse gestor possui autonomia para realizar operações com o patrimônio do fundo, respeitando as regras previstas no fundo, bem como os objetivos do mesmo.

Esse tipo de fundo tem por característica, rendimentos mais previsíveis e que oscilam pouco. Em geral, esses fundos acompanham a taxa Selic ou então índices de inflação como o IPCA e o IGP-M.  Essa maior previsibilidade faz também com que esses fundos tenham riscos menores, entretanto cada fundo deve ser analisado separadamente antes de realizar uma aplicação.

O restante do patrimônio do fundo costuma ser alocado em derivativos. Essa alocação em derivativos costuma ser utilizada para duas funções diferentes, a depender da visão do gestor. A primeira é para proteger os demais investimentos do fundo e a segunda é para alavancagem, em momentos que os ativos de renda fixa estão com baixa rentabilidade.

O uso dos derivativos como parte da alocação dos investimentos nos fundos de renda fixa é importante também para evitar a movimentação excessiva nos demais ativos. Alguns ativos de renda fixa possuem maior rentabilidade conforme se abra mão da liquidez por maior tempo. Dessa forma, os derivativos podem auxiliar nos objetivos do gestor.

Como funciona um fundo de renda fixa?

Os fundos de renda fixa devem aplicar um percentual mínimo do capital em ativos de renda fixa. O percentual mínimo e os ativos que podem ser adquiridos variam de acordo com o tipo de fundo e as regras de cada fundo. O gestor do fundo possui liberdade para alocar o capital de fundo respeitando as regras pré-determinadas pelo regulamento do mesmo.

Apesar de muitas vezes seguirem as mesmas regras, cada fundo de renda fixa funciona de determinada maneira. Dessa forma, há alguns pontos que devem ser atentados na análise desses fundos, como gestão, benchmark e rentabilidade esperada. Além disso, é importante analisar as regras do fundo sobre aplicações e resgates.

Como aplicar em um fundo de renda fixa?

fundos de renda fixa

Tipos de fundo de renda fixa

Apesar de possuírem características em comum, os fundos de renda fixa possuem uma série de tipos diferentes. Eles podem variar de acordo com os percentuais de alocação de cada tipo de ativo, de acordo com o prazo, classificação de risco e em relação ao benchmark. Dessa forma, é importante compreender cada tipo de fundo antes de realizar a aplicação.

Simples

Os fundos de renda fixa simples são aqueles com perfil mais conservador e consequentemente de menor risco. Dada essas características, esses fundos são indicados principalmente para investidores iniciantes. Dentre as principais regras desse tipo de fundo estão:

  • Alocação de no mínimo 95% do patrimônio em títulos públicos ou títulos privados com risco similar aos títulos públicos;
  • Os 5% restantes podem ser alocados em derivativos, desde que o foco desses seja a proteção da carteira;

As restrições desse tipo de fundo visam justamente diminuir a volatilidade do fundo e diminuir o grau de risco do mesmo. Dessa forma, esse fundo possibilita o investimento de iniciantes e pessoas que possuem pouco conhecimento no mercado financeiro.

Curto Prazo

Os fundos de curto prazo também são considerados fundos de baixo risco. Contudo, nessa modalidade os fundos podem adquirir alguns ativos que não podem ser comprados no fundo simples, como:

Além disso, uma característica importante desse tipo de fundo é relacionada ao prazo. Os ativos adquiridos nesse tipo de fundo não podem ter vencimento maior que 375 dias e em média esse prazo não pode ultrapassar os 60 dias.

Longo Prazo

A principal diferença do fundo de longo prazo para o de curto prazo é que nesse caso o vencimento médio é superior a 365 dias. Dessa forma, o gestor desse tipo de fundo possui uma maior flexibilidade para realizar a alocação de ativos. Dada essa característica, esse tipo de fundo também costuma ter prazo para resgate maior.

Além da diferença relacionada ao prazo, os fundos de longo prazo podem alocar ativos em títulos pré-fixados e pós-fixados tanto públicos quanto privados. Essa possibilidade aumenta o grau de risco do fundo, todavia também possibilita auferir uma maior rentabilidade para o cotista.

