Ibovespa cai 0,59% e fecha aos 111 mil pontos; Americanas (AMER3) derrete e Magazine Luiza (MGLU3) lidera altas

Ibovespa hoje (12) encerrou o pregão em queda de 0,59% aos 111.850,22 pontos, após oscilar entre 113.128,80 e 110.981,59 pontos. O volume financeiro do dia somou R$ 32,4 bilhões.

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Em um dia conturbado com ações em leilão da Americanas (AMER3), a bolsa brasileira chegou a operar no positivo, subindo 0,15%. Às 17h, o índice da B3 voltou ao negativo, caindo 0,67%, aos 111.697 pontos. O pregão foi marcado pelo anúncio da véspera, da varejista, de que descobriu um rombo de R$ 20 bilhões nos seus balanços.

Assim, no Ibovespa hoje, a ponta negativa do índice foi dominada por varejistas, com Via (VIIA3) em queda na faixa dos 5%. Apesar disso, os ativos da Magazine Luiza (MGLU3) representaram o maior avanço do dia no Ibovespa, fechando o pregão com alta de 5,61%. Já a Renner (LREN3) avançou 2,02%, quinto maior ganho do índice nesta quinta.

No Ibovespa hoje, com a repercussão do rombo financeiro na Americanas, os papéis de bancos foram puxados pela queda. O BTG Pactual (BPAC11) figurou na sétima maior queda do pregão, em 3,95%, enquanto Santander (SANB11), Bradesco (BBDC4) e Itaú Unibanco (ITUB4) recuaram 3,08%, 2,34% e 1,40%, respectivamente.

Já no radar político, os investidores aguardaram até o final do dia para saber as novas medidas econômicas envolvendo ICMS e PIS/Cofins anunciadas por Fernando Haddad, ministro da Fazenda. Segundo ele, haverá ajuste fiscal com foco em aumento de arrecadação e o governo prevê superávit em 2023.

No fechamento, o índice de consumo (ICON) ainda mostrou perda de 2,42%. Porém, houve desempenho favorável dos materiais básicos (IMAT +0,62%), sendo o contraponto à pressão negativa vista também no setor financeiro na sessão. Vale (VALE3) subiu hoje 0,53% e Petrobras (PETR4;PETR3) avançou 1,44 e 0,54%, respectivamente.

Os contratos futuros líquidos do petróleo fecharam em alta novamente com a expectativa da reabertura econômica da China. O petróleo WTI avançou 0,76%, a US$ 77,99 o barril, enquanto o Brent fechou em alta de 0,70%, a US$ 83,25 o barril. Na bolsa de Dalian, o minério de ferro teve alta de 1,36%, a US$ 126,70.

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Altas nas bolsas internacionais

Já as bolsas internacionais fecharam em alta nesta quinta-feira. O Dow Jones subiu 0,64%, S&P avançou 0,34% e Nasdaq ganhou 0,64%. Por outro lado, o dólar fechou em baixa de 1,55%, a R$ 5,1005, após oscilar entre R$ 5,0694 e R$ 5,1893.

Além disso, o CPI dos EUA recuou 0,1% em dezembro ante novembro, segundo informou hoje o Departamento do Trabalho. O resultado ficou ligeiramente abaixo da mediana das estimativas de analistas consultados, que previam estabilidade do indicador. Na comparação anual, o avanço foi de 6,5%, uma desaceleração em relação ao ganho de 7,1% de novembro.

O dado impôs forte pressão ao dólar e as perdas se intensificaram ao longo da tarde, em meio a declarações de dirigentes do Fed. O presidente da distrital do BC americano na Filadélfia, Patrick Harker, expressou hoje apoio a um aumento mais brando de 25 pontos-base na próxima reunião. O líder da regional de Richmond, Thomas Barkin, por sua vez, indicou que pode haver um ritmo mais “gradual” de arrocho monetário.

“O dólar lá fora cai, principalmente, pela expectativa de uma alta menor nos juros. A próxima alta será de 25 p.p, e não mais 50 p.p — o que traz alívio para o mercado. Com isso, o dólar se desvaloriza assim como os títulos lá fora também”, explica Rodrigo Cohen, analista CNPI e co-fundador da Escola de Investimento.

Além disso, segundo o analista Joseph Manimbo, da Convera, a tendência de que o Fed reduza o ritmo de alta de juros deve pesar sobre o câmbio. “O dólar pode ter sua queda desacelerada, dado que a inflação ano a ano — tanto a manchete quanto o núcleo — não surpreendeu para o lado negativo”, pondera.

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Europa também registrou ganhos

Também fecharam em alta todas as bolsas europeias nesta quinta-feira, fato que estendeu os ganhos da semana, após o índice de preços ao consumidor (CP) dos EUA confirmar a desaceleração da inflação em dezembro.

Os avanços ficaram da seguinte maneira: Frankfurt (DAX) em +0,74%, Lisboa (PSI 20) em 1,21%, Londres (FTSE 100) em +0,41%, Madri (IBEX 35) em +1,17%, Milão (FTSE MIB) em +0,89%, e Paris (CAC 40) em +0,74%. A única queda foi em Moscou (MOEX), em -0,05%

Junto a isso, nesta quinta a Eurásia indicou, em relatório para clientes, que a queda no preço do gás na Europa poderá ser o suficiente para “aliviar” a indústria. No entanto, a alta pressão sobre os custos de energia ainda afetará consumidores pequenos, como famílias e o setor varejista.

