Radar: Banco do Brasil (BBAS3) é “queridinho” do BBA, Vale (VALE3) deve “sofrer” no balanço do 1T24 e Weg (WEGE3) divulga aumento bilionário de capital

Visando a próxima temporada de balanços, especialistas do Itaú BBA reiteraram seu otimismo com as ações do Banco do Brasil (BBAS3), destacando que os próximos números a serem divulgados devem ser um ‘gatilho positivo’.

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A projeção da casa é de que o lucro do Banco do Brasil chegue a R$ 9,4 bilhões no acumulado dos primeiros três meses de 2024.

“A temporada do primeiro trimestre deve ser um gatilho positivo. Não estamos negativos em relação ao Bradesco como estávamos no quarto trimestre de 2023, devido a ganhos sequencialmente melhores (também via provisões mais baixas), mas não há nada de extraordinário, dadas as receitas fracas”, observa a casa.

Os analistas esperam “resultados no geral positivos” para o setor financeiro no primeiro trimestre de 2024, e consideram que estamos em meio a uma correção mais ampla do mercado – a análise é de que isso provavelmente ajudará os investidores a ganharem confiança para escolher teses de crescimento sólido atraentes em termos de valuation.

O segmento de bancos é o que o BBA se mantém mais otimista e projeta expansão nos lucros com indicadores-chave sólidos.

Além das ações do Banco do Brasil, a casa mantém otimismo com Nubank (ROXO34).

As projeções para a fintech são de R$ 2 bilhões de lucro líquido no trimestre, com um Retorno Sobre Patrimônio Líquido (ROE) de 26% – o maior para o período em todo o setor financeiro.

Além de Banco do Brasil, confira outros destaques desta terça-feira:

Vale (VALE3) deve sofrer no balanço do 1T24: analistas preveem queda no lucro, com cenário fraco para o minério

  • Com o resultado previsto para ser divulgado nesta quarta-feira (24), depois do fechamento, o mercado espera que o 1T24 da Vale (VALE3) traga uma queda anual no lucro, em linha com um trimestre mais fraco para o minério e com perspectivas de um cenário ainda penoso ao longo do ano.
  • No quarto trimestre de 2023, a Vale (VALE3) reportou um lucro líquido de US$ 2,442 bilhões, valor 34,75% inferior ao anotado no mesmo período de 2022, quando o resultado foi de US$ 3,743 bilhões.
  • Em relatório, analistas da Genial Investimentos preveem um lucro líquido de US$ 1,6 bilhão para a Vale no 1T24, o que representaria uma queda de 34,7% em relação ao trimestre anterior e 20,7% em comparação ao mesmo intervalo do ano passado.
  • “A baixa maior do lucro líquido da Vale em relação ao Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ocorre em razão do aumento do ritmo de provisionamento, que deverá ser alocado na linha de acionistas não controladores, destinada a Samarco, joint venture que inclui a Vale e a BHP como sócias igualitárias (50% cada) e que operava a barragem de fundão rompida em 2015, em Mariana (MG)”, escrevem os analistas Igor Guedes, Lucas Bonventi e Rafael Chamadoira.
  • A Genial projeta uma receita líquida da Vale de US$ 8,5 bilhões, queda de 34,8% na base trimestral, mas 0,7% maior na base anual. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da Vale deve ficar em US$ 3,3 bilhões, queda de 46,7% na base trimestral e de 9,4% na base trimestral.

Weg (WEGE3) anuncia aumento de capital para R$ 7,5 bilhões; como vai funcionar?

  • A Weg (WEGE3) aprovou um novo aumento do capital social da companhia, que passará de R$ 6,504 bilhões para R$ 7,504 bilhões, ou seja, um adicional de R$ 1 bilhão.
  • O aumento de capital social da Weg vai acontecer por meio da incorporação de uma parcela do saldo da conta de reserva de lucros para investimentos, no montante de R$ 1 bilhão.
  • Desse modo, a alteração do capital social da companhia não prevê um aumento na quantidade de ações WEGE3.
  • As ações da companhia registraram uma desvalorização de 0,73% na sessão de hoje (23), cotadas a R$ 37,99. Assim, a empresa registrou sua terceira baixa consecutiva na Bolsa de Valores e acumula um desempenho negativo em 0,55% no mês de abril.
  • Caso as ações da Weg terminem no campo negativo em abril, elas interrompem duas altas mensais seguidas registradas em fevereiro e março de 2024. Considerando a cotação final de 2023, que foi de R$ 36,91, a performance deste ano é positiva em 2,926%.

