BCFF11 tomba em junho: veja os 5 fundos imobiliários que mais caíram no mês

O IFIX, principal índice de FIIs da B3, encerrou junho em queda de 2,19%, demonstrando a preocupação dos investidores com a proposta de tributação dos proventos no âmbito da reforma tributária. Alguns fundos imobiliários sofreram acima da média do mercado.

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O texto escrito pelo Ministério da Economia propõe a taxação em 15% dos dividendos pagos por fundos imobiliários, com a justificativa de equiparar a classe de ativo com outros fundos do mercado, mas não caiu bem aos investidores.

No dia 25 de junho, o IFIX caiu 2%, o pior pregão do ano. Contudo, nos últimos dias, o mercado se mostrou aliviado com a ideia do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, em flexibilizar a proposta. Mesmo assim, o índice cai 3,6% no ano.

Veja os fundos imobiliários que mais caíram em junho:

  • BTG Pactual Fundo de Fundos (BCFF11): -8,95%
  • VBI Reits Fundo de Fundos (RVBI11): -8,86%
  • Fundo de Investimento Imobiliário RBR Properties (RBRP11): -8,40%
  • Bresco Logística (BRCO11): -8,29%
  • Alianza Trust Renda Imobiliária (ALZR11) -7,79%

O Suno Notícias procurou encontrar as razões que podem ter causado as variações de preços destes ativos. Vale ressaltar que esta matéria não configura uma recomendação de investimento.

FOFs lideram baixas dos fundos imobiliários, como o BCFF11

Ativos ligados a fundo de fundos imobiliários (FOF) foram os que mais sofreram da classe em junho. O mais impactado foi o BTG Pactual Fundo de Fundos (BCFF11). Ele é um dos mais antigos fundos do mercado brasileiro, tendo surgido em janeiro de 2010.

Entre o início e o fim de junho, o fundo caiu 8,95%, encerrando o mês a R$ 77,85.

O mês também contou com a 10ª emissão de cotas do fundo. No dia 15 de junho, novas 4,62 milhões de cotas passaram a ser negociadas no mercado. Movimentos de baixa nos preços de mercado são comuns após novas emissões.

De acordo com o relatório gerencial de maio, o FII tinha 34% dos investimentos voltados a fundos de CRI. O segmento comercial ficava com 26% e de logística, 14%, entre os principais setores.

O pagamento de proventos do mês ficou na ordem de R$ 0,50 por cota, perfazendo um dividend yield (DY) anualizado de mais de 7%.

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BCFF11 cai 15% no ano. Foto/Fonte: Status Invest.

RVBI11 segue tendência negativa

Assim como o primeiro, o segundo fundo com a maior queda em junho também é um FOF. O RVBI11 recuou 8,86% no mês. Mesmo sendo relativamente novo, sendo criado em fevereiro de 2020, ele já representa 0,14% do IFIX.

Atualmente, o valor de mercado do fundo é de R$ 129,44 milhões. De todos os investimentos do fundo, a maior parte está em recebíveis imobiliários. O fundo também tem uma fatia de 16% de seu portfólio em renda urbana.

No dia 16 de junho, o fundo pagou R$ 0,72 por conta, o equivalente a uma distribuição total de R$ 1,03 milhão.

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Desempenho volátil das cotas do RVBI11. Foto/Fonte: Status Invest.

RBR Properties entre as maiores quedas

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O RBR Properties é o primeiro dos fundos que mais caíram em junho que não tem seu foco voltado ao investimento em outros fundos. No mês, os papéis caíram 8,40%.

Aproximadamente 59% do patrimônio do fundo está alocado em ativos imobiliários, 21% em fundos e 20% em renda fixa. Do total, 81% dos contratos são reajustados pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), 18% pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e 1% pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

No dia 15 de junho, o fundo pagou R$ 0,32 por cota, o equivalente a uma distribuição total de R$ 3,89 milhões, com base nas 12,18 milhões de cotas em circulação. O dividend yield anualizado está em 4,49%.

No ano, os papéis do fundo caem quase 15%.

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Fonte/Foto: Status Invest.

Bresco Logística sente a retomada da economia presencial

O Bresco Logística (BRCO11) é um fundo que busca alta qualidade nos ativos, que são bem localizados sobretudo em São Paulo. Dois dos inquilinos são Mercado Livre (MELI34) e Magazine Luiza (MGLU3), o que confere um baixo risco de inadimplência.

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O fundo, como quase todos os ligados à logística do mercado, tem sentido a retomada da economia presencial, uma vez que eles surfaram o crescimento do e-commerce. Durante a pandemia, enquanto as restrições à mobilidade urbana eram intensas, o comércio eletrônico teve forte desempenho.

O BRCO11 encerrou junho com suas cotas negociadas a R$ 100,24. No mês, a baixa foi de 8,29%, fazendo com que o valor de mercado dos papéis ficasse abaixo do Valor Patrimonial por Cota, que atualmente é de R$ 108,46.

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Foto/Fonte: Status Invest.

ALZR11 fecha lista das maiores quedas dos fundos imobiliários

O Alianza Trust Renda Imobiliária é um fundo de tijolo com características híbridas. Com uma gestão ativa que busca renda, o fundo criado no fim de 2017 atualmente possui 89,12 mil cotistas.

Cerca de 54% dos investimentos do ALZR11 estão em ativos voltados para lajes corporativas. Galpões correspondem a 16% do fundo, ao passo que centros diagnósticos representam 12% e Data Center, 7%.

O maior cliente do fundo é o Clariant, em São Paulo. A Atento, no Rio de Janeiro, também é um grande cliente, com cerca de 11% do fundo. Vale ressaltar que 100% dos contratos em vigor são atípicos.

Na última sexta-feira (25), o fundo pagou R$ 0,672 por cota, perfazendo uma distribuição total de R$ 3,01 milhões. No último mês, o fundo recuou 7,79%. O valor de mercado se mantém próximo dos R$ 560 milhões.

O fundo também anunciou a emissão de novas cotas. O fim do prazo para a subscrição foi marcado para o dia 23 de junho. Serão criados até 2 milhões de novos papéis.

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Foto/Fonte: Status Invest.

Para saber mais sobre como investir em fundos imobiliários, clique aqui.

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Jader Lazarini

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