Notícias que movimentaram a Bolsa de Valores hoje

  • Ações da Americanas desabam 76% e passam o dia em leilão
  • BTG Pactual puxa queda de ‘bancos do varejo’ no Ibovespa
  • Haddad anuncia ajuste fiscal com foco em aumento de arrecadação

Rombo na Americanas: ações desabam 76% e passam o dia em leilão

As “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões caíram como uma bomba na Americanas. Nesta quinta (12), as ações da companhia entraram em leilão depois de uma queda de 90%, um dia após a divulgação do rombo bilionário da varejista.

As negociações foram suspensas. As ações, que voltaram a ser negociadas às 14h30, depois de uma interrupção de mais de 3 horas, passaram o dia em leilão. Operam em queda de 76% perto do fechamento.

As ações da Americanas chegaram a reabrir a R$ 2,44 (tombo de 79,67%), às 14h39, mas, em seguida, entraram em leilão novamente.

Às 14h50, tiveram as negociações reabertas — para, mais uma vez, seguirem para leilão. E, às 15h05, de volta ao pregão a R$ 2,63, com queda de 78%, retornaram a leilão.

Ontem (11), as ações da Americanas fecharam o dia em alta de 0,76%, sendo negociadas a R$ 12. Segundo o Status Invest, neste mês, os papéis já acumulavam uma alta de 32,89%. Nos últimos doze meses, as ações da varejista amargaram uma desvalorização de 58,55%.

O que pensam os investidores?

“A inconsistência foi muito grande, muito robusta, o que pode resultar em patrimônio líquido negativo, passivo a descoberto, no momento em que, com a ação em mínimas históricas, precisaria ir a mercado para fazer um ‘follow on’, em situação desfavorável não apenas para a empresa, mas ruim também para a captação de recursos em geral”, diz José Eduardo Daronco, analista da Suno Research.

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BTG Pactual puxa queda de ‘bancos do varejo’ no Ibovespa

As ações de bancos com exposição a varejo, como o BTG Pactual e o Santander , caíram 3,95% e 3,08% nesta quinta-feira (12) após o escândalo contábil da Americanas.

Analistas do Bradesco BBI destacam que o BTG e o Santander tem 7% das suas respectivas carteiras de crédito atreladas ao segmento de varejo.

Vale destacar que trata-se de uma conjectura do mercado, dado que ainda não está claro qual banco teria uma exposição concreta às operações não contabilizadas da Americanas.

Em queda menor, o Bradesco (BBDC4) cai 1,5%, tendo uma exposição de 5,9% da sua carteira de crédito ao varejo, segundo seu último balanço financeiro.

Banco Pan (BPAN4), que fica sob o guarda-chuva do BTG Pactual, cai 2,5% por sua vez.

Haddad anuncia ajuste fiscal com foco em aumento de arrecadação

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta quinta-feira (12) um pacote econômico que prevê um ajuste fiscal com base no aumento da arrecadação.

O objetivo é transformar o déficit primário de R$ 231,5 bilhões estimado para 2023 em um superávit de R$ 11,13 bilhões. Ocorreria um ajuste de R$ 242,6 bilhões, o equivalente a 2,26% do Produto Interno Bruto (PIB).

As ações econômicas propostas por Haddad são dividas em quatro grupos:

  • Reestimativa de receitas (R$ 36,4 bilhões);
  • Ações de receitas permanentes (R$ 83,2 bilhões);
  • Ações de receitas extraordinárias (R$ 73 bilhões)
  • Redução de despesas (R$ 50 bilhões).

O que pensam os investidores?

“O mercado aguardava as medidas fiscais do ministro da Fazenda, Fernando Haddad”, diz Rafael Azevedo, especialista em renda variável da Blue3. Mas, ao serem anunciadas nesta tarde, foram recebidas a princípio como um ‘não evento’.

“Sem fazer preço nos ativos, tampouco permitindo que o Ibovespa mudasse de sinal, já negativo – aliás, trajetória moderadamente aguçada após os anúncios, mesmo com a promessa de superávit primário de R$ 11 bilhões para o ano”, afirma.

Já o especialista da Valor Investimentos, Charo Alves, destaca a preocupação do governo. “As medidas do governo demonstram um grau de preocupação em ajustar as contas públicas, o que tem efeito positivo. O mercado já precifica uma queda mais forte da Selic à frente”, afirma.

Maiores altas do Ibovespa:

Maiores baixas do Ibovespa:

Fechamento dos outros índices brasileiros

  • Small Caps (SMLL): -2,49%
  • BDRs (BDRX): -0,75%
  • Fundos Imobiliários (IFIX): -0,20%

Cotação do Ibovespa nesta quinta-feira (1a)

Ibovespa fechou o pregão desta quinta-feira (11) em queda de 0,59% aos 111.850,22 pontos.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Janize Colaço

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