Vale a pena investir em dólar? Entenda como ‘botar o pé’ em investimentos no exterior

Com o dólar em queda nos últimos dias após a apresentação do arcabouço fiscal, os investimentos no exterior voltam a entrar no radar do público. Para o Suno Notícias, especialistas do setor afirmam que vale a pena “botar o pé” em ativos internacionais, desde que o investidor compreenda que isso é uma estratégia de diversificação do patrimônio.

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“O Brasil tem juros muito elevados em comparação com o exterior. O nosso mercado de renda fixa é atrativo. Então, não estou dizendo para o cliente sacar todo o dinheiro dele do Brasil e investir 100% no exterior, não é isso. Porém, a título de diversificação, é ideal que o cliente tenha uma parcela do patrimônio no exterior”, avisa Celso Pereira, diretor de investimentos da Nomad.

Para o especialista, é recomendado, em média, que 20% do patrimônio esteja em investimentos no exterior. No Brasil, o indicado é que os investidores comecem sua trajetória na reserva de emergência, depois evoluam para fundos imobiliários, ações, entre outros ativos.

No exterior, essa lógica se repete e um dos primeiros passos pode ser comprar dólar. “Até porque, na perspectiva do brasileiro, comprar dólar em si é um investimento. E oscila bastante, tem uma variação quase como um ativo”, complementa Pereira.

Se o cliente for de cara para as ações, ele tem que ter um perfil mais agressivo. Porque aí, serão volatilidades: a do dólar e a das ações.

“O dólar é um bom começo. Você vai ver a oscilação cambial e, muitas vezes, o cliente pode usar o dinheiro em uma viagem, assinar um streaming ou um jornal internacional. Depois, a lógica é a mesma daqui: renda fixa. Quem tem um perfil mais agressivo e de risco pode ir para ações, criptomoedas, tem muitas opções lá fora”, reforça.

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Dólar hoje: O que esperar da moeda norte-americana?

Nesta sexta (31), o dólar fechou em queda de 0,57%, a R$ 5,0686. Somente nesta semana, o papel recuou 3,48%; em março, a queda foi de 2,99% e, no trimestre, cedeu 4%. Atualmente, o Boletim Focus trabalha com o preço do dólar para 2023 em R$ 5,25. Ou seja, quando a cotação fica abaixo deste patamar, significa que a moeda está “barata”.

Luciano Costa, economista-chefe e sócio da Monte Bravo Investimentos, reforça o valor de R$ 5,25 no fechamento de 2023 e aponta que essa quantia equivale a um “câmbio estável“.

“Nos fundamentos de fluxo, o exterior é bem favorável. No curto prazo, existe uma tensão maior por causa da questão fiscal doméstica. A definição do arcabouço deve limpar esse risco e, no ponto de vista global, tivemos esse estresse nos sistemas bancários norte-americano e europeu”, recorda o economista.

Porém, ele alerta que após essas crises a tendência é de que a moeda americana apresente um enfraquecimento em comparação com as demais divisas internacionais: “Essa já tem sido a tendência e, com o Fed [Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos] terminando o ciclo de alta dos juros, a discussão do mercado automaticamente será quando virão os cortes. Isso, normalmente, é seguido de um enfraquecimento do dólar“.

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Erick Matheus Nery

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