Magazine Luiza (MGLU3) está descontada, mas analistas rebaixam recomendação. Por quê?

A Genial Investimentos analisou o cenário macroeconômico para o setor de varejo e e-commerce para os próximos anos e a questão que surge é: está na hora de comprar Magazine Luiza (MGLU3)?

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Os analistas alteraram a recomendação para as ações do Magazine Luiza, e rebaixaram os papéis para “manter”, similar ao neutro. O preço-alvo estimado para 2023 é de R$ 5,20, com potencial de valorização de 24% diante do preço de fechamento da terça-feira (27).

Os motivos que explicam a alteração na classificação são:

  • As lojas físicas ainda possuem uma produtividade abaixo do esperado, o que deve desfavorecer as margens da companhia;
  • Há desconto do papel, por parte da curva de juros, que não deve ser corrigido totalmente nos múltiplos históricos.

Neste segundo motivo, a Genial afirma que a correção não deve ocorrer em sua integridade pela assimetria de preço que o Magazine Luiza carrega sobre os outros dois principais players — Via (VIIA3) e Americanas (AMER3) — pelo seu e-commerce.

“As vantagens competitivas da empresa nos canais digitais não são traduzidas em resultado nos mesmos níveis observados nos múltiplos que a companhia negociou historicamente, tornando então, injustificável seu valuation mais caro, diminuído a margem de segurança no papel na reprecificação que está por vir”, pontua o texto.

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Ao considerar a forte queda do papel em 2022, acumulando uma perda acima de 30%, a visão dos analistas é de que os múltiplos para a ação vistos em 2020 eram exagerados. “Apesar de possuir um e-commerce mais desenvolvido que os outros dois players, não acreditamos que as vantagens competitivas do marketplace da companhia justificam múltiplos muito mais elevados do que a Via, por exemplo”, destacam, em texto.

Hoje, a Genial vê as ações do Magazine Luiza como descontadas, ao menos em relação a múltiplos históricos.

Em 2020, a empresa chegou a negociar a 106,5 vezes seu Enterprise Value/Ebitda, com um EV/GMV (volume bruto de mercadorias) de 3,7 vezes. Para efeitos de comparação, dentro do mesmo ano, a Via apresentou múltiplos de 12,3 vezes e 0,9 vez, respectivamente.

Portanto, a atualização dos modelos de valuation para Magazine Luiza vem por meio do entendimento de que a empresa de varejo não vai voltar a negociar perto desse patamar novamente.

Os analistas acreditam que a queda do papel colaborou para o processo de normalização da precificação em valores mais justos se comparado aos seus pares, “o que retira parte da margem de segurança que víamos no papel em relação ao desconto do setor de varejo pela curva de juros.”

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“Acreditamos que estamos vivenciando o topo de ciclo dos juros e que em 2023 devemos ver uma queda na Selic. Nesse cenário, o mercado deverá corrigir para cima o preço das varejistas para retornar o setor como um todo (vestuário, bens de consumo duráveis/e-commerce e supermercados) a valores mais próximos dos múltiplos históricos”, diz o relatório.

Desta forma, como a Genial não vê indícios que o Magazine Luiza voltará a negociar nos mesmos níveis, a tendência é de que haja uma correção menor para o papel, ao contrário de Via (VIIA3) e Americanas (AMER3).

Por fim, ressaltam que há vantagens competitivas no e-commerce do Magazine Luiza, e que o valuation atual já precifica corretamente as tais. Por isso, preferem adotar uma postura neutra no ativo.

Cotação do Magazine Luiza

As ações do Magazine Luiza encerraram o pregão desta quarta-feira (28) em alta de 3,59%, a R$ 4,33.

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Victória Anhesini

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