BDR: o que é, como funciona e como investir

Investir em ativos internacionais é uma estratégia que tem ganhado cada vez mais destaque entre os investidores brasileiros. Desse modo, uma forma fácil e prática de fazer isso é por meio do BDR (Brazilian Depositary Receipts).

Assim, os BDRs permitem aos investidores locais terem exposição a empresas e fundos estrangeiros sem a necessidade de abrir uma conta fora do país.

Desde a liberalização dos BDRs para investidores pessoa física em outubro de 2020, o mercado tem crescido exponencialmente, com uma variedade cada vez maior de opções disponíveis.

Os BDRs funcionam como certificados que representam ações ou ETFs negociados no exterior. Eles são emitidos por instituições financeiras no Brasil, que adquirem os ativos no mercado internacional e os custodiam em uma instituição no país de origem. Assim, ao comprar um BDR, o investidor está, na verdade, comprando uma representação desses ativos aqui no Brasil.

Neste guia, você encontrará detalhes sobre o que são os BDRs, como eles funcionam, suas vantagens, desvantagens, os custos envolvidos, e como investir neles. Também serão apresentadas algumas das opções mais populares de BDRs, como Disney, Google, Apple, Microsoft e Tesla, além de alternativas para investir no exterior, como COEs, ETFs e fundos internacionais.

Se você está buscando diversificar sua carteira, reduzir riscos e ter acesso a algumas das maiores e mais inovadoras empresas do mundo, os BDRs podem ser uma excelente opção. Continue lendo e descubra tudo o que você precisa saber para começar a investir em BDRs.

O que são BDRs?

Os BDRs, ou “certificado de depósito brasileiro”, é uma representação de um ativo no exterior. Desse modo, o BDR não é uma ação ou ETF, mas sim sua representação.

BDR é um certificado emitido no Brasil que pode ter como lastro ações, certificados de depósito de ações ou valores mobiliários representativos de dívida emitidos no exterior.

Isso é possível, uma vez que há instituições financeiras que fazem a compra desses ativos no exterior e emitem os BDRs no Brasil.

Ou seja, há uma instituição financeira no exterior que faz a aquisição das ações ou ETFs. Essa instituição deverá depositar os ativos em outra instituição que funcionará como custodiante dos ativos.  

Dessa maneira, os ativos custodiados no exterior funcionam como lastro dos BDRs que serão emitidos no Brasil.

No Brasil, a instituição financeira que adquiriu os ativos no exterior faz a emissão dos BDRs para distribuir no mercado.

Nesse sentido, a instituição que faz a emissão dos BDRs, como também a compra dos ativos no exterior é denominada de depositária.

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Definição e Funcionamento

Agora que você já sabe o que é um BDR e como ele funciona, chegou a hora de saber um pouco mais sobre as definições e funcionamento.

Para fazer um BDR no Brasil, é necessário que haja duas instituições financeiras. Uma é a custodiante, que ficará com a custódia dos ativos no exterior e a outra é a depositária que fará a compra dos ativos no exterior como também a distribuição dos BDRs no Brasil.

Por exemplo: grande parte dos BDRs são referentes a ativos localizados nos Estados Unidos, tanto de ações quanto de ETFs.

Portanto, para fazer a emissão de BDRs de uma ação norte-americana, a instituição depositária terá que fazer a compra dos ativos nos Estados Unidos e custodiar tais ativos em uma instituição nos Estados Unidos.

Por sua vez, com o lastro definido, a depositária poderá dar continuidade ao processo de lançamento dos BDRs fazendo a emissão e distribuição no mercado local.

Assim, os investidores não estão comprando ações ou ETFs, mas sim, certificados que representam esses ativos no Brasil.

É importante mencionar que as variações desses ativos no exterior não são replicadas no Brasil. Ou seja, as variações dos preços e a volatilidade são distintas, dependendo das movimentações do próprio mercado. 

Desse modo, há como as ações da Apple se valorizarem nos Estados Unidos, mas os BDRs registrarem perdas no Brasil.

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Tipos de BDR

Atualmente existem dois tipos de BDRs, patrocinados e não patrocinados.

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BDR Patrocinados

Os BDRs patrocinados são aqueles que têm a participação direta da empresa emissora na formulação dos BDRs.

