5 startups com projetos em dólar que podem ajudar nas finanças internacionais

Após um ciclo de quedas, o dólar nesta terça-feira (5) voltou a subir na cotação em relação ao real. A moeda dos EUA avançou 0,43%, cotada a R$ 4,9868, no maior valor de fechamento desde 1º de junho. O peso da economia americana no mercado brasileiro e internacional, tanto em momentos de alta como de baixa fazem com que muitos projetos se ancorem na moeda. É o caso de várias startups no Brasil, que desenvolveram-se com projetos atrelados ao dólar.

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Para Mariane Takahashi, nova CEO da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), existem algumas vantagens pelas quais startups no Brasil possam achar interessante ter negócios associados ao dólar. Entre as razões citadas por Takahashi, estão:

  • Mercado Internacional: Se a startup quer facilitar as suas transações ou estabelecer parcerias internacionais, expandir operações para outros países que aceitam o dólar como moeda referência, e alcançar uma base de clientes além de suas fronteiras, esta é uma via a ser considerada;
  • Investidores estrangeiros: Se eles se sentem mais confortáveis em alguns casos, quando é possível investir em startups que operam em dólar, isso lhes permite avaliar o desempenho financeiro e o potencial de crescimento da empresa sem muitas limitações de fronteiras.

Na hora de avaliar se o seu negócio poderia desempenhar melhor estando diretamente atrelado ao dólar, é preciso considerar tanto a valorização ou desvalorização das taxas cambiais, impostos relacionados aos custos em dólares e receitas em reais. Além disso, a CEO pontua que “tudo vai depender da estrutura da startup, do seu grau de maturidade, e se ela segue os parâmetros regulatórios tanto do Brasil, como de outros países em que a empresa tenha interesse em operar.”

A seguir, é possível conhecer cinco startups que estão direta ou indiretamente associadas ao dólar e seus projetos:

1. IZZI Remessas

O IZZI Remessas é um aplicativo de remessas internacionais que oferece aos usuários a facilidade de transferências de dinheiro para o exterior. Lançado em modelo beta no final de 2022 e em plena operação desde fevereiro de 2023, o projeto da fintech busca simplificar e agilizar as remessas internacionais para o público brasileiro.

Os usuários têm duas opções de transações: transferências de conta para conta ou envio para saque em espécie, em dólar e euro, para qualquer lugar do mundo. O app permite o uso de cartão de crédito, TED ou PIX para as transações.

As transações são viabilizadas pela API da B&T Câmbio, uma das maiores corretoras de câmbio do país, e podem ocorrer na rede Swift ou Ripple, com os pagamentos no exterior operacionalizados pela NIUM.

O IZZI Remessas recentemente lançou uma propaganda na TV aberta para divulgar seu produto a brasileiros expatriados, nômades digitais, investidores com aplicações no exterior e intercambistas, com o tema: “Tá na mão. É IZZI!”.

O aplicativo está disponível para download nas lojas Google Play e Apple Store.

2. PagBrasil

A PagBrasil foi fundada em 2015 e ganhou destaque pelo desenvolvimento do Boleto Flash®. O boleto de pagamento da startup era considerado o mais rápido do mercado na época, com uma confirmação que levava apenas alguns minutos.

Desde o lançamento do Pix em 2020, a PagBrasil tem focado em recursos para lojistas parceiros que aceitam essa forma de pagamento, visando aumentar as conversões e facilitar a experiência dos usuários.

Com sede em Porto Alegre e escritório em Barcelona, na Espanha, a PagBrasil conta com clientes como Tramontina, Samsung, Samsonite e Dr. Jones, do Grupo Boticário. A empresa oferece uma solução para hotéis, restaurantes e lojas internacionais, permitindo que façam cobranças por meio de celulares ou tablets, funcionando como “maquininhas”.

Quando o cliente brasileiro escolher a opção de pagar com Pix, o comércio insere o valor, o CPF do cliente e a moeda de cobrança (dólar ou euro). O valor convertido em reais é mostrado para o cliente brasileiro, antes de efetivar o pagamento e com câmbio garantido – ou seja, mantendo a taxa do momento da transação.

