Grana na conta

Ibovespa fecha em alta de 0,58% na expectativa do Copom; Petrobras (PETR4) e Itaú (ITUB4) sobem e Suzano (SUZB3) lidera quedas

O Ibovespa fechou em alta de 0,58% aos 129.210,48 pontos nesta terça-feira (07), entre a mínima de 128.463,56 e a máxima de 129.745,03. O volume financeiro do dia foi de R$ 23,2 bilhões.

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Após ter fechado a sessão anterior pouco abaixo da estabilidade, em meio a preocupações sobre a situação fiscal doméstica, o Ibovespa hoje retomou a trajetória positiva na véspera da decisão do Copom sobre a Selic.

Na semana, o Ibovespa avança 0,55% e, no mês, ganha 2,61%, limitando as perdas do ano a 3,71%. O índice da B3 fechou nesta terça no maior nível desde 9 de abril, então perto dos 129,9 mil pontos.

“A recuperação vista nos ativos domésticos continua a ter como pano de fundo a descompressão derivada da leitura abaixo do esperado para os dados do mercado de trabalho americano, na sexta passada, com efeito sobre os juros globais”, diz Rodrigo Ashikawa, economista da Principal Claritas.

“Hoje, houve de certa forma uma reconexão ao humor de fora, após um dia mais pressionado, ontem, para os juros futuros domésticos, com o câmbio também conseguindo acompanhar essa melhora na margem”, acrescenta o economista, referindo-se ao impacto dos eventos climáticos no Rio Grande do Sul, que pressionaram os ativos domésticos na segunda-feira.

“Há a questão fiscal, aqui, e os investidores acabam especulando o quanto de dinheiro o governo precisará investir. É lógico que precisa ser resolvido o mais rápido possível, mas isso acaba se refletindo na curva de juros” doméstica, como se viu na terça, observa Pedro Coutinho, sócio da The Hill Capital.

Com a relativa distensão na sessão desta terça-feira, o Ibovespa buscou se reaproximar do limiar dos 130 mil pontos, não visto no intradia desde 29 de fevereiro.

“O Ibovespa trabalhou em alta com parte dos bancos, além de Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4), acompanhando o bom humor dos mercados globais e a continuidade do fechamento da curva de juros após o forte estresse nas últimas semanas”, diz Elcio Cardozo, sócio da Matriz Capital. “O Itaú (ITUB4) reportou balanço do primeiro trimestre bastante sólido, o que agradou os investidores, e o UBS elevou o preço-alvo da ADR da Vale negociada em Nova York, de US$ 13 para US$ 15”, acrescenta.

Dessa forma, entre os grandes bancos, destaque nesta terça para Itaú (ITUB4), em alta de 2,07%, em dia negativo para Santander (SANB11, -0,34%) e Banco do Brasil (BBAS3, -0,32%, na mínima do dia no fechamento).

Balanços no radar

Hoje, o mercado de ações brasileiro repercutiu os resultados do 1T24, com destaque para Vamos (VAMO3), Rede D’Or (RDOR3) e Vivara (VIVA3) como as maiores altas do Ibovespa, impulsionadas pelos seus balanços.

Por outro lado, Suzano (SUZB3) caiu mais de 12% devido a rumores de aquisição da International Paper, enquanto Vale (VALE3) teve um dia instável com o pedido de cobrança judicial de R$ 80 bilhões pelo desastre de Mariana.

Além disso, os investidores continuam atentos aos impactos da crise climática no Rio Grande do Sul e às ações do governo para mitigar as consequências das enchentes. 

O Copom (Comitê de Política Monetária) amanhã anunciará sua decisão sobre a taxa básica de juros, com duvida entre o corte de 0,25 ponto percentual ou um corte maior de 0,50 ponto percentual.

Diante disso, a Petrobras (PETR4) fechou sessão com as ações preferenciais em alta de 1,05%, cotadas a R$ 40,58. Já as ações ordinárias da Petrobras (PETR3) também tiveram alta de 2,18%, a R$ 43,14. A Vale (VALE3) subiu 0,39%, cotada a R$ 64,43 – , mesmo sem a contribuição dos preços do petróleo e do minério de ferro, em baixa nesta terça-feira.

Os contratos do petróleo Brent, com vencimento em junho, encerraram o dia com queda de 0,20%, a US$ 83,16 o barril na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres. 

A maior alta do Ibov foi da Vamos (VAMO3), +12,26% a R$ 8,24. Rede D’Or, +8,58% a R$ 29,75, e BRF (BRFS3), +4,78% a R$ 16,87, completam o top-3.

Na ponta negativa do índice Bovespa, a Suzano (SUZB3) liderou as perdas com -12,75% a R$ 52,06, seguida por IRB (IRBR3), -8,47% a R$ 39,35, Klabin (KLBN11), -7,60% a R$ 21,16, e TIM (TIMS3), -6,20%, a R$ 17,40.