Taesa (TAEE11) capta R$ 1,3 bilhão com emissão de debêntures

  • A Taesa (TAEE11) concluiu a captação de recursos de longo prazo da Companhia através da 15ª emissão de debêntures simples. A companhia detalhou o fato em comunicado ao mercado divulgado nesta terça-feira (23).
  • Essa emissão de debêntures da Taesa foi feira em duas séries e somou um valor total de R$ 1,3 bilhão.
  • “Os recursos captados pela Companhia por meio da integralização das Debêntures da Primeira Série serão utilizados para o resgate antecipado total ou a amortização antecipada extraordinária da 13ª (décima terceira) emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie quirografária, em série única, da Companhia”, diz o comunicado.
  • “Os recursos captados pela Companhia por meio da integralização das Debêntures da Segunda Série por sua vez, serão utilizados, única e exclusivamente, para investimento, pagamento futuro ou reembolso de gastos, despesas ou dívidas relacionadas aos projetos da Companhia, conforme detalhados na Escritura de Emissão”, completa a TAEE11.
  • A emissão foi feita pela Taesa em 15 de março de 2024 e os vencimentos serão em 2029 (primeira série) e 2034 (segunda série).

Analistas reduzem preço-alvo das ações da B3 (B3SA3) após desempenho da Bolsa; veja novo valor

  • O BB Investimentos (BB-BI) reduziu o preço-alvo das ações da B3 (B3SA3), empresa responsável pela administração da Bolsa de Valores brasileira, de R$ 15,60 para R$ 14,60 (com ações negociadas hoje a R$ 11). A revisão foi divulgada pelo banco ao mercado nesta terça-feira (23).
  • O BB-BI diz que essa decisão de baixar o preço-alvo das ações da B3 foi motivada por um conjunto de fatores que têm impactado o desempenho da companhia nos últimos meses. “Influenciada por um cenário distinto da expectativa da maior parte do mercado, a B3 apresentou baixos volumes médios negociados em seu principal segmento nos primeiros meses do ano”, afirma o relatório.
  • Esse cenário contrasta com a esperada retomada do apetite ao risco por parte dos investidores, impulsionada por dados econômicos mais robustos nos Estados Unidos, como indicadores positivos no mercado de trabalho.
  • A análise dos estrategistas também leva em consideração as implicações globais de uma possível manutenção dos juros americanos em níveis elevados por um período prolongado. Isso tem gerado reflexos no mercado financeiro internacional, afetando o fluxo de capital estrangeiro para o Brasil e contribuindo para um ambiente desafiador para empresas como a B3, conforme relatório.
  • No entanto, apesar dessa revisão para baixo, a recomendação de compra das ações da B3 foi mantida pelo banco de investimentos.

Receita do Nubank (ROXO34) pode crescer 63% no ano, em tri de destaque entre os concorrentes, diz XP

  • Aumentar sua participação na carteira de clientes tem sido uma manobra positiva para o Nubank (ROXO34), BTG Pactual (BPAC11) e outras instituições financeiras, afirma a XP.
  • Na temporada de balanço do primeiro trimestre (1T24), o setor bancário naturalmente espera menor atividade, devido aos feriados (como o Carnaval) e outros fatores.
  • Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre, analistas da XP, avaliam que apesar de ser um período historicamente mais lento, “ainda vemos a tese de focar no aumento da participação na carteira dos clientes ainda é válida” e impulsionou o crescimento de algumas marcas.
  • Entre elas, a research destaca ROXO34 (ex-NUBR33), BPAC11, BRBI11 e outros.
  • Os analistas da XP esperam “mais um trimestre de resultados positivos para o Nu”, com uma receita de US$ 2,6 bilhões (cerca de R$ 13,34 bilhões na cotação de hoje).
  • O valor representa uma alta na receita do Nubank de 63% superior em comparação ao mesmo período do ano anterior e 10% maior em relação ao trimestre imediatamente anterior (4T23).
  • Considerando um aumento nas perdas de crédito e nas despesas com juros, a casa espera que o lucro bruto cresça 9% no trimestre, atingindo US$ 1,2 bilhão (R$ 6,16 bilhões).