“Assim como funciona no Brasil, a partir do momento em que o consumidor opta por pagar com Pix, um QR Code é gerado para escaneamento. Ao concluir a transação, aparece um aviso de confirmação do pagamento na tela do dispositivo, onde também é possível gerar um recibo para ser enviado ao cliente por e-mail. Na ponta do comércio, garantimos o valor da fatura em moeda estrangeira informado ao gerar o Pix. Para o cliente final, o valor pago em reais é o final e definitivo”, explica Alex Hoffmann, CEO e co-fundador da empresa. Hoffmann também ressalta que a solução está em pleno funcionamento na temporada de verão 2023/2024. Os executivos da empresa notaram uma adesão significativa.

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3. DIO

A Digitial Innovation One (DIO) é uma startup brasileira que nasceu com o objetivo de democratizar o conhecimento em desenvolvimento de software e tecnologias exponenciais. Dessa forma, a empresa de tipo Open Education impulsiona a formação e educação digital, conectando as pessoas às oportunidades com potencial de impulsionar desenvolvimento socioeconômico regional.

Atualmente, a DIO conta com:

  • Mais de 900 mil profissionais de tecnologia;
  • 1.000 instituições de ensino;
  • 2.000 embaixadores;
  • 500 especialistas;
  • Mais de 1.000 empresas conectadas por meio dos programas educacionais.

Funda da em 2018, a plataforma está envolvida em iniciativas direcionadas à educação de profissionais de tecnologia que almejam lançar suas carreiras internacionalmente, com foco em oportunidades de remuneração do mercado global de tecnologia.

4. Husky

A startup Husky oferece uma solução para simplificar pagamentos internacionais para brasileiros que trabalham para empresas no exterior.

Fundada em 2016 e vencedora de prêmios como o Start-Up Chile 2017 e o Parallel 18 em Porto Rico, a fintech já movimentou mais de R$ 4 bilhões em transferências internacionais sem burocracia.

Para o CEO da Husky, Tiago Santos, existe vantagem financeira na remuneração em moedas estrangeiras, mesmo durante quedas históricas da cotação. A empresa oferece maneiras de mitigar perdas cambiais, como notificações de variações na cotação do dólar e a escolha do momento mais oportuno para o câmbio. A remuneração em dólar também pode isenta do IOF, quando for referente à prestação de serviços. Caso contrário, há uma alíquota a ser paga sobre o valor total da operação.

Além disso, a plataforma oferece o primeiro pagamento grátis para novos usuários e, nos seguintes, taxas que podem variar entre 1% e 1,2%.

A Husky foi adquirida pela fintech brasileira Nomad em novembro de 2022.

5. Nomad

A fintech Nomad passou por um crescimento acelerado no primeiro trimestre de 2023, conforme apontam os resultados da empresa. Ao todo, o volume de transações no cartão triplicou em relação ao 1T22. Em paralelo, a empresa chegou a R$ 2 bilhões de ativos de clientes sob custódia no mês de abril.

Na Nomad, os principais serviços oferecidos são a conta corrente americana e os investimentos em dólar para brasileiros. Com a retomada das viagens internacionais, o crescimento da empresa ganhou impulso ainda maior pela foco de clientes às cotações do dólar e a compra da moeda estrangeira.

Atualmente, a Nomad possui 1,5 milhão de usuários em seu aplicativo e registrou R$ 1 bilhão de reais em transações internacionais somente em janeiro deste ano. “Desde o início deste ano, temos acompanhado as movimentações no ecossistema de startups e é possível notar que a Nomad remou contra a maré”, comenta Natália Lima, a CFO da Nomad.

A Nomad também expandiu seu portfólio de produtos por meio de parcerias e investimentos em diferentes setores no Brasil e no exterior:

  • O Lounge Nomad CDO em Orlando, nos EUA, em parceria com o Coisas de Orlando, oferecendo serviços e atendimento especializados para os brasileiros no exterior;
  • O Nomad Lounge no Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos.

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Camila Paim

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