Nesse sentido, os BDRs patrocinados representam a vontade da empresa emissora em ter ações negociadas no Brasil.

Este tipo é aquele que existe em menor quantidade. Há mais BDRs não patrocinados do que patrocinados no Brasil.

• Nível I

  Os BDRs patrocinados são organizados em níveis, havendo três tipos de níveis.
  
  Sendo assim, os BDRs são negociados em mercado de balcão não organizado ou em outros segmentos da bolsa específicos para tais ativos.
  
  Todos os programas de BDR (Níveis I, II e III) precisam de registro na CVM. No Nível I, a instituição depositária do BDR também terá que divulgar todas as informações, consideradas obrigatórias em seu país de origem, no Brasil. Apenas o emissor estrangeiro é dispensado de registro na autarquia, neste nível.
  
  A negociação de BDR Nível I é restrita a investidores qualificados. Só é permitida a aquisição por não qualificados quando o principal mercado do lastro for “mercado reconhecido”, como os EUA, e houver cooperação do supervisor local com a CVM.
  
  Outro detalhe: a Resolução CVM 160 (em vigor desde 02/01/2023) substituiu as antigas ICVM 400/476 e eliminou limites fixos de número de investidores nas ofertas sob o novo regime. Aplicam-se as regras da Res. 160 conforme o rito escolhido.
  
  Além disso, os tickers dos BDRs patrocinados de nível I são formados por quatro letras mais YY ao final e não tem sufixo fixo.

• Nível II

  No nível dois, a instituição depositária precisa ter registro junto à CVM. Com relação à distribuição dos BDRs no mercado, os títulos poderão ser negociados em bolsa, ou em ambiente de balcão organizado.
  
  Nesse sentido a instituição depositária também terá que se enquadrar nas regras de governanças de categoria A, de forma similar a grande parte das empresas que emitem ações no Brasil.
  
  Dessa maneira, na bolsa de valores não é difícil reconhecer um BDR de nível II. Para isso, basta identificar o ticker com 4 letras seguidas pelo número 32.

• Nível III

  O Nível III é bem similar ao Nível II, havendo somente uma diferença com relação à forma de distribuição dos BDRs.
  
  No Nível II os BDRs podem ser distribuídos em uma oferta pública de esforços restritos, enquanto no Nível III os BDRs podem ser ofertados em uma campanha ampla. Por fim, no nível III, o ticker do BDR é formado por 4 letras mais o número 33.

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BDR Não Patrocinados

A maioria dos BDRs no Brasil são do tipo não patrocinados. O funcionamento deste tipo de BDR é muito simples.

Não há o envolvimento direto da empresa emissora das ações, mas sim, todo trabalho da instituição depositária em fazer a aquisição dos ativos no exterior, armazenar tais ativos junto a uma instituição custodiante e posteriormente distribuidor os BDRs no Brasil.

Além de fazer todo o trabalho referente à emissão dos BDRs, a instituição depositária também terá que fazer a divulgação das informações relevantes referentes à ação ou ETF do exterior no Brasil.

Mais um detalhe: Os BDRs não patrocinados possuem o ticker com 4 letras e dois números. Sendo que as 4 letras remetem ao nome da empresa ou ETF de referência. Já os números são 34 ou 35.

Como Investir em BDR?

Para investir em BDR, basta o investidor ter acesso ao Home Broker de uma corretora de valores mobiliários. Por meio do Home Broker, o investidor poderá adquirir os BDRs diretamente da bolsa de valores.

Toda transação é muito simples e prática, levando poucos segundos para ser concluída. Sendo que atualmente, a grande parte dos bancos também estão oferecendo acesso a bolsa de valores por meio do Home Broker. Portanto, a bolsa está mais acessível do que nunca.

Porém, para evitar prejuízos e decepções com os seus investimentos em BDR, é importante fazer uma boa avaliação antes de comprar o ativo, estudando bem o BDR que lhe interessa e avaliando a melhor estratégia a ser empregada.

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Passo a Passo para Investir em BDRs

Como já mencionado, primeiro o investidor precisa ter uma conta em uma corretora de valores mobiliários.