Referenciado

O fundo referenciado objetiva seguir as variações de indicadores de referência. Dois dos principais índices utilizados nesse tipo de fundo são o CDI e o IMA-B. Enquanto, o primeiro está mais atrelado às variações da taxa Selic, o IMA-B acompanha os títulos do tesouro indexados ao IPCA.

Esses fundos possuem algumas regras para alocação dos ativos. Eles devem ter 95% do patrimônio alocados em ativos que acompanhem o índice de referência. Além de possuir no mínimo 80% dos ativos alocados em títulos públicos, títulos privados de baixo risco ou cotas de fundos de índice que invistam nesse tipo de ativo.

Privada

Os fundos de renda fixa privada são um dos tipos mais flexíveis para alocação dos ativos. Esse tipo de fundo deve ter no mínimo 50% do patrimônio alocado em títulos privados, como LCI/LCA e CDB’s. O restante do patrimônio pode ser alocado tanto em títulos do tesouro quanto em derivativos.

Essa maior flexibilidade para alocação dos ativos nesse tipo de fundo também faz com que esse tipo de fundo seja um dos com maior grau de risco dentre os fundos de renda fixa. Dessa forma, a depender do perfil de gestão é mais indicado para investidores com um pouco mais de experiência.

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Exterior

Há ainda os fundos de renda fixa no exterior, esses fundos também são conhecidos fundos de dívida externa.  Esse tipo de fundo possui um mínimo de 40% do Patrimônio Líquido em ativos no exterior ou 80% em títulos representativos da dívida externa.

Esse tipo de fundo não pode alocar o patrimônio em ativos locais. A única exceção é no caso de os ativos serem alocados com a finalidade de proteger a carteira de investimento, como derivativos por exemplo.

Ativo

Os fundos de renda fixa ativos são fundos que são classificados de acordo a duração média ponderada do portfólio e com relação ao grau de risco da carteira. Dessa forma, com relação a duração média, ele pode ser classificado a partir dos seguintes critérios:

  • Duração baixa: Duração média ponderada dos ativos é inferior a 21 dias;
  • Duração média: Duração média ponderada dos ativos é igual ou inferior à do IRF-M, índice da ANBIMA que acompanha os títulos do tesouro pré-fixados.
  • Duração alta: Duração média ponderada dos ativos é igual ou superior ao IMA-Geral, índice da ANBIMA que acompanha todos os títulos do tesouro;
  • Duração livre: não há exigência de prazo de duração para os ativos do fundo.

Com relação ao grau de risco, as classificações desse tipo de fundo podem ser as seguintes:

  • Soberano: Nessa classificação, 100% dos ativos são alocados em títulos do tesouro nacional, os quais possuem o menor grau de risco do mercado;
  • Grau de investimento: Nessa classificação, 80% dos ativos no mínimo são alocados em títulos públicos ou em títulos privados com grau de risco similar;
  • Crédito livre: Nessa classificação, os fundos podem investir mais de 20% do seu patrimônio em ativos de médio e alto risco.

Vale salientar que as classificações quanto á duração e quanto ao grau de risco são independentes. Dessa forma, um fundo de renda fixa ativo pode ser ao mesmo tempo um fundo de duração livre e soberano, por exemplo.

Características de um fundo de renda fixa

fundos de renda fixa

Os fundos de renda fixa possuem uma série de características a serem analisadas antes de realizar a aplicação. Essas características são relacionadas às taxas cobradas nesses fundos, tributação, prazos e limites relacionados a esses fundos, bem como os riscos que cada tipo de fundo possui.

Taxas cobradas em um fundo de renda fixa

Fundos de renda fixa, em geral, podem possuir duas taxas cobradas pelo gestor do fundo. Essas taxas são as taxas de administração e a taxa de performance. Em média a taxa de administração costuma variar de 0,5% a 2%. Essa taxa visa remunerar o gestor e cobrir os custos pela administração do fundo.