Bolsas de NY fecham mistas

As Bolsas de Valores dos Estados Unidos fecharam mista hoje:

  • S&P 500: +0,13%, aos 5.187,69 pontos;
  • Dow Jones: +0,08%, aos 38.883,80 pontos;
  • Nasdaq: -0,10%, aos 16.332,56 pontos.

As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta nesta terça-feira (07), após Wall Street acumular ganhos por mais um pregão.

Na Oceania, a bolsa australiana seguiu Wall Street e a maioria das asiáticas e ficou no azul, também na esteira de decisão do RBA – como é conhecido o BC local – de deixar seu juro básico em 4,35%, nível em que se encontra desde novembro do ano passado. O S&P/ASX 200 avançou 1,44% em Sydney, a 7.793,30 pontos.

O dólar à vista fecha em baixa de 0,13%, a R$ 5,0673, após oscilar entre R$ 5,0494 e R$ 5,0842.

Maiores altas e quedas do Ibovespa hoje

O que movimentou o mercado hoje?

Hoje, Ibovespa fechou em alta, influenciado pelo desempenho dos principais bancos, além da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR4), acompanhando o bom humor dos mercados globais e a continuidade do fechamento da curva de juros após o forte stress na curva nas últimas semanas. 

“A gente teve um número muito bom de superávit de R$ 1,2 bilhão em março, dado que acabou ofuscado por toda a preocupação com a tragédia do Rio Grande do Sul. O mercado especula, agora, o que vai precisar ser feito, quais serão os gastos”, explica Pedro Marinho Coutinho, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital. 

Entre as altas de hoje, Hapvida, Rede D’Or e Prio se destacaram pela perspectiva de bons resultados. 

“A Rede D’Or apresentou um balanço bem interessante, motivo pelo qual subiu forte hoje. O lucro líquido da rede de hospitais foi de R$ 840,3 milhões, ante uma expectativa de R$ 658 mi no trimestre. O Ebitda teve um aumento relevante na base anual, subindo 42% em relação ao 1T23”, comenta Elcio Cardozo, da Matriz Capital. 

A Vamos também avançou, após reportar um lucro líquido de R$ 183 milhões no 1T24, cerca de 10% acima das estimativas de mercado.  “Na esteira, a Simpar (SIMH3) também subiu forte hoje, influenciada pelo balanço de Vamos. A Simpar é uma holding de diversas empresas no setor de transporte e logística e, dentre estas empresas que compõem a holding, está a Vamos”, explica Cardozo. 

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Entre as quedas, figuraram ações ligadas à proteína como Marfrig (MRFG3) e JBS (JBSS3), muito por causa da preocupação com a tragédia do Rio Grande do Sul. 

“Essa tragédia pode trazer uma pressão inflacionária. A produção nacional de soja é muito forte no estado que pode ter sido perdida. E essa perda pode ocasionar aumento de preços. Tudo isso também ajudou na questão do estresse do mercado e da nossa abertura da curva de juros hoje”, comenta Coutinho. 

A maior queda do IBOV hoje foi da Suzano, que caiu mais de 12%. A empresa fez uma oferta à International Paper de quase US$ 15 bilhões, equivalente a US$ 42 por ação da empresa. Esta movimentação aparentemente não agradou ao mercado, haja vista que esta oferta é praticamente o valor de mercado da própria SUZB3. 

“Outra queda relevante no IBOV hoje foi da IRBR3. Em relatório divulgado pelo JP Morgan, foi avaliado que a IRBR3 está altamente exposta às questões que assolam o Rio Grande do Sul”, acrescenta Cardozo.

O que esperar amanhã da decisão do Copom?

Os juros futuros brasileiros caíram hoje, nas vésperas do Copom. Este movimento de queda é influenciado, segundo Cardozo, pela queda dos treasuries norte-americanos. 

“As taxas nos EUA passaram a cair após a divulgação de dados econômicos na semana passada, que indicam uma possível desaceleração da economia e controle inflacionário. No Brasil, aumentou também a expectativa de corte de 50bps na reunião do Copom, que se encerrará amanhã. Até semana passada, era quase consenso no mercado o corte de apenas 25bps. Por isso, vemos também essa queda hoje nos juros futuros”, diz o analista.

Para Coutinho, a queda deve ser de 0,50%. “Alguns players do mercado falam em 0.25% e reforçam muito esse cenário por conta da tragédia no RS, batendo na questão fiscal, mas acredito que a gente ainda tenha o 0,50% na frente para seguir com o guidance que o Copom tinha dado lá atrás na última reunião.”

Último fechamento do Ibovespa

O Ibovespa encerrou a sessão de ontem (06) com queda de 0,03%, aos 128.465,69 pontos.

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Vinícius Alves

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