XP: 77% dos resultados do 1T21 ficaram dentro ou acima do esperado

Segundo a XP Investimentos, 44% dos resultados do primeiro trimestre de 2021 ficaram acima das expectativas, ao passo que 33% ficaram alinhados com o previsto e 23% decepcionaram.

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Em relação às projeções do consenso, 48% dos balanços vieram acima dos números projetados pelo mercado, 29% vieram em linha, enquanto 23% ficaram abaixo, disse a XP.

A temporada de resultados terminou oficialmente nesta segunda-feira (17). Os lucros das empresas apresentaram contração de 48% em relação ao trimestre anterior, mas mais do que triplicaram em relação ao mesmo período de 2020. Para o ano de 2021, o crescimento estimado é de 196%, segundo a Bloomberg.

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Os números otimistas vêm apesar do cenário macroeconômico e político desafiador, ainda somando incertezas em decorrência da pandemia, da inflação e da alta nas taxas de juros de longo prazo em países desenvolvidos.

A XP ressalta que, cada vez mais, relatórios e conferências devem contar com abordagem de ESG (Environmental, Social and Governance, do inglês).

“Vemos a transparência na divulgação de dados como um dos maiores desafios hoje na agenda ESG e, portanto, entendemos a padronização das divulgações e métricas ESG como uma evolução necessária e uma das tendências que destacamos para 2021”, consta no relatório.

A maior disponibilidade de dados é recebida de forma positiva pela corretora, mas não deixa de citar que a padronização na divulgação dos dados é “claramente necessária”.

A corretora dá destaque para três itens em termos de ESG:

  • O setor de mineração e siderurgia, com as empresas CSN Mineração, Vale, Usiminas e Aura Minerals
  • Os frigoríficos, com destaque para Marfrig
  • Consumo, com destaque para a a Multiplan

Commodities foram o carro chefe do 1T21

A perspectiva mais otimista veio com os setores vinculados às commodities, figurando como os maiores destaques do trimestre, dado o crescimento de países como EUA e China.

Nesse sentido, a demanda se somou à desvalorização do real frente ao dólar, acentuando resultados especialmente da mineração e da siderurgia, que contaram com alta dos preços do minério de ferro e do cobre.

“Os volumes de minério de ferro acima do esperado no período compensaram parcialmente as despesas operacionais por tonelada mais altas”, disse a corretora acerca da CSN Mineração (CMIN3).

A Vale (VALE4) também figura como destaque no setor, somando valorização de 3% no último mês, com preço na casa dos R$ 115 por ação ordinária. A companhia reportou resultados fortes, com Ebitda ajustado de US$8,5 bilhões. A corretora recomenda compra dos papéis da Vale, com preço-alvo de R$ 122.

Alimentos e bebidas seguem tendência positiva

Da mesma fora, alimentos e bebidas tiveram ganhos expressivos, com a Marfrig (MRFG3) apresentando forte desempenho com os EUA como fator compensatório em relação ao Brasil, em meio ao cenário mais frágil. Os papéis da companhia operam em alta, com valorização de 4,87% no pregão desta quarta-feira (19).

Maior ainda foi a valorização da Ambev (ABEV3), com alta de 6% após a divulgação dos resultados, com o lucro mais do que dobrando na base anual, para R$ 2,73 bilhões, mesmo com restrições em bares e restaurantes durante o trimestre.

Assai e GPA ficam acima da média no varejo

Dentro do varejo, a corretora ressaltou os números sólidos de Assai (ASAI3) e Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), e destaca o papel do e-commerce dentro do setor. Em grande parte, o bom desempenho no campo digital foi atrelado aos bons resultados.

Adicionalmente, há previsão de competição mais acirrada nessa seara ao longo de 2021 em meio a um crescente apetite das empresas estrangeiras no mercado brasileiro. Neste cenário, a maior ameaça aos competidores locais, como Magazine Luiza (MGLU3) e Via Varejo (VVAR3), é o Mercado Livre (MELI34).

Setor de saúde surpreende com resultados mistos

Mesmo com a saúde sendo prioridade em investimentos públicos e tornando-se um tópico essencial desde o começo da pandemia, o setor não apresentou um panorama otimista. A Notre Dame Intermédica (GNDI3), por exemplo, demonstrou margem pressionada pela postergação de tratamentos e procedimentos eletivos.

Por outro lado, taxas de ocupação e aumento de leitos levaram a cifras mais consistentes da novata na Bolsa Rede D’Or (RDOR3). O grupo registrou lucro líquido recorde de R$ 402,4 milhões no primeiro trimestre de 2021. Esse valor representa um avanço de 254,6% na comparação com o mesmo período no ano passado, quando havia apresentado R$ 113,5 milhões.

40% do setor financeiro ficou abaixo das expectativas da XP

O Santander Brasil (SANB11) teve lucro operacional 16% acima da expectativa e lucro líquido de R$ 4 bilhões, enquanto o Itaú Unibanco (ITUB4) ficou com resultados que não chamaram a atenção do mercado.

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“Embora os resultados tenham sido bastante fortes, acreditamos que os investidores devem manter uma atenção especial à sua qualidade menos inspiradora destes resultados. O Itaú divulgou diversos itens não sustentáveis, que ajudaram no resultado, enquanto áreas relevantes como rendas de tarifas, margem financeira com clientes e custos apresentaram desempenho abaixo do esperado. À medida que a concorrência aumenta e os reguladores se tornam mais agressivos, acreditamos que o consumo de cobertura e os resultados de tesouraria sejam menos relevantes para as perspectivas do setor”, salientou a XP, que mantém recomendação neutra com preço-alvo de R$ 29.

A corretora destacou os bons resultados do Banco do Brasil (BBAS3) ficando 16% acima das expectativas, com lucro líquido na casa dos R$ 4,9 bilhões, e do Bradesco (BBDC4), com resultados dentro da média e lucro de R$ 6,5 bilhões.

Locadoras e e seminovos puxaram alta de transportes e logística

Empresas de aluguel de carros apresentaram resultados fortes, com destaque para a Unidas (LCAM3), com lucro líquido de R$ 220 milhões e sólida perspectiva de vendas de carros usados.

Além disso, a Localiza (RENT3) reportou lucro de R$482 milhões com “resiliência da receita de aluguel apesar do desafio de suprimento de carros novos”, diz a XP.

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Eduardo Vargas

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