Veja as 5 small caps que mais desvalorizaram em janeiro

Janeiro foi um mês de fortes volatilidade para os mercados financeiros globais. O ano começou no azul, com o Ibovespa conseguindo se recuperar da queda de 2020, mas os pregões do mês foram tomados por uma onda de pessimismo, com o índice acumulando três semanas seguidas de recuo. Algumas small caps, inclusive, estiveram entre as maiores baixas da Bolsa brasileira.

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As small caps, por serem tradicionalmente mais voláteis em momentos de desconforto dos investidores, sofreram com os dias de queda dos mercados. Aspectos conjunturais dos negócios também influenciaram o desempenho das empresas.

Com base no SMAL11, ETF que replica a carteira teórica de small caps do mercado, de acordo com seus critérios metodológicos, veja quais foram os cinco papéis que mais desvalorizaram em janeiro, salientando que esta matéria não é uma recomendação de investimento.

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As small caps que mais desvalorizaram neste mês

Dommo Energia

A Dommo Energia (DMMO3) é, na verdade, uma microcap que faz parte do SMAL11. Vale lembrar que a companhia levava o nome de OGX enquanto Eike Batista ainda era um dos controladores, tendo mudado de roupagem somente em 2017.

Oficialmente, empresa foi fundada em 2007 e abriu capital logo no ano seguinte, com a captação recorde de R$ 6,71 bilhões. A promessa em curso à época era de se tornar uma ‘mini Petrobras’, antes mesmo de extrair uma gota de petróleo.

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A empresa operou sobre o campo de Tubarão Martelo até 2013, ano em que teve de pedir recuperação judicial. Hoje, possui uma participação de 40% no bloco BS-4, localizado na Bacia de Santos, tendo iniciado sua produção em maio de 2018.

valor de mercado da Dommo é de R$ 301,78 milhões. Ao fim de janeiro, as ações caíram 30,71%, cotadas a R$ 0,97. Colaborou para a pressão dos preços a redução da participação dos fundos da gestora californiana Pimco.

Sanepar: destaque negativo das small caps por revisão tarifária

A Companhia de Saneamento do Paraná, também conhecida como Sanepar (SAPR11), é uma empresa de capital misto, controlada pelo governo do estado em questão. Fundada em 1960, atualmente a empresa tem mais de 7 mil funcionários e possui mais de 86 mil quilômetros de tubulações, entre distribuição de água potável e rede de esgoto.

Atualmente negocia a múltiplos baixos, como 6,12 vezes lucros, e EV/Ebitda de 4,64, ao passo que proporciona um dividend yield (DY) de 4,5%, tem um Retorno sobre Patrimônio Líquido (ROE) de 16% e margem bruta de 60,30%. No entanto, o pessimismo com a empresa neste mês ocorreu por outras razões.

Em meio aos reajustes de tarifas de serviços menores do que o esperado, as perspectivas de analistas do mercado sobre o futuro da empresa estão em xeque. Na noite da última quinta-feira (28), a XP Investimentos rebaixou a recomendação de compra para neutro, com preço-alvo de R$ 24,50.

Segundo os analistas, os anúncios tarifários são “muito negativos” para a companhia, a ponto de justificar o desconto encontrado nas ações em relação a seus pares do segmento.

As units da Sanepar encerraram janeiro com uma queda de 21,01%, a R$ 21,80. Nos últimos 12 meses, os papéis da companhia tombaram 32,71%.

Relação EV/Ebitda da Sanepar está nas mínimas históricas. Fonte: Economatica

IMC

A International Meal Company (MEAL3), ou IMC, uma das maiores companhias do setor alimentício da América Latina, viu seus investidores mais cautelosos neste mês.

A companhia foi notificada pelo KFC por um descumprimento de contrato, especificamente em relação às metas de curto prazo e abertura de lojas. A companhia, por sua vez, diz que não chegou a um acordo com a holding norte-americana.

Segundo o especialista em small caps da SUNO Research, Rodrigo Wainberg, “as operações em aeroportos brasileiros foram severamente afetadas, com retração no indicador SSS [vendas em mesmas lojas] de 76,6% frente ao terceiro trimestre. É um momento delicado para a companhia, mas ela tem mérito pelo seu controle de custos durante a crise”.

A IMC é a master franqueada do KFC no Brasil. Ela também controla as operações do Pizza Hut e Frango Assado. As ações da empresa caíram 16,59% em janeiro, terminando o mês negociadas a R$ 3,52.

Light

A Light (LIGT3) é uma empresa do segmento de energia elétrica com foco no Rio de Janeiro. A companhia opera nas três vertentes do setor: geração, distribuição e comercialização de energia. Ela é uma das centenárias brasileiras, tendo iniciado suas atividades em julho de 1899.

O novo presidente da companhia, Raimundo Nonato de Castro, afirmou recentemente que promete intensificar a desalavancagem financeira e, paralelamente, buscar uma saída para um problema antigo da concessão: as perdas por furto de energia.

“A Light opera num mercado complexo para o segmento de distribuição. No Rio, algumas áreas são inacessíveis aos técnicos para o desligamento de instalações ilegais que furtam energia, e a prática é razoavelmente comum no município. Por isso, é uma tarefa extremamente desafiadora para a gestão a redução de perdas não-técnicas”, justifica Wainberg.

Em janeiro, os papéis da empresa tiveram uma baixa de 15,77%, sendo negociados a R$ 20,56. O valor de mercado da empresa gira em torno de R$ 7,64 bilhões. Nesta semana, a companhia concluiu um aumento de capital na ordem de R$ 1,34 bilhão, através de uma oferta de ações. Os papéis caíram para preços próximos ao da emissão.

Helbor

A Helbor (HBOR3), ao longo de seus 42 anos de vida, diz ter desenvolvido “expertise significativa na área de incorporação de empreendimentos imobiliários com o desenvolvimento de mais de 240 projetos”.

Como o negócio da companhia está focado exclusivamente nas atividades de incorporação, a Helbor busca soluções para outras duas importantes atividades desse segmento – a construção e a venda. No terceiro trimestre do ano passado, a empresa lucrou R$ 15,17 milhões. O resultado do quarto trimestre será divulgado no dia 29 de março.

Neste mês, um importante fato mexeu com a empresa. Sua subsidiária, a HBR Realty (HBRE3) abriu seu capital na B3, após uma oferta restrita de ações que levantou R$ 729,6 milhões.

Desde o primeiro pregão do ano, as ações da Helbor caíram 15,11%, até encerraram o pregão da última sexta-feira (29) negociadas a R$ 10,11. A empresa foi a quinta das small caps que mais caíram no primeiro mês de 2021.

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Jader Lazarini

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