Qual a melhor maneira de comprar dólar para viajar para os Estados Unidos em 2023?

Entre as altas e baixas históricas que o dólar americano já atingiu em 2023, é normal que muitos viajantes fiquem na dúvida sobre qual a melhor forma de comprar a moeda.

Na hora dessa decisão, além da cotação do dólar é preciso levar em conta aspectos como o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), as taxas de conversão bancárias e se vale mais a pena andar com cartão ou dinheiro em espécie.

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Para esclarecer todos estes fatores, conheça as principais formas de comprar dólar para viajar para os Estados Unidos e outros países que também aceitam a moeda americana:

1. Dinheiro em espécie

Cada vez mais longe e raro no nosso dia a dia, o dinheiro em espécie ainda é um grande atrativo para os turistas. Primeiro, porque é sempre uma experiência nova conhecer novas cédulas, com novas imagens e às vezes até valores que não temos em nossa moeda.

Além disso, ter dinheiro físico passa uma sensação de segurança quando estamos em um território novo, cuja moeda, língua e cultura são diferentes das nossas.

Por isso, mesmo que não escolha utilizar apenas esse meio, é sempre recomendável levar uma quantia em espécie para garantir que em qualquer caso de imprevisto, as boas e velhas cédulas estejam disponíveis.

Na hora de escolher onde comprar o dinheiro, a principal dica é procurar instituições financeiras, como casas de câmbio, confiáveis e registradas no Banco Central.

“Fuja daqueles intermediários indicados por amigos de amigos que praticam cotações bem abaixo do mercado, pois você pode acabar trocando reais verdadeiros por dólares falsos,” alerta Paulo Victor Pereira, gestor de Varejo na Europa Câmbio.

“As casas de câmbio também costumam ter cotações mais vantajosas do que a de grandes bancos, pois nos bancos costuma ser cobrada a taxa de transação bancária, que encarece a cotação final,” explica.

As principais vantagens de usar as casas de câmbio para obter dinheiro em espécie são:

  • Cotações atrativas;
  • Comodidade;
  • Dependendo do destino, maior aceitação das cédulas do que métodos eletrônicos de pagamento.

Paulo exemplifica que em alguns países, como na Argentina, os turistas brasileiros conseguem negociações muito mais vantajosas viajando com dólares e mesmo reais em espécie. “Além disso, muitas casas de câmbio oferecem serviço de entrega em domicílio gratuito, com toda a segurança,” ressalta o gestor.

Cuidados e limites do dólar em espécie

É importante lembrar que, na hora do embarque, caso o turista ultrapasse os US$ 10 mil em espécie, deverá declarar. A regra foi atualizada no último dia 31 de dezembro de 2022 e valores abaixo de US$ 10 mil para circulação em viagens internacionais não têm a obrigatoriedade de declaração.

A regra é exclusiva para cédulas físicas e não se estende para o cartão de crédito ou débito.

Além disso, o gestor pontua os cuidados primordiais ao transportar dinheiro físico, especialmente em larga quantidade: “Em uma viagem internacional, nunca despache seu dinheiro na bagagem de porão e, preferencialmente, carregue-o em uma doleira. Ao chegar ao destino, avalie se o cofre do hotel é seguro e leve no seu roteiro turístico do dia apenas a quantia necessária. Nunca carregue todo o seu dinheiro com você por aí.” 

2. Cartão de Crédito

Apesar da praticidade de poder viajar com um cartão crédito que já é seu no Brasil, é preciso que os turistas tenham muita atenção na hora de comprar com o cartão de crédito.

Juliana Abrantes, gerente da Maxmilhas, defende que nesse momento, mesmo com a queda do dólar predominante, ainda é recomendado evitar o cartão de crédito.

Em compras internacionais, o método de pagamento no crédito cobra IOF de 5,38% sobre o total. Além disso, Abrantes ressalta: “muitas pessoas não sabem, mas, além da adição de impostos (o conhecido IOF), a compra internacional é debitada com a cotação do dia do pagamento da fatura, o que significa que o dólar pode estar mais alto e o resultado da conversão acabar altíssimo.”

Por isso, nesses casos é melhor que o viajante pondere entre comprar dólares em espécie, com taxas mais amigáveis, ou na terceira opção a seguir, caso não queria ficar carregando o dinheiro consigo.

3. Cartão de Débito Internacional em Conta Global

No mercado de compra de dólares, as contas globais com cartões de débito internacionais são a opção mais barata. As opções do mercado normalmente não cobram spread, se baseando no câmbio comercial do dólar e de outras moedas, têm uma taxa de IOF mais atraente do que as de cartões de crédito e algumas ainda possibilitam o saque de dinheiro em espécie em caixas 24 horas nas cidades, podendo cobrar ou não alguma taxa.

Helene Romanzini, gerente de Marketing de Produto da Wise, comenta sobre as vantagens da modalidade e também da marca (antiga TransferWise) para aqueles que vão viajar e procuram uma opção mais em conta de cartão:

  • É possível converter para mais de 40 moedas;
  • Com o cartão de débito, o turista pagar “como um morador local”;
  • Por estar associado à conta multimoedas, o IOF do cartão de contas globais como a Wise é de 1,1%, cobrado somente no momento da conversão;
  • As conversões podem ser feitas a qualquer momento do dia, inclusive aos fins de semana e feriados, e por diferentes métodos de pagamento, como Pix, cartões de crédito, débito e TED.

Essa taxa de IOF mais em conta vale tanto para compras em lojas físicas como virtuais, o que facilita na hora de fazer reservas ou compras em e-commerce de outros países, por exemplo.

Além disso, para a segurança dos viajantes, alguns desses cartões já têm a versão de cartão online, para comprar pela internet, e também a opção de adicionar na carteira digital, ou e-wallet, para pagamentos por aproximação.

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Como obter um bom preço médio de dólar?

O mais importante para conseguir um bom preço médio é evitar comprar todo o dinheiro às pressas.

“Sabemos que o brasileiro tende a deixar algumas decisões importantes para a última hora. Por exemplo, na Copa do Mundo da Rússia, descobrimos que mais de 90% das pessoas compraram rublos poucas semanas antes do evento”, exemplifica o gestor da Europa Câmbio.

Pereira ressalta que esse comportamento é arriscado, pois deixa o turista exposto à variação cambial, que pode ser negativa visto que o real é mais instável do que outras moedas mais confiáveis como o dólar e o euro.

Para fugir dessa situação, o mais indicado, segundo o gestor, é ir comprando a moeda aos poucos, considerando o montante total que pretende-se levar na viagem e parcelar em compras espaçadas até o momento da viagem.

A gerente da Maxmilhas reforça a importância da antecedência em comprar dólar para viajar. “O conselho é ir acompanhando a cotação e aproveitar as quedas para comprar pequenas quantidades. Assim, você não corre o risco de comprar tudo de uma vez hoje e amanhã ter outra queda no preço da moeda,” aconselha Abrantes.

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Camila Paim

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