A taxa de performance, por sua vez, costuma ser cobrada apenas nos fundos de gestão ativa. Nesses fundos, essa taxa costuma ser cobrada quando a rentabilidade do fundo supera o benchmark. Nos fundos com gestão de renda fixa passiva, essa taxa não costuma ser cobrada.

Há uma terceira taxa menos comum que é a taxa de saída. Em alguns fundos há a possibilidade do cotista solicitar a liquidação do resgate antes do prazo previsto no regulamento do fundo. Todavia, para realizar esse adiantamento ele terá que pagar uma taxa de saída.

Tributação dos fundos de renda fixa

A tributação dos fundos de renda fixa é uniforme para todos os tipos de fundo. Podem incidir dois impostos sobre esses fundos: IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e IR (Imposto de Renda). Ambos os impostos são regressivos, enquanto a alíquota do IOF é zerada após 30 dias da aplicação a alíquota do IR tem valor mínimo de 15% após dois anos da aplicação.

A alíquota do IOF inicia com 96% sobre a rentabilidade da cota do fundo, contudo após 30 dias essa alíquota vai a zero. No caso do IR, ela vai diminuindo ao longo do tempo, conforme apresenta a tabela abaixo:

Esses impostos incidem apenas sobre os rendimentos. No caso do IR, esse imposto não é cobrado apenas no momento do resgate. Nos meses de maio e novembro, esse imposto é cobrado automaticamente pela Receita Federal. Essa cobrança nesses meses é conhecida como come-cotas.

Prazos e limites para movimentação em um fundo de renda fixa

Os fundos de renda fixa costumam ter prazos curtos para movimentação. Na maioria dos casos, os resgates são liquidados em até 3 dias, podendo ter casos nos quais a liquidez é diária. Todavia, alguns tipos de fundos como os de títulos privados possuem uma carência maior devido à composição da carteira. Nesses casos, a liquidez pode ser apenas em 30 dias.

As movimentações nesses fundos costumam ter um valor mínimo reduzido tanto para aplicação quanto para resgate. Há fundos nos quais o valor mínimo para movimentação é na casa dos R$ 500,00. Esse valor mínimo baixo facilita a adesão de um maior número de cotistas.

Riscos de um fundo de renda fixa

Os riscos referentes aos fundos de renda fixa variam de acordo com o tipo de fundo de renda fixa. Os riscos podem ter desde grau baixo até um grau elevado de risco. Os fundos cuja rentabilidade é atrelada ao CDI e possuem títulos de emissores com baixo risco de calote são fundos com baixa volatilidade e sendo assim com baixo risco.

Por outro lado, há fundos que possuem um alto grau de risco. Esses fundos investem em títulos de emissores mais arriscados, bem como em papeis prefixados ou atrelados à inflação. Além disso, nesses fundos os gestores costumam ter mais flexibilidade para realizar operações financeiras. Nesses casos, é possível inclusive haver perda de capital investido.

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Vantagens e desvantagens dos fundos de renda fixa

Assim como a maior parte dos investimentos, a aplicação em fundos de renda fixa possui vantagens e desvantagens a serem levadas em conta. Dessa forma, é importante analisar cada uma delas antes de tomar a decisão de investimento.

Principais vantagens dos fundos de renda fixa

  • Gestor profissional: a gestão profissional é um facilitador, especialmente para quem não possui tempo de acompanhar o mercado no dia-a-dia e não tem tempo para realizar movimentos de compra e venda a depender da situação do mercado.
  • Diversificação: a diversificação desses fundos é um ponto positivo tanto pela facilidade de realizar investimento em ativos variados com uma única aplicação, mas é também uma forma de mitigar riscos;
  • Rentabilidade: os fundos de renda fixa, em geral, possuem rentabilidade igual ou superior ao CDI. A depender do tipo de fundo, é possível inclusive auferir ganhos ainda maiores.
  • Aplicação mínima: esses fundos costumam ter uma aplicação mínima reduzida, o que facilita a aplicação de investidores com pouco capital disponível;
  • Alta liquidez: fundos de renda fixa em sua maioria possuem alta liquidez, ponto que facilita os resgates em casos de emergência.

