Grana na conta

Apesar da crise com dividendos e do 4T23 “mais fraco”, Petrobras (PETR4) mantém ação atraente, diz BB Investimentos

O BB Investimentos disse, nesta quarta-feira (13), que a avaliação geral da Petrobras (PETR4) permanece estável mesmo após os resultados trimestrais divulgados pela empresa se mostrarem abaixo das estimativas do mercado, gerando preocupações entre investidores – especialmente devido à falta de anúncio de dividendos extraordinários.

“A estatal é vista como sólida em termos operacionais, com custos de extração reduzidos e uma geração de caixa operacional consistente”, afirma o analista do BB, Daniel Cobucci, 

Em relatório, o banco lembra que os números do 4T23 da Petrobras mostraram um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado de R$ 66,9 bilhões, levemente abaixo das estimativas de mercado.

O fluxo de caixa operacional da petroleira ficou em R$ 57,7 bilhões, refletindo uma queda de 15% em relação ao ano anterior. Apesar disso, o lucro anual da Petrobras fechou em R$ 124,8 bilhões, mantendo-se em linha com as principais empresas do setor a nível global.

“A distribuição de dividendos da Petrobras também foi tema de discussão, com a Petrobras anunciando um montante de R$ 14,2 bilhões, totalizando um retorno anual entre dividendos, recompra de ações e juros sobre capital próprio de R$ 72,4 bilhões em 2023″, destaca Cobucci.

O pagamento será de R$ 1,09894844 por ação preferencial e ordinária, representando um yield trimestral médio de 2,7%.

Diante das preocupações dos investidores, pontua o BB, a direção da Petrobras propôs destinar o lucro remanescente do exercício, totalizando R$ 43,9 bilhões, para a reserva de remuneração do capital, visando garantir futuros pagamentos aos acionistas. 

Essa decisão, conforme Cobucci, foi responsável pela queda observada nas ações da Petrobras recentemente. Para se ter ideia, a Petrobras perdeu R$ 55,3 bilhões em valor de mercado apenas na sexta-feira (8).

Cotação PETR4

Gráfico gerado em: 13/03/2024
5 Dias

Nesta quarta, o presidente da estatal Jean Paul Prates voltou a falar da questão dos dividendos extraordinários da Petrobras. O CEO da estatal postou no X que os proventos serão distribuídos em “algum momento” e que a decisão do adiamento ocorreu por “questões de reserva”:

BB-BI: “Petrobras apresenta múltiplos atraentes”

Cobucci reiterou a visão positiva em relação à Petrobras, destacando que a empresa mantém seu foco no pré-sal e demonstra disciplina na gestão de capital. “Nossa recomendação de compra e o preço-alvo de R$ 42 para o final de 2024 permanecem inalterados”, concluiu o analista.

O BB frisou que, apesar da recente queda nas ações da Petrobras, a Petrobras ainda acumula uma valorização de mais de 80% nos últimos 12 meses, indicando uma recuperação significativa. Os analistas alertam, no entanto, que embora o cenário para este ano possa ser menos favorável, a empresa ainda apresenta múltiplos atraentes em comparação aos seus concorrentes.

Ações PETR3 e PETR4 fecham em queda nesta quarta (13)

As ações da Petrobras (PETR4) encerraram em queda nesta quarta-feira (13), em meio à expectativa dos investidores em relação às próximas decisões sobre os dividendos da empresa petrolífera. Os papéis ordinários (PETR3) da companhia encerraram o dia com uma desvalorização de 0,99%, cotados a R$ 37, enquanto os preferenciais (PETR4) registraram uma queda de 1,20%, fechando a R$ 36,38.

Na última quinta-feira (7), a Petrobras comunicou ao mercado sua decisão de distribuir apenas o mínimo estipulado pela sua política de remuneração aos acionistas, correspondente a 45% do fluxo de caixa livre, totalizando R$ 14,2 bilhões. Os outros R$ 43,9 bilhões da reserva estatutária devem ser mantidos. Essa determinação deve ser formalizada durante a Assembleia Geral Ordinária (AGO), agendada para o dia 25 de abril deste ano.

Murilo Melo

Compartilhe sua opinião