Magazine Luiza (MGLU3): 2023 será o ano da virada do preço da ação? Veja as perspectivas

O Magazine Luiza (MGLU3) se destaca como uma das maiores empresas de varejo do país. Apesar do grande alcance no meio físico e digital, as ações do Magalu entraram em um ciclo de queda desde novembro de 2020. Agora, muitos investidores se perguntam sobre as perspectivas para o Magazine Luiza para 2023.

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O Magazine Luiza, criado na década de 50, em Franca (SP), se tornou uma empresa orientada por ciclos de desenvolvimento.

A definição desses ciclos se iniciou na gestão de Luiza Helena Trajano como CEO do Magazine Luiza — e acontece até hoje.

Desde então, a varejista já passou pelo ciclo de expansão pelo interior brasileiro, pelo ingresso no mercado de São Paulo e pela consolidação como uma das principais empresas do segmento. Depois, buscou escala e abrangência regional por meio de aquisições, e passou por um ciclo de transformação digital.

A partir de 2019, o Magazine Luiza passou a se posicionar como uma plataforma digital de varejo. Esse ecossistema contribui para que outros negócios entrem no mundo digital.

A grande variação da cotação de MGLU3 na bolsa de valores

Em maio de 2011, o Magalu estreou na bolsa de valores brasileira. No primeiro pregão, as ações do Magazine Luiza valiam R$ 0,51.

No período de 2017 a fevereiro de 2020 — mês anterior ao começo da pandemia de coronavírus —, os ativos da empresa registraram uma tendência de alta. O preço da ação do Magazine Luiza saiu de valores abaixo de R$ 1 para mais de R$ 14.

Em meio aos temores relativos à covid-19, as ações do Magazine Luíza apresentaram queda entre fevereiro e março daquele ano. Neste intervalo, os ativos chegaram a ficar abaixo de R$ 8.

Contudo, mesmo em meio às restrições impostas pela pandemia, os papéis voltaram a disparar na bolsa de valores, saltando de R$ 7 para a máxima histórica de R$ 27, em novembro de 2020. Neste ciclo de alta, o Magazine Luíza contava com uma posição favorável em logística e digitalização.

Já deste período em diante, a ação do Magazine Luiza voltou a cair. A piora dos ativos acompanhou a deterioração macroeconômica. A varejista foi grandemente afetada pelo aumento da inflação e da taxa de juros, além do alto desemprego no país.

Cotação do Magazine Luiza na bolsa nos últimos 5 anos, segundo o Status Invest

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O que esperar para a ação do Magazine Luiza em 2023?

Ao Suno Notícias, a equipe de análise da Terra Investimentos, composta por Régis Chinchila e Luis Novaes, declara que o cenário base aponta para “mais um ano de resultados fracos” para as empresas varejistas.

Os analistas justificam que “os principais fatores que pressionaram o setor no último ano devem continuar pressionando. Para o próximo ano, a inflação deve se manter alta, em razão da manutenção dos auxílios e governo revendo algumas renúncias fiscais”.

O mercado financeiro espera que a inflação termine 2023 em 5,01%, segundo o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central no dia 21 de novembro.

A equipe de análise também acredita que as empresas concorrentes no e-commerce, como a Amazon (AMZO34) e a Shoppe, também devem ser pressionadas no ano que vem.

Eles citam que essas duas companhias apresentaram dificuldades neste ano. “Ou seja, o varejo como um todo está em ritmo lento de crescimento”, afirmam.

O analista da Inv, João Abdouni, em entrevista ao Suno Notícias, declara que, como um todo, as perspectivas para o varejo em 2023 “são difíceis” — especialmente para o varejo de eletroeletrônico, que vende produtos em grandes números de parcelas aos consumidores.

Ele destaca que a taxa básica de juros da economia, a Selic, está em quase 14% ao ano. Esses juros elevados reduzem o apetite de crescer, tanto por parte do consumidor quanto da varejista.