Principais desvantagens dos fundos de renda fixa

  • Taxas: as taxas cobradas nos fundos de renda fixa como taxa de administração e taxa de performance diminuem a rentabilidade do fundo para os cotistas;
  • Alocação: como as decisões são tomadas pelo gestor do fundo, os cotistas perdem toda a autonomia para realizar a alocação dos seus recursos aplicados no fundo;
  • Tributação: há a incidência de come-cotas e tributos no resgate do fundo. Há investimentos em renda fixa como LCI/LCA nos quais esses ativos são isentos de impostos, por exemplo.
  • Garantia: Diferente de outros ativos de renda fixa como LCI/LCA e CDBs, os fundos de renda fixa não são garantidos pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito) independente do valor aplicado.

Dessa forma, para realizar aplicação nesse tipo de fundo é importante analisar disponibilidade de tempo, conhecimento e metas de rentabilidade. A partir dessa análise é mais fácil pesar as vantagens e desvantagens para decidir o investimento a ser realizado.

Outros tipos de fundos de investimento

Além dos fundos de renda fixa, há outros tipos de fundos de investimento que podem ser alternativas interessantes de investimento. Dessa forma, é importante também comparar os fundos de renda fixa em relação aos demais.

Fundos de ações

Os fundos de investimento em ações (FIA) são fundos que alocam a maior parte do seu patrimônio em ações na bolsa de valores. Esse tipo de fundo costuma ter um grau de risco elevado e pode incorrer em rentabilidade negativa.

Dentre os fundos de ações, há fundos que podem alocar em ações brasileiras e ações no exterior. Esses fundos também possuem taxas de administração e performance, contudo a tributação desses fundos é fixa em 15% independente do tempo da aplicação.

Fundos Multimercado

Os fundos multimercado são fundos que possuem uma maior flexibilidade para realizar investimentos. Dessa forma, esse tipo de fundo pode alocar seu capital em ativos variados como ações, moedas estrangeiras, ouro e títulos públicos. Todavia, como esse fundo concede maior liberdade ao gestor também é um fundo com maior grau de risco.

Há também fundos desse tipo direcionados para aplicações no exterior. Esses fundos também possuem taxas de administração e performance. Além disso, possuem uma tributação regressiva similar aos fundos de renda fixa, nos quais a tributação mínima é 15% após dois da aplicação.

Fundo cambial

Os fundos cambiais são fundos que alocam 80% do seu patrimônio em ativos relacionados à uma moeda estrangeira, normalmente dólar ou euro. O montante restante é destinado á alocação em títulos de renda fixa ou derivativos com o objetivo de proteger o portfólio do fundo.

Os fundos cambiais são considerados fundos de risco baixo e moderados. Em geral, nesses fundos são cobradas taxas de administração e performance. Além disso, a tributação desses fundos é regressiva, assim como os fundos multimercado e de renda fixa, com alíquota mínima de 15% após dois anos e máxima de 22,5% até 6 meses de aplicação.

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Como escolher um fundo de renda fixa?

Para escolher um fundo de renda fixa é necessário levar alguns aspectos em contas, sobretudo relacionado ao perfil de risco e a meta para rentabilidade. Além disso, é importante realizar uma análise de cada fundo, com relação às taxas cobradas e o histórico de cada fundo.

Perfil de risco

O perfil de risco é importante para escolher um fundo porque é a partir desse perfil que é possível decidir em qual tipo de fundo realizar a aplicação. Para pessoas com perfil mais conservador é interessante realizar aplicações em fundos de renda fixa simples, dado que possuem menor volatilidade e risco reduzido.

Contudo, para investidores que são propensos ao risco e o foco é uma rentabilidade maior, possivelmente os fundos de crédito privado e referenciados serão mais interessantes. Todavia, é importante ter em mente que nesses casos há a possibilidade de perda do capital investido.

Taxas

Com relação à especificidade de cada fundo, é importante estar atento às taxas cobradas. Há fundos que cobram apenas taxas de administração e há outros que cobram também a taxa de performance. Em geral, essa segunda taxa é cobrada em fundos cuja a gestão do fundo é ativa.