Ambev (ABEV3): Lucro líquido pode cair 29%, com Argentina e Canadá puxando resultado para baixo, prevê Genial

  • Em prévia dos resultados trimestrais da companhia produtora de bebidas Ambev (ABEV3), a Genial Investimentos projeta um “resultado sólido”, com um lucro líquido de R$ 3,2 bilhões. O valor, contudo, representa uma queda de 29,2% relação lucro do trimestre anterior (4T23).
  • Na comparação com o mesmo período do ano anterior (1T23), essa queda no lucro líquido seria de 16,1%.
  • O analista da Genial Lucas Bonventi, que assina o relatório, comenta que espera-se uma ligeira queda de top-line e uma pequena expansão de margens.”
  • Para a receita líquida, a Genial espera um resultado de R$ 19,8 bilhões, 0,9% menor que no 4T23 e 3,5% mais enxuto do que no 1T23.
  • Quanto ao Ebitda da Ambev, a casa aponta uma redução de 11,6% em relação ao 4T23, de R$ 6,3 bilhões (-2,0% em relação a 1T23).
  • O resultado do 1T24 da Ambev é esperado para o próximo dia 8 de maio.

Resultados do varejo: Casas Bahia (BHIA3) deve sofrer com balanço pressionado no 1T24, diz XP

  • Em relatório sobre as prévias para o varejo no 1T24, a XP (XPBR31) disse esperar outro trimestre desanimador para as companhias do setor, em meio a um ambiente macro ainda desafiador, mudanças fiscais e uma sazonalidade fraca. Para o banco, empresas como Casas Bahia (BHIA3) e Petz (PETZ3) devem ser os destaques negativos, em linha com a última pesquisa de consenso da XP.
  • Segundo a XP, os resultados de Casas Bahia (BHIA3) no primeiro trimestre de 2024 ainda devem ser impactados por sua reestruturação, enquanto seu principal concorrente, o Magazine Luiza (MGLU3), deve reportar melhora nas margens.
  • Para o segmento de e-commerce como um todo, a XP prevê que o crescimento de receita deve continuar fraco no 1T24, com a demanda por bens duráveis ainda pressionada pelo cenário macro.
  • Para as empresas de varejo alimentar, a XP espera que a aceleração da inflação alimentar contribua para a performance do setor, suportando uma aceleração de vendas mesmas lojas em comparação com o 4T23.
  • “A rentabilidade, alavancagem operacional e a maturação das conversões e expansão devem contribuir para melhora de margens de Assaí (ASAI3) e Grupo Mateus (GMAT3)“, escrevem os analistas Daniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer.
  • Já no segmento de varejo farma, a expectativa da XP é de que as vendas mesmas lojas maduras superem a inflação em todas as companhias, se beneficiando da forte demanda por produtos relacionados a Dengue/Covid e outras categorias. “Como resultado, esperamos ver expansão de margem operacional“, segue o relatório.
  • No segmento de consumo discricionário, a XP espera que o crescimento dos players de alta renda desacelere, impactado por ajustes tributários, demanda mais fraca do canal B2B e base de comparação normalizada.
  • Mas o banco enxerga que as empresas de baixa/média renda devem ter vendas mesmas lojas acelerando por ganho de volume, bem como expansão de margens com alavancagem operacional, enquanto os níveis de inadimplência devem continuar se estabilizando.
  • “Por fim, esperamos sinais de melhora em teses de transformação, como Alpargatas (ALPA4), Natura (NTCO3) e SBF (SBFG3), enquanto Petz (PETZ3) deve ser o destaque negativo, com um cenário competitivo ainda pressionado”, acrescenta a XP.
  • No geral, a instituição espera um trimestre fraco para o setor de varejo, com o cenário macro permanecendo como um desafio, enquanto ajustes tributários, como aumento das alíquotas de ICMS, cobrança de PIS/COFINS sobre subvenções e maiores alíquotas de imposto de renda devem impactar tanto o crescimento de receita quanto os níveis de rentabilidade.
  • “Além disso, destacamos que a Páscoa antecipada (em março versus em abril em 2023) beneficiou os supermercados, mas impactou o fluxo no varejo”, completa a casa.

Da Weg a Casas Bahia, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.

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João Vitor Jacintho

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