Grana na conta

EUA: CPI cai 0,1% em dezembro ante novembro

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos caiu 0,1% em dezembro ante novembro, segundo dados com ajustes sazonais publicados nesta quinta-feira, 12, pelo Departamento do Trabalho.

O indicador CPI ficou abaixo da mediana de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de CPI estável no mês passado.

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Apenas o núcleo do CPI, que exclui os voláteis preços de alimentos e energia, subiu 0,3% na comparação mensal de dezembro, vindo em linha com o consenso do mercado.

Na comparação anual, o CPI dos EUA subiu 6,5% em dezembro, desacelerando em relação ao ganho de 7,1% de novembro.

Já o núcleo do CPI teve incremento anual de 5,7% no mês passado, perdendo força ante o avanço de 6% de novembro.

Ambas as leituras anuais também ficaram em linha com as previsões de analistas.

“CPI valida a postura do Fed de manter aperto monetário”

Carlos Vaz, CEO da Conti Capital, gestora de investimentos nos EUA, comenta: “As condições financeiras ficam restritas quando os juros sobem e o Federal Reserve (Fed), vem tentando mantê-las assim para desaquecer a economia, isto está claro para todo mercado. Embora o Índice de Preços ao Consumidor (IPC ou CPI, na sigla em Inglês) tenha diminuído mais um pouco em relação ao mês de novembro, na projeção do mercado, ainda está muito acima da meta anual de 2% que o Fed deseja.”

Conti complementa: “Isso valida a postura anunciada pelo banco central americano, no sentido de manter o aperto monetário, já que a expectativa é alcançar juros anualizados em um patamar entre 5% ou 5,5% em 2023, para só então frear o ritmo mais contracionista em relação às taxas.”

O especialista imagina que esse movimento possa acontecer mais perto do último trimestre deste ano, ou ainda no início de 2024, quando se espera que a inflação dos EUA tenha diminuído, se não ao nível da meta desejada, ao menos mais próximo disso.

“Com isso, em resumo, imagino que o IPC deve continuar caindo, porém, gradativamente, quase que a conta-gotas nos próximos 3 meses, apesar de dar alguma margem para que a autoridade monetária dos EUA avalie aumentos mais brandos na taxa de juros, combinando o índice de preços com outros dados igualmente relevantes”, conclui.

João Lucas Tonello, analista de investimentos da Benndorf Research afirma que, com os números, o mercado sente-se aliviado por um lado, onde havia bastante receio de uma aceleração da inflação dos EUA, o que poderia trazer mercado para baixo e dólar para cima.

“Todavia, os números alinhados mostram que a inflação ainda não foi vencida e os membros do FOMC precisam ficar atentos aos próximos números para permanecer com a inflação sobre controle”, alertou Tonello sobre o CPI dos EUA.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

Ana Clara Macedo

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