Liquidez

Além disso, é importante estar atento ao prazo para resgates do fundo. Visto que caso a aplicação realizada seja uma reserva de emergência é importante que o fundo escolhido seja de alta liquidez. Portanto, fundos que alocam a maior parte do seu patrimônio em ativos do Tesouro Direto são mais interessantes nesses casos.

Histórico de desempenho

O histórico de desempenho dos fundos também deve ser levado em conta. Apesar da frase clássica “ganhos passados não garantem ganhos futuros”, o histórico do fundo é uma boa métrica de análise do perfil e da capacidade do gestor desse fundo. Essa análise, inclusive, facilita compreender como o fundo se comporta em períodos de turbulência, por exemplo.

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Como inivestir num fundo de renda fixa?

Para aplicar em um fundo de renda fixa, em geral, é necessário escolher uma corretora e abrir uma conta para realizar a aplicação. Também é possível aplicar em fundos desse tipo a partir de bancos convencionais. Todavia as corretoras costumam oferecer uma gama maior de fundos disponíveis, o que aumenta as opções para realizar a aplicação.

Além disso, é necessário ler as informações sobre o fundo antes de realizar a aplicação. Essa etapa é importante para saber exatamente o perfil do fundo, o risco e as taxas que serão cobradas, como taxa de administração e performance. Além disso, é interessante atentar para os prazos de resgate, pois esse pode variar de acordo com o tipo de fundo.

Gestão dos fundos de renda fixa

A gestão de um fundo de renda fixa pode ser ativa ou passiva. Essa classificação depende de alguns fatores como o tipo de fundo e até mesmo o perfil do gestor. Um fundo de renda fixa simples, por exemplo, costuma ter um perfil de gestão passivo. Isso ocorre porque os ativos que podem ser adquiridos são mais restritos. Portanto, nesse caso o gestor realiza menos operações, isso acontece também com os fundos referenciados em algum índice.

Por outro lado, fundos não referenciados, ou seja, aqueles que não acompanham necessariamente um índice possuem uma gestão mais ativa. O gestor de um fundo desse tipo possui mais liberdade para se aproveitar dos movimentos do mercado. Nos fundos com gestão de renda fixa ativa, é comum ser cobrada além da taxa de administração, uma taxa de performance.

Benchmark de um fundo de renda fixa

O benchmark de um fundo de renda fixa normalmente é um índice, o qual é usado como referência para a performance do fundo. A maior parte dos fundos de renda fixa utiliza o CDI como referência para a rentabilidade. Contudo, outros fundos utilizam o IMA-B, por exemplo, esse índice acompanha a rentabilidade média dos títulos do tesouro indexados ao IPCA.

Rentabilidade de um fundo de renda fixa

A rentabilidade de um fundo de renda fixa depende das características dos ativos nos quais o fundo investe. Os fundos de renda fixa com menor risco possuem rentabilidade próxima ao CDI, dado que esses fundos costumam alocar os ativos em títulos públicos e letras de crédito. Esses ativos, em geral, possuem rentabilidade próxima ao CDI.

Há também fundos cuja rentabilidade está mais próxima do desempenho do IPCA. Além desses, há também os fundos que possuem um grau de risco maior, como os de crédito privado e os de investimento no exterior. Esses fundos podem ter uma rentabilidade maior que os demais, todavia o risco em relação à aplicação é maior que aqueles referenciados no CDI.

Como sacar o investimento em um fundo de renda fixa?

Para realizar o resgate ou saque de um fundo de renda fixa basta enviar a ordem de resgate para a instituição financeira na qual a aplicação está custodiada. Contudo, para realizar o resgate é importante estar atento aos prazos, tanto de cotização quanto de liquidação do mesmo.

Em geral, os fundos indexados ao CDI costumam ter prazo de liquidação de um dia e algumas vezes o resgate é liquidado no mesmo dia. Todavia, fundos de inflação ou de crédito privado podem ter prazos maiores, como 30 dias. Esse fato ocorre porque esses fundos possuem ativos com menor liquidez, portanto, necessitam de prazos maiores para disponibilizar os resgates.

RENDA FIXA

Vale a pena investir em um fundo de renda fixa?

