5 Forças de Porter: saiba como aplicar essa ferramenta de gestão

As 5 forças de Porter são cinco fatores que trazem diferenciação para as companhias e fazem com que elas se diferenciem da concorrência.

De fato, muitas empresas listadas no S&P500, importante índice da economia americana, aplicam os princípios das 5 forças de Porter.

O que são as 5 forças de Porter?

As 5 Forças de Porter é uma ferramenta de gestão criado por Michael Porter na década de 1970 que mostram cinco fatores que fazem as empresas se destacarem frente aos concorrentes, sendo uma importante ferramenta de análise setorial.

De fato, entender sobre a competição dentro de seu mercado é fundamental para qualquer empreendedor, seja qual área for. Apesar de ter sido criado nos anos 70, esse conceito ainda é muito estudado nos setores de gestão, marketing e investimento.

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Quais são as 5 Forças de Porter?

Uma vez que as forças competitivas de Porter são importantes para o planejamento estratégico das empresas, fica claro que essa é uma análise que usa conhecimentos de diferentes áreas corporativas.

Assim, ao indentificar as forças em sua área de atuação, a companhia pode se preparar para influenciá-las ao seu favor, encontrando uma posição estratégica dentro de seu setor e fortalecendo sua atuação.

Dessa forma, a análise setorial proveniente do estudo das 5 forças de porter é fundamental para definir a vantagem competitiva de uma empresa (ou seja, para saber como ela conseguirá enfrentar seus concorrentes e se diferenciar).

Assim, as 5 forças competitivas de Porter são:

  • Rivalidade entre concorrentes;
  • Poder de barganha dos fornecedores;
  • Poder de barganha dos compradores;
  • Ameaça de novos entrantes;
  • Ameaça de produtos ou serviços substitutos.

Esse modelo foi criado por 1979 pelo professor e pesquisador Michael Porter. Este autor publicou seu estudo na revista acadêmica de Harvard e logo ganhou destaque.

Um fato a se considerar é que essas cinco forças não são excludentes. Ou seja: é possível ter mais de uma força de Porter em uma determinada empresa.

Dessa forma, muitas companhias usam essas cinco forças para planejar a sua estratégia de crescimento e se destacar no mercado.

Ameaça de novos entrantes

Esta força é uma função das necessidades de capital, das políticas governamentais, do acesso à distribuição, além de uma série de outros elementos.

Alguns setores do mercado oferecem bem menos barreiras de entrada do que outros. Para observar isso com exemplos reais, é possível citar o setor de aviação e a indústria de restaurantes.

As companhias aéreas sofrem pouquíssima ameaça de novos entrantes, visto que se faz necessário um grande volume de capital para conseguir aviões e acesso à distribuição (isto é, permissões para operar determinados trechos utilizando determinados aeroportos).

Além disso, existem outros aspectos que dizem respeito a regulamentações governamentais de difícil obtenção, dentre vários outros fatores que configuram barreiras de entrada a este setor.

Por outro lado, é relativamente fácil entrar na indústria de restaurantes. Bastam apenas algumas ideias, um local e a habilidade para preparar refeições que as pessoas estejam dispostas a comprar.

As indústrias que apresentam barreiras para novos entrantes significativas tendem a ser mais atrativas, sendo fundamental avaliar entre as 5 forças de Porter.

No entanto, apenas o fato de ser de difícil entrada não faz com que as empresas desta indústria sejam necessariamente bons investimentos.

Outro ponto a se tomar cuidado é que empresas com grande barreira de entrada acabam por formar um oligopólio, ou seja, poucas empresas dominando todo um setor.

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Poder de barganha dos fornecedores

A segunda lei de Porter é impactada, sobretudo, pela concentração de fornecedores, diferenciação dos produtos e, por fim, pelo custo de troca.

Neste ponto, a indústria de aviação possui um número limitado de fabricantes de aeronaves (Boeing e Airbus são as duas principais).

Dessa forma, tipicamente, um grupo de fornecedores é mais poderoso quando é mais concentrado do que a indústria para a qual ele vende seus produtos. Sendo assim, a balança do poder pende para o lado dos fornecedores no caso da indústria da aviação.

Poder de barganha dos clientes

Os clientes têm maior poder quando existem relativamente poucos clientes, ou quando compram grandes volumes. Além disso, compradores também têm o poder ao seu lado se os produtos da indústria são considerados homogêneos ou padronizados.

