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Americanas (AMER3): “Mais importante mudança no comando em décadas”, avalia mercado

A Americanas (AMER3) anunciou na sexta-feira (19) que Sergio Rial, antigo CEO do Santander (SANB11), será o diretor executivo da varejista. Rial ocupará o cargo de Miguel Gutierrez, que está no comando da companhia há quase 30 anos. O mercado avalia que esta seria a mais importante mudança no comando da empresa em décadas, segundo informações do jornal Valor Econômico.

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Sergio Rial também é presidente do conselho de administração do Santander, e ocupa o mesmo posto na rede de postos de combustíveis Vibra (VBBR3). O novo CEO da Americanas acumula, ainda, a vice-presidência do conselho de administração da BRF (BRFS