A decisão de investimento varia de acordo com o perfil de cada investidor. Dessa forma, a resposta para a pergunta se vale a pena ou não investir em renda fixa depende das características de cada investidor.

Para um investidor que possui pouco tempo de alocar seu capital a aplicação em fundos de investimento em geral é uma opção interessante, inclusive em fundos de renda fixa. Para esse tipo de investidor é interessante colocar os seus investimentos sob a responsabilidade de um gestor profissional, dada a pouca disponibilidade de tempo para investir.

Além desse caso, os fundos de renda fixa também são interessantes para serem usadas como reserva de emergência. Como boa parte desses fundos possuem alta liquidez, eles podem ser utilizados para movimentações mais frequentes e garantindo uma rentabilidade no mínimo próxima ao CDI.

Ainda há os fundos de renda fixa mais arrojados que possibilitam ganhos maiores. Os fundos de renda fixa indexados ao IMA-B, por exemplo, possibilitam ganhos as vezes bem superiores ao CDI. Dessa forma, os fundos de renda fixa podem também ser vistos como aplicações visando alta rentabilidade.

Todavia, há casos nos quais os investimentos nesses fundos podem não valer a pena. No caso de investidores experientes com tempo disponível, pode ser interessante realizar sozinho a alocação dos investimentos. Nesse caso, seria possível evitar as taxas de administração e performance que impactam a rentabilidade do portfólio.

Além disso, realizando a própria alocação de investimentos também é possível escolher ativos de renda fixa que são isentos de imposto de renda como LCI/LCA. Nesse caso, além de evitar as taxas do fundo, também evitaria a tributação incorrida nos fundos de renda fixa.

Dessa forma, para chegar a conclusão se vale a pena ou não investir em fundos de renda fixa é importante levar todos esses pontos em consideração. O mapeamento do perfil e a expectativa quanto à rentabilidade são essenciais para essa decisão.

PLANILHA DA VIDA FINANCEIRA

Perguntas sobre fundos de renda fixa
O que é um fundo de renda fixa?

O fundo de rena fixa é um tipo de fundo de investimento no qual, em geral, no mínimo 80% do patrimônio do fundo é alocado em ativos de renda fixa. Esses ativos variam de acordo com o tipo de fundo e também de acordo com o gestor. Mas em geral esses fundos alocam seus investimentos em títulos do tesouro, CDB’s, LCI/LCA e debêntures.

Quais são os ativos de renda fixa?

Os ativos de renda fixa são ativos nos quais a rentabilidade ou o cálculo da rentabilidade é conhecido no momento da aplicação. Dentre os ativos de renda fixa mais comuns, estão títulos do tesouro direto, LCI/LCA, CDBs, títulos do tesouro de outros países, entre outros.

Como funciona o fundo de investimento em renda fixa?

Os fundos de renda fixa devem aplicar um percentual mínimo do capital em ativos de renda fixa. O percentual mínimo e os ativos que podem ser adquiridos variam de acordo com o tipo de fundo e as regras de cada fundo. O gestor do fundo possui liberdade para alocar o capital de fundo respeitando as regras pré-determinadas pelo regulamento do mesmo.

Qual a rentabilidade dos fundos de renda fixa?

A rentabilidade de um fundo de renda fixa depende das características dos ativos nos quais o fundo investe. Os fundos de renda fixa com menor risco possuem rentabilidade próxima ao CDI, enquanto há outros fundos desse mesmo tipo que possuem como benchmark índices da ANBIMA que acompanham determinados títulos do tesouro direto.

O que é fundo de renda fixa simples?

Os fundos de renda fixa simples são aqueles que devem ter alocação de no mínimo 95% do patrimônio em títulos públicos ou títulos privados com risco similar aos títulos públicos. Esse tipo de fundo de renda fixa é que possui o menor risco dentre os fundos de investimento desse tipo.

Bibliografia

https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/4922

http://www.investimentos.org/fundos-de-renda-fixa

https://www.thebalance.com/basics-on-fixed-income-funds-2466771

ACESSO RÁPIDO
    Tiago Reis
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