Uma indústria que apresenta dificuldades em diferenciar seus produtos – em essência, um negócio de commodities – cede uma grande dose de poder aos seus clientes. Portanto, é uma das 5 forças de Porter e vale a pena fazer essa avaliação.

A indústria da aviação certamente não é atraente nesta dimensão. O fator mais relevante que contribui para a seleção da companhia aérea pelo seu cliente é o preço.

Este problema certamente se tornou mais exacerbado, nos últimos anos, com a proliferação de sites de viagem, cuja ideia central é trazer ao consumidor o menor preço.

Deste modo, as companhias aéreas começaram a tentar diferenciar seus produtos ao criar programas de fidelidade, além de oferecer benefícios aos viajantes frequentes. Estas inovações levaram a uma maior fidelidade, de fato.

No entanto, nesta indústria, ainda se observa que a balança do poder se inclina para o lado dos clientes.

Ameaça de produtos substitutos

Na quarta força de Porter, temos que um substituto é, simplesmente, outro produto ou serviço que executa a mesma função, porém por meios diferentes.

Neste sentido, é imediato observar que existem alternativas a viagens de avião, como trens, ônibus e automóveis. No entanto, poucos são substitutos efetivos.

Há algum tempo, muito se dizia que as videoconferências reduziriam viagens de negócios substancialmente.

Entretanto, apesar da promoção da tecnologia, o surgimento das chamadas de vídeo não foi capaz de reduzir a popularidade das viagens, com um breve período de pausa durante o distanciamento social.

Entre os exemplos de ameaça de produtos substitutos estão os streamings de vídeo e música, que substituíram as locadoras e os CDs físicos, por exemplo.

Outro exemplo bem popular é o do smartphone, o celular tecnológico que vem substituindo o computador em muitos lares.

Competição entre empresas existentes

Esta é a última força citada entre as 5 forças de Porter. Competição é, parcialmente, uma função do crescimento do setor, das barreiras de saída e da concentração atual no setor.

Se o crescimento da indústria em questão é lento, a competição tende a crescer à medida que as firmas competem entre si pelo market share existente, ao invés de buscar o crescimento do seu mercado na totalidade.

Altas barreiras de saída, oriundas, por exemplo, de ativos especializados, são responsáveis por aumentar a rivalidade entre competidores.

Neste aspecto, cabe introduzir que ativos especializados são aqueles cujo valor de aquisição é alto e o valor de venda é baixo, por serem de uso em atividades muito específicas.

Um alto número de competidores de porte similar também resulta em maior competição, já que nenhum deles é realmente visto como o líder da indústria.

O mercado das companhias aéreas é caracterizado por ampla rivalidade entre os competidores, gerando guerras de preços e consequente enfraquecimento de alguns participantes.

PLANILHA DA VIDA FINANCEIRA

Qual a importância das 5 Forças de Porter

Primeiramente, quando se faz uma análise da competição, muitos empresários olham para aqueles concorrentes mais diretos, que vendem o mesmo produto e miram no mesmo público.

No entanto, a importância do modelo de Porter está em mostrar que a competitividade vai muito além da concorrência direta.

Por exemplo: um produto ou serviço pode oferecer algo que torne outros produtos e serviços desnecessários, como foi o caso da Netflix e as locadoras tradicionais.

Além disso, o cliente pode querer barganhar mais o preço por causa da entrada de novos concorrentes.

Assim, fica claro que as 5 forças de Porter têm uma aplicação prática no contexto empresarial, sendo fundamental para mapear os diversos fatores que impactam uma empresa.

Assim, essa empresa pode se preparar para os novos desafios do mercado ou lutar para conquistar essas forças, conquistando posição estratégica no seu mercado e aumentando sua lucratividade.

Dessa forma, a análise setorial também ajuda na definição da estratégia da empresa, sendo fundamental em um mercado cada vez mais competitivo.

Você ainda tem alguma dúvida sobre as 5 forças de Porter e seu funcionamento? Comente abaixo para que possamos ajudar.

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ACESSO RÁPIDO
    Tiago Reis
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    1 comentário

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    • Ronaldo Sheldon 13 de janeiro de 2023
      Estes são importantes aspectos a serem levados em conta ao se analisar uma empresa pensando na perenidade dos resultados e, portanto, dos dividendos.Responder