Grana na conta

Saques dos fundos multimercado somam R$ 42 bilhões em 2022

As perdas dos fundos multimercado já podem ser contabilizadas em bilhões neste começo de 2022. De acordo com os últimos dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), a fuga de capital dos fundos multimercado somaram R$ 42 bilhões de janeiro a março de 2022.

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Os resgates da categoria em janeiro somaram o maior montante visto em pelo menos seis anos, com os saques dos fundos multimercado chegando a R$ 19 bilhões. No trimestre, os valores foram de:

  • Janeiro: retirada recorde de R$ 19 bilhões;
  • Fevereiro: R$ 17,1 bilhões foram embora;
  • Março: melhora para saques de R$ 7,1 bilhões;

Segundo a Anbima, a debandada dos fundos multimercado foi a maior dentre as demais classes de fundos. A categoria que chegou mais próximo foi a de fundos de ações, que teve R$ 30 bilhões em saques no período.

Já outros fundos tiveram retiradas menores, como os de previdência, com perda de R$ 2,8 bilhões, e de fundos de ETFs (Exchange Traded Funds, na sigla em inglês), com R$ 1,6 bilhão de saída.

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Fundos com saldo positivo no primeiro trimestre

Na ponta oposta, de melhores captações no mercado de fundos, os destaques foram os cambiais e os fundos de renda fixa. Por serem mais conservadores, alinhados com os juros em alta, a busca pelos ativos teve mais captação no período de janeiro a março.

Os fundos de renda fixa tiveram uma forte captação líquida no período, de R$ 133 bilhões, enquanto os cambiais tiveram captação de R$ 1,3 bilhão.

No total, foram absorvidos no primeiro trimestre R$ 57,6 bilhões pelo setor.

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Mais capital na renda fixa, menos na bolsa

Segundo dados da B3 (B3SA3), o movimento de fuga de capitais também se verifica na Bolsa de Valores brasileira, com uma grande saída de recursos da renda variável.

O movimento é contrário ao verificado em 2020, quando o investidor foi atraído para o mercado de renda variável atrás de maiores ganhos, visto que os juros naquele período estavam em 2% ao ano, na mínima histórica por causa da pandemia.

Neste ano, a taxa Selic já chegou a 11,75% ao ano e deve fechar 2022 em 13%, segundo informações do Banco Central. Com isso, investidores migram para ativos de renda fixa, que pagam de acordo com os juros, em investimentos considerados mais seguros.

Se por um lado os brasileiros fogem dos riscos da renda variável e dos fundos de investimentos, os estrangeiros se sentem mais atraídos. Eles investiram R$ 73 bilhões na Bolsa no acumulado de 2022, segundo a B3 (B3SA3), um recorde no Brasil. Já os investidores pessoas físicas no Brasil sacaram mais de R$ 16 bilhões até aqui.

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Monique Lima

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