CPI mostra inflação de 8,2% nos EUA, acima do esperado; bolsas mundiais caem

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos subiu 0,4% em setembro na comparação com agosto, conforme dados divulgados na manhã desta terça (13) pelo Departamento do Trabalho americano.

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A inflação dos EUA para o consumidor atingiu alta de 8,2% no acumulado em 12 meses. Com isso, tanto o CPI mensal quanto o anual vieram acima do esperado pelo consenso Refinitiv, que mirava 0,2% de alta no mensal e 8,1% no anualizado.

Além disso, os núcleos da inflação também vieram acima das estimativas. O Refinitiv esperava 0,5% de alta ante 0,6% reportados, e 6,5% no anualizado ante 6,6%.

Ontem, o Departamento do Trabalho apontou que o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) subiu 0,4% em setembro.

“Os dados do CPI vieram acima do esperado, assim como os números do núcleo também. A inflação ao consumidor subiu 0,4% em relação a agosto enquanto as projeções apontavam para uma alta de 0,2%. No ano, no acumulado de 12 meses, a alta foi de 8,2%, também acima do que o mercado esperava”, comenta Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos.

“Os dados fizeram com que, no momento da divulgação, o dólar disparasse para cima e entrasse em leilão. Com a perspectiva de mais altas de juros pelo FED, os investidores preferem migrar seus investimentos para a renda fixa americana, o que colabora para a alta do dólar. Mesmo com as altas do FED, a inflação tem persistido, o que fará com que o FED não interrompa o ciclo de alta de juros tão cedo”, comenta.

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Fabio Fares, especialista em análise macro da Quantzed, observa: “Os números, na variação mensal, vieram em linha com o esperado, que era 1,2%. E na variação anual veio um pouco melhor que o esperado em 9,9%. Bolsas negociadas no zero a zero na Europa. Como o cenário já era esperado, as bolsas europeias já estavam precificadas. Mas a moeda sente e euro continua perdendo o valor frente ao dólar e é o primeiro a ser impactado sempre.”

Ele acrescenta: “Por mais que a gente saiba que o BCE tenha um trabalho árduo pela frente, ao mesmo tempo sabe-se que não tem como subir muito os juros por causa das dívidas dos países. Juros altos impactam em problemas para países como Itália, Espanha, Portugal. É um desafio muito grande controlar a inflação sem quebrar países, sem ter problema de insolvência. Agora é esperar os próximos passos do BCE para vermos o que eles vão fazer e qual o ritmo de alta de juros que irão adotar.”

Reação do Ibovespa ao CPI

Na volta do feriado e digerindo os dados do CPI dos EUA, o Ibovespa cai mais de 1,5%.

O nosso índice despencou e entrou em leilão também seguindo as bolsas internacionais, que também caíram. Já os retornos dos Treasuries subiram muito lá fora. Então, vemos um cenário de volatilidade e incerteza muito grande”, comenta Cohen.

“A gente tinha uma previsão de alta de 75 pontos base na próxima reunião do FED. E agora, ficou cada vez mais certo que o FED irá fazer realmente essa alta. Bolsas lá fora também despencaram com os dados fora do esperado”, segue.

Na ponta negativa do índice, com os dados de CPI, ficam as varejistas e as companhias aéreas.

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Eduardo Vargas

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