Petrobras (PETR4): BTG diz que reserva de capital preocupa e indica preferência por outra empresa do setor

Embora a gestão da Petrobras (PETR4) tenha reiterado que os US$ 9 bilhões retidos em reserva de capital serão usados exclusivamente para potencial remuneração aos acionistas neste ano, o BTG Pactual diz que essa medida não é suficiente para acalmar a maioria das preocupações do mercado relacionadas à empresa.

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Investidores da Petrobras esperavam que a companhia anunciasse, na conferência do quarto trimestre de 2023, que pagaria os dividendos extraordinários. Na segunda-feira, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou a possibilidade de a Petrobras rever a decisão sobre o pagamento.

Segundo o BTG, uma compreensão mais profunda dos próximos passos do controlador da Petrobras e da estrutura de capital ideal para a empresa serão fundamentais para entender melhor a alocação de capital da Petrobras nos próximos meses. 

Analistas do banco de investimentos destacam que, apesar das incertezas em relação à petroleira, a recomendação de compra para as ações da Petrobras permanece. No entanto, dizem que a convicção no investimento está sendo testada. Os estrategistas ressaltam que mudanças significativas nos estatutos da empresa e na equipe de gestão são necessárias para que a remuneração aos acionistas seja substancialmente maior.

O BTG afirma, em relatório, que está ajustando suas estimativas para refletir os resultados do quarto trimestre da Petrobras, mantendo o preço-alvo para as ADRs da Petrobras, os papéis negociados em Nova York, a US$ 19.

O banco indica uma preferência por investir no setor pela Prio (PRIO3), em vez da Petrobras, considerando as mudanças recentes e a incerteza em torno da empresa estatal de petróleo. Para os estrategistas, a Prio parece apresentar uma alternativa mais atraente no momento.

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Ibovespa fecha em alta de 1,22%, a 127.668 pontos, impulsionado por ações da Petrobras

O índice Ibovespa registrou uma valorização de 1,22% ao fechar a sessão desta terça-feira (12), alcançando os 127.667,84 pontos. Esse movimento positivo foi impulsionado principalmente pelos ganhos expressivos nas ações da Petrobras (PETR4), que subiram mais de 3%. 

Os investidores receberam com otimismo a perspectiva de uma possível resolução para a questão dos dividendos extraordinários da empresa, o que elevou a confiança no desempenho futuro da Petrobras. Esses ganhos contribuíram significativamente para impulsionar o Ibovespa após uma queda de quase 2% nos últimos dois pregões. 

Além disso, o mercado também reagiu positivamente aos sinais favoráveis vindos de Nova York, aos relatórios de resultados das empresas locais e a uma melhora geral do sentimento dos investidores. 

O Ibovespa teve uma sessão de recuperação nesta terça-feira, depois de ter caído quase 2% no acumulado dos dois últimos pregões. Ganhos superiores a 3% nos papéis da Petrobras garantiram a alta, puxados pela visão do mercado de que uma solução para o imbróglio dos dividendos extraordinários está mais próxima. O sinal positivo de Nova York, balanços de empresas locais e a melhora geral do humor de investidores também favoreceram a Bolsa.

Assim, a referência da B3 fechou o dia em alta de 1,22%, aos 127.667,84 pontos – só 0,52% abaixo do fechamento da última quinta-feira, 7, quando a Petrobras anunciou que não pagaria os dividendos extraordinários. O índice se manteve no positivo durante todo o dia, entre a mínima, de 126.120,68 (estável), e a máxima, de 128.039,47 (+1,52%). O giro financeiro ficou em R$ 23,7 bilhões.

Principal responsável pela retomada do Ibovespa, a Petrobras ganhou entre 3,28% (PN) e 3,03% (ON), amparada pela percepção de um noticiário mais positivo sobre a empresa. Nesta terça, o governo confirmou indicaria ao Conselho de Administração da Petrobras um representante da Fazenda, atendendo a um pleito do chefe da pasta, Fernando Haddad. Na segunda-feira, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou a possibilidade de a Petrobras rever a decisão sobre o pagamento de dividendos extraordinários.

“A percepção, agora, é que parecemos estar caminhando para uma solução talvez não tão radical, com o governo falando que o dividendo extraordinário é uma possibilidade”, diz o gestor de renda variável da Western Asset, Naio Ino. “Isso volta a trazer alguma esperança para o mercado de que esse dividendo venha em algum momento do tempo, está tirando o pessimismo da conta.”

Conselho vai se reunir e pode liberar dividendos

A diretoria da Petrobras está programada para reavaliar a decisão que bloqueou a distribuição de dividendos excepcionais aos acionistas, resultando na fuga de investidores e na perda de bilhões em capitalização de mercado para a empresa.

Essa reversão pode ser considerada caso fique claro que o pagamento não comprometa os planos de investimento da estatal, um aspecto crucial para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O foco do chefe de estado está relacionado à preocupação com a atividade econômica no país e o impacto dos indicadores econômicos na aprovação de seu governo.

Uma solução temporária para a crise desencadeada pela retenção dos dividendos adicionais foi alcançada durante uma reunião no Palácio do Planalto com Lula, após turbulências no mercado e confrontos nos bastidores entre membros do alto escalão da Petrobras e autoridades do governo petista.

Fontes internas da Petrobras apontam o Ministério de Minas e Energia (MME) e Pietro Mendes, presidente do conselho de administração da Petrobras, como defensores da retenção integral dos dividendos, utilizando o argumento de que o pagamento poderia afetar os recursos da empresa a ponto de comprometer os investimentos de longo prazo.

Por outro lado, a diretoria da empresa argumenta que a distribuição de 50% dos dividendos extraordinários da Petrobras não prejudicaria os investimentos.

Durante os últimos dias, representantes da Petrobras afirmaram repetidamente que os dividendos extraordinários não poderiam ser destinados aos investimentos. Agora, esses valores estão reservados para futuros pagamentos de remuneração aos acionistas.

Nesta terça-feira (12), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, decidiu indicar para o conselho de administração da Petrobras Rafael Dubeux, que atualmente é seu secretário-executivo adjunto na pasta.

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Murilo Melo

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