Radar: MXRF11 recua mais uma vez, Taurus (TASA4) aumenta capital e BlackRock passa a deter 5% do Banco Inter (BIDI4)

Após a decisão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre a distribuição de dividendos que não deve exceder o lucro contábil, os papéis do Fundo Imobiliário Maxi Renda (MXRF11) fecharam em queda de 1,04% nesta quinta-feira (27).

A decisão do colegiado da CVM — que não foi unânime — teve como base um processo em andamento do FII MXRF11.

Segundo a área técnica da autarquia, a administração do Maxi Renda vinha distribuindo aos cotistas rendimentos com base no lucro caixa do Fundo, mesmo quando esses valores excediam o lucro contábil. O que não poderia ser feito na classificação de rendimento e, sim, como amortização ou devolução do capital investido pelos cotistas.

Com isso, os papéis do MXRF11, por volta das 12h20, registravam queda de 1,87%, negociados a R$ 9,47. No último pregão, quarta-feira (26), o FII encerrou com baixa de 3,90%, com a cota valendo R$ 9,62. Portanto, na semana, o fundo acumula uma queda de 5,59%.

Conforme a CVM, até o momento, essa decisão se trata de um processo exclusivo do do FII MXRF11, mas o caso levanta um debate para todo o mercado de fundos imobiliários, visto que, caso a decisão seja validada, poderá ser replicada para todos os FIIs.

No entanto, a administração do FII MXRF11 vai recorrer da decisão e o processo ainda não foi concluído. Ou seja, a decisão pode mudar e, até lá, tudo continua igual.

Além de Maxi Renda, veja as notícias que movimentaram o noticiário nesta quinta:

Banco Inter (BIDI4): BlackRock passa a deter 5% da empresa e ações disparam

  • A BlackRock passou a deter 5,05% das ações do Banco Inter (BIDI4), segundo comunicado da noite de quarta-feira (27).
  • Segundo o comunicado, a BlackRock agora possui um montante de 64.874.119 ações preferenciais do Banco Inter, negociadas na bolsa sob o ticker BIDI4.
  • A BlackRock anunciou ainda que o objetivo das participações societárias é estritamente de investimento, sem visar alteração do controle acionário ou da estrutura administrativa do Inter, e que não foram fechados, pela BlackRock, contratos que regulem o exercício de direito de voto ou a compra e venda de valores mobiliários.
  • Também divulgou que não foram celebrados, pela BlackRock, quaisquer contratos ou acordos que regulem o exercício de direito de voto ou a compra e venda de valores mobiliários emitidos pelo banco Inter.
  • Nesse contexto de preços descontados, os analistas do BTG Pactual (BPAC11) veem oportunidade para que as ações alcancem R$ 36 nos próximos 12 meses.
  • O preço-alvo foi estipulado em relatório de equity research desta quarta (19). Neste mesmo dia, às 17h, as ações do Banco Inter sobem 7,44% desde o início do pregão – indo de R$ 20,70 para R$ 22,24.
  • Por vários momentos, as units BIDI11 estiveram no topo do Ibovespa, sendo a maior valorização na abertura do pregão em um dia de alta generalizada da bolsa e queda do dólar.
  • “Atualizando nossa visão para o ambiente mais desafiador e reiteramos a recomendação de compra. Desde que atingiu a máxima histórica de R$ 85 em julho de 2021, a ação caiu 76% em uma combinação de deterioração macro e maior custo de capital, que naturalmente impactaram nomes de alto crescimento com avaliações excelentes”, diz o documento do BTG Pactual.

Taurus (TASA4) aprova aumento de capital social e alcança R$ 308 milhões

  • Taurus (TASA4) divulgou nesta quinta-feira (27) que o Conselho de Administração aprovou o aumento do capital social da companhia. No total, o novo capital social é de R$ 308 milhões.
  • O aumento é de R$ 6 milhões, com a emissão de 988.749 novas ações preferenciais, com os mesmos direitos atribuídos às demais ações preferenciais já emitidas, com participação igual de condições aos benefícios, inclusive sobre dividendos e remuneração de capital.
  • O valor total do capital atualizado da Taurus é representado por 118.099.545 ações, sendo 46.445.314 ações ordinárias e 71.654.231 ações preferenciais.