Com relação às perspectivas para o Magazine Luiza em 2023, Abdouni alega que o cenário para o próximo ano “é desafiador e a concorrência piora essa situação”.

Como as vendas do Magalu devem reagir?

No fim deste ano, houve um alívio da inflação. Apesar disso, a equipe da Terra Investimentos considera que o varejo não registrou bons resultados — mesmo diante da grande expectativa por parte dos investidores.

“Agora, as expectativas são menores, esperando que o setor apresente uma recuperação lenta durante o ano”, afirmam.

O analista da Inv, por sua vez, prevê que o Magazine Luiza “tenha bastante dificuldade para crescer seu volume de vendas, pois a companhia tem adotado uma estratégia de reduzir o número de abertura de lojas, por precisar tomar capital emprestado, uma vez que as ações não estão mais tão valorizadas quanto antigamente para fazer follow-on”.

“Isso pode prejudicar o resultado das empresas, a menos que taxa de juros comece a cair um pouco”, ressalta.

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O que esperar para as ações do Magazine Luiza?

Na visão dos analistas da Terra Investimentos, além dos resultados, algumas mudanças quanto à perspectiva podem influenciar na cotação das empresas do varejo, como: a desaceleração da inflação, a volta da queda da taxa de juros, o governo anunciar medidas que beneficiem o varejo.

Entretanto, os analistas não acreditam que estes fatos realmente acontecerão no primeiro semestre do ano que vem.

No terceiro trimestre deste ano, o Magazine Luiza reportou um prejuízo líquido de R$ 166,8 milhões. No mesmo período do ano passado, a empresa tinha apresentado um lucro de R$ 143,5 milhões. O resultado foi, especialmente, afetado pelo crescimento das despesas financeiras.

Após a divulgação dos resultados financeiros do 3T22, os analistas do BTG Pactual, em relatório, afirmaram que as ações do Magazine devem manter a volatilidade nos próximos meses.

A casa de análise acredita que a pressão no curto prazo deve ocorrer por:

  • crescimento mais fraco do GMV (vendas totais) online, apesar dos ventos favoráveis para categorias altamente cíclicas como eletroeletrônicos, eletrodomésticos e baixa (mas crescente) penetração do negócio 3P no GMV online;
  • fraco desempenho da operação de lojas físicas que seguem gerando desalavancagem operacional;
  • impacto das taxas de juros ainda altas no país (levando a maior inadimplência nos próximos trimestres) nos resultados da Luizacred; e
  • maior custo de captação para descontar os recebíveis, afetando o resultado financeiro e o lucro líquido.

Sobre se vale a pena investir no Magazine Luiza, os analistas do BTG Pactual, depois da divulgação do balanço do terceiro trimestre, apresentaram recomendação de “compra” para os ativos, com preço justo da ação do Magalu em R$ 7.

Já a XP Investimentos tem preço-alvo de R$ 4,5 para a ação da empresa, com recomendação neutra, segundo relatório divulgado em 11 de novembro, após os resultados trimestrais.

Como investir nas ações do Magazine Luiza?

Para investir em ações, o interessado deve abrir conta em alguma corretora de valores autorizada a operar no país. Essa instituição fará o intermédio entre o investidor e a bolsa de valores.

Após a abertura, a pessoa deverá transferir valores para essa conta que foi aberta. Com essa quantia, será possível investir no Magazine Luiza, por exemplo.

O passo seguinte será o envio da ordem de compra das ações do Magazine Luiza. As ações ordinárias da varejista são negociadas pelo código MGLU3.

As ações são separadas em dois tipos de lotes: o padrão e o fracionado. O lote padrão representa um número mínimo de ativos que podem ser comprados. Este lote possui 100 ações.

O lote fracionado, sua vez, possibilita a compra de 1 a 99 ações. Para isso, o investidor deve inserir a letra F no final do código (MGLU3F, por exemplo, no caso do Magazine Luiza), com o número de ações de preferência.

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Silvio Suehiro

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