• 1º Abrir uma conta na corretora e acessá-la

  Essa corretora pode ser uma independente, que não é vinculada a um banco, ou uma corretora de um banco.
  
  Com acesso a sua conta, você poderá fazer a transferência dos valores para ela e negociar os BDRs a partir do Home Broker.

• 2º Home Broker

  O Home Broker é uma ferramenta oferecida pelas corretoras para que o investidor tenha acesso à bolsa de valores, podendo negociar ativos dos mais variados, como ações, ETF, derivativos, commodities, contratos futuros e os BDRs.

• 3º Livro de Ofertas

  Dentro do Home Broker o investidor terá que abrir o livro de ofertas, adicionando o ticker do BDR e visualizando o mercado do ativo em questão.
  
  A partir dos valores apresentados no campo de compra, o investidor terá uma noção de quanto os investidores estão dispostos a pagar pelo BDR. Sendo assim, na “venda” há os valores que os investidores estão dispostos a vender o BDR.
  
  Quanto menor for o valor de venda, mais prioridade o investidor tem na lista de venda e quanto maior for o valor de compra do BDR, maior é a prioridade do investidor no lado da compra.
  
  Portanto, para comprar seu BDR de forma rápida, faça uma oferta no preço que está sendo solicitado no campo de venda.

• 4º Faça a oferta através da boleta

  Para isso será necessário abrir uma “boleta” adicionando o valor que você está disposto a pagar pelo ativo e quantidade. 
  
  Destacando que o lote padrão de BDR não patrocinada é de 1 cota, sendo um investimento bem acessível a grande parte dos investidores.

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Investindo Diretamente no Exterior

Além dos BDRs, hoje também há como investir diretamente no exterior.

Para investir diretamente no exterior, o investidor precisa manter conta em instituição estrangeira (ou vinculada a ela) e remeter recursos via câmbio.

Dependendo do volume de ativos no exterior, pode haver obrigação de CBE ao Banco Central (pessoas com ≥ US$ 1 milhão na data-base anual; ≥ US$ 100 milhões nas trimestrais).

No Brasil já existem algumas instituições financeiras que oferecem acesso à bolsa norte americana, facilitando muito a vida daqueles que buscam diversificar, comprando ações e demais ativos do mercado mais desejado do mundo.

Dentre as instituições mais conhecidas há Avenue, Banco Inter e Banco C6. Contudo, há mais instituições financeiras procurando formas de acessar o mercado exterior e oferecer tais “facilidades” aos seus clientes e investidores.

Dessa maneira, com uma conta em uma dessas plataformas, o investidor tem a oportunidade de comprar os ativos diretamente na bolsa norte-americana, em alguns cliques.

Lista de BDRs listados na B3 (2025)

A lista de BDRs negociados na B3 é composta por inúmeras empresas. Abaixo, confira todos os BDRs que compõem o Índice de BDRs Não Patrocinados-GLOBAL (BDRX B3).

Tributação dos BDRs

Os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) possuem regras específicas de tributação que diferem dos ativos negociados diretamente no Brasil, como ações.

Vantagens do BDR

Há várias vantagens em investir em BDRs, sendo que uma delas é a diversificação. Com uma carteira mais diversificada, os riscos de perder dinheiro se tornam menores.

Outras vantagens estão relacionadas à praticidade e aos dividendos. Então vamos conhecer um pouco mais sobre cada uma dessas vantagens.

• <strong>Praticidade</strong>
• <strong>Dividendos</strong>
• <strong>Diversificação</strong>

<strong>Praticidade</strong>

Se você quer investir em ativos no exterior e já investe em fundos mobiliários, ações e demais ativos negociados em bolsa, é muito prático começar a investir em BDR.

Aqueles que já têm conta em uma corretora de valores mobiliários poderão comprar os BDRs acessando a própria conta e digitando o ticker na boleta dentro do Home Broker. Por isso, investir no exterior por meio dos BDRs, nunca foi tão prático como agora.

<strong>Dividendos</strong>

Da mesma forma que acontece com os fundos imobiliários e as ações, os BDRs também distribuem dividendos aos seus investidores.

Como a instituição depositária faz a aquisição dos ativos no exterior, dando lastro ao BDR, quando a ação, ou ETF faz os pagamentos no exterior, esses valores também são distribuídos pelas instituições depositárias aqui no Brasil.

Portanto, se você quer ganhar dividendos em dólar, uma forma de fazer isso é por meio dos BDRs.

Destacando que os valores são pagos em reais e que existem taxas cobradas sobre as distribuições no Brasil. Por exemplo, nos Estados Unidos, os dividendos são tributados e assim, o valor acaba tendo uma série de descontos no Brasil.

<strong>Diversificação</strong>

Uma forma de defender a sua carteira de investimentos contra a volatilidade do mercado é diversificando a carteira.

Sendo que os BDRs podem ser uma ótima opção, principalmente por sua exposição a uma moeda estrangeira, que normalmente é o dólar. Sem falar que o BDR representa um ativo do exterior que está posicionado em um mercado diferente dos brasileiro.

Desse modo, o BDR se torna um importante ativo para compor sua carteira, diversificando sua carteira.

Desvantagens dos BDR

Da mesma forma que os BDRs possuem suas vantagens há algumas desvantagens. Vamos conhecer melhor cada uma delas.

BDRs de ETFs

Como já mencionado, os BDRs também representam ETFs negociados no exterior. Assim, se você procura investir em um ETF americano ou de outro país, há como encontrar esses fundos nos BDRs listados na bolsa. O ticker dos BDRs de ETF costumam ter 4 letras seguidas pelo número 39 (XXXX39), além de serem cotados em reais, terem liquidação em D+2 e lote padrão de 1 BDR.

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Lista de BDRs de ETFs

Atualmente a B3 (bolsa de valores) possui 249 BDRs de ETFs. Segue a lista com 37 opções:

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Regras para Investir

As regras para investir em BDRs de ETF são basicamente as mesmas referentes aos BDRs de ações. Dessa maneira, o investidor poderá comprar os BDRs na bolsa de valores, inserindo o ticker em seu Home Broker.

O lote mínimo é de 1 cota. Sendo que os 37 ETFs listados acima são da BlackRock, a maior gestora de recursos do mundo, com mais de 7 trilhões de dólares sob sua administração.

Contudo, o mercado de BDRs de ETF está crescendo cada vez mais. Hoje, existem 249 opções que vão além dos fundos da BlackRock. Há também ETFs da ABRDN, Global, JP Morgan, First Trust, dentre outros.

Alternativas aos BDRs

Se o investidor não quiser comprar BDRs mas ainda pretende ter recursos investidos em ativos do exterior, há alternativas bem interessantes para isso. Conheça algumas opções.

Características Específicas

Similar ao investimento em ações, fundos imobiliários e demais ativos de renda variável, os BDRs também possuem certas características que devem ser cuidadosamente analisadas antes do investimento. Conheça mais sobre tais características:

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BDRs Mais Buscados

Com a disseminação dos BDRs e a liberação do investimento para as pessoas físicas em geral, alguns BDRs se tornaram populares entre os investidores.

Até porque, muitas pessoas têm o desejo de investir em companhias no exterior e nada mais prático do que fazer isso através dos BDRs. Segue alguns dos BDRs mais procurados.

E o que são ADRs?

ADR (American Depositary Receipt) é um certificado negociado nas bolsas dos Estados Unidos que representa ações de empresas estrangeiras. Na prática, trata-se de um mecanismo que permite que investidores norte-americanos invistam em companhias de outros países sem precisar acessar diretamente os mercados internacionais.

Os ADRs são emitidos por bancos depositários nos EUA, com lastro em ações da empresa original, mantidas em custódia fora do território americano. Esses recibos podem ser negociados como ações comuns nas bolsas norte-americanas, como a NYSE ou a Nasdaq, e estão sujeitos às regras da Securities and Exchange Commission (SEC).

Existem diferentes níveis de ADRs, que variam conforme o grau de transparência exigido, volume de negociação permitido e obrigações regulatórias da empresa emissora. Em geral, quanto maior o nível, maior a exigência de divulgação de informações financeiras em padrão contábil norte-americano (US GAAP ou IFRS ajustado).

Os ADRs são, portanto, o equivalente nos EUA ao que os BDRs representam no Brasil — facilitando o acesso de investidores locais a ativos globais, com liquidez e compliance adaptados ao seu respectivo mercado.