Equatorial (EQTL3) fará follow-on para levantar até R$ 2,6 bilhões

  • A Equatorial (EQTL3) aprovou, após reunião do seu Conselho de Administração, a realização de oferta pública de distribuição primária de, inicialmente, 87,7 milhões de ações ordinárias de sua emissão.
  • Em comunicado, a Equatorial disse que a quantidade inicial da oferta pode ser acrescida em até 35% – ou 30,7 milhões de ações – a critério da companhia, em comum acordo com os coordenadores da transação.
  • Considerando a cotação de fechamento das ações EQTL3 no pregão de ontem, de R$ 22,16 por ação, a oferta restrita renderia cerca de R$ 1,94 bilhão, sem considerar as ações adicionais, e R$ 2,62 bilhões, considerando a colocação da totalidade das ações adicionais.
  • A precificação do follow-on da Equatorial deve ocorrer no dia 8 de fevereiro, segundo a elétrica. Por se tratar de oferta restrita, só terão acesso às ações investidores qualificados.
  • Citigroup, Credit Suisse, UBS BB, XP Investimentos e Goldman Sachs serão os coordenadores da oferta.
  • A Equatorial anunciou a aquisição da Echoenergia em outubro do ano passado, indicando que pagaria R$ 6,66 bilhões pela companhia controlada pelo fundo de private equity britânico Actis.
  • A oferta da companhia vem ao mesmo tempo em que leva adiante o negócio de olho nas fontes renováveis de energia. A empresa também promove processo de  desalavancagem de sua dívida, de olho em condições de disputar leilões de ativos esperados para este ano.

BRB (BSLI3) e Wiz (WIZS3) lançam BRB Seguros, joint venture de seguridade e capitalização

  • Banco de Brasília (BRB) (BSLI3) e a Wiz Soluções (WIZS3) lançaram na terça-feira (25) a BRB Seguros, uma joint venture entre as instituições que terá produtos de seguridade, capitalização, previdência e consórcio.
  • A parceria entre BRB e Wiz foi anunciada em abril do ano passado, com a informação de que a aliança entre as empresas teria prazo de 20 anos. As negociações para a joint venture foram concluídas em junho, e a Wiz concordou em comprar 50,1% das ações da nova corretora de seguros por R$ 585,2 milhões.
  • O BRB tem os 49,9% restantes e o controle de distribuição do BRB Seguros por meio de seus canais.
  • De acordo com nota divulgada pelo banco, a pretensão é de que o consumidor faça todos os processos relacionados ao seguro, da cotação ao pós-venda, em todos os canais do BRB.
  • Cerca de 270 profissionais começaram as atividades de melhoria dos produtos e serviços que a antiga Corretora do Banco de Brasília já oferecia.
  • “Seremos a única operação verdadeiramente multicanal completa do Brasil”, disse a diretora-presidente da BRB Seguros, Alexsandra Braga. Hoje, o BRB tem cerca de 4 milhões de clientes.
  • “Vamos ampliar e melhorar os canais para conhecer mais o cliente, entender o seu momento de vida e, assim, encantá-lo, oferecendo uma experiência inovadora e um portfólio de seguridade completo”, comentou o presidente do banco, Paulo Henrique Costa.
  • Para a Wiz, a parceria pode ajudar a alavancar negócios. “A BRB Seguros tem condições de se tornar, até o fim deste ano, uma referência em seguridade em canal bancário. Além de ser protagonista para a nova realidade de open insurance”, disse o CEO da empresa, Heverton Peixoto.

Apple (AAPL34): receita cresce 11% e lucro por ação vem acima do consenso;

  • A Apple (AAPL34) anunciou os resultados do primeiro trimestres fiscal de 2022, encerrado em dezembro do ano passado. A gigante de tecnologia reportou lucro líquido de  US$ 34,63 bilhões, ante os US$ 28,755 bilhões do mesmo período no ano anterior.
  • A empresa diz ter registrado, em comunicado, “um recorde histórico de receita de US$ 123,9 bilhões, um aumento de 11% ano a ano”, e lucro trimestral por ação diluída de US$ 2,10.
  • O resultado animou o mercado: as ações sobem 2,29% no after hours.
  • O CEO da Apple, Tim Cook, ressaltou: “Os resultados recordes deste trimestre foram possíveis graças à nossa linha de produtos e serviços mais inovadora de todos os tempos”. Acrescentou: “Os desafios da cadeia de suprimentos da empresa estão melhorando.”
  • Segundo a CNBC, a Apple superou as estimativas dos analistas para vendas em todas as categorias de produtos, exceto iPads. A receita aumentou 11% na comparação anual.
  • Eis os resultados, com as estimativas de consenso da Refinitiv, citadas pela CNBC:
  • Lucro por ação foi US$ 2,10 contra US$ 1,89 estimado, um aumento de 25% ano a ano.
  • Receita foi de US$ 123,9 bilhões acima dos US$ 118,66 bilhões projetados pelo mercado. Número representa aumento de 11% na comparação anual;
  • Receita do iPhone subiu para US$ 71,63 bilhões, anteUS$ 68,34 bilhões estimados — avanço de 9% ante 2021;

Do Maxi Renda a Apple, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.

Victória Anhesini

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