Grana na conta

Eleições: “Se Brasil for esperto, poderá se beneficiar em 2023”, diz economista-chefe da Necton

Com a disputa presidencial de 2022 travada para um primeiro e segundo turno entre o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), o mercado começa a levantar hipóteses para os próximos anos, de acordo com os planos de governo divulgados pelos candidatos. Mais do que as eleições, o que poderá ser feito, de fato, diante de um cenário desafiador que o mundo e o Brasil terão em 2023? “Para o próximo ano, se o Brasil for esperto, poderá se beneficiar da situação toda vista no mundo”, diz André Perfeito, economista-chefe da Necton, ao Suno Notícias.

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“Há grandes diferenças entre Lula e Bolsonaro, mas não há muito além do que as pessoas já sabem”, aponta o economista. Na última pesquisa do Instituto FSB Pesquisa, encomendada pelo BTG Pactual (BPAC11), divulgada na segunda-feira (22), o presidente Jair Bolsonaro subiu dois pontos percentuais nas intenções de voto para as eleições e reduziu para nove pontos a vantagem do ex-presidente Lula no primeiro turno.

Bolsonaro aposta no aumento da rejeição do outro, vê o especialista.

A grande questão fica ao redor das propostas dos candidatos para os governos a partir de 2023. Perfeito, da corretora Necton Investimentos, avalia que, do ponto de vista do mercado financeiro, é preciso chegar perto da precisão em cenário de eleições. De qualquer maneira, a pauta que envolve investidores é sobre a Petrobras (PETR4) – e o que será feito da estatal por cada candidato. “Se o presidente Bolsonaro for reeleito, vai tentar resolver a questão da alta de preços pela Petrobras pela privatização, o que vai destravar muito valor à empresa. Se o ex-presidente Lula ganhar, não há segredo, vai mudar a política de Preço de Paridade Internacional (PPI). A Petrobras pode sofrer”, avalia.

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Para 2023, ainda há chance de boa reviravolta

Perfeito examina que há duas formas de ‘atacar’ os problemas atuais e as duas passam por uma discussão fiscal. “Pode haver um ajuste a curto prazo, cortando gastos ou pelo menos controlando o mais rápido possível tudo. Podemos ver, por outro lado, a sinalização de que o país vai crescer no médio a longo prazo, para tentar relaxar as hipóteses das projeções. Não há resposta fácil. O boletim Focus da semana mostra crescimento para o ano que vem em míseros 0,39%. Se houver um ajuste fiscal mais forte, a projeção pode ir para 0%. Será um jogo de convencimento que nos levará ao ‘terceiro turno’”, diz.

Para 2023, no entanto, há esperança, se o Brasil jogar com as cartas certas após as eleições. “O Brasil poderá se beneficiar da situação toda observada no mundo. Vemos China e Taiwan em conflito, além da desaceleração econômica; guerra na Ucrânia que não parece ter fim; Estados Unidos ameaçando entrar em recessão. O Brasil é maior do que isso”, pondera.

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Beatriz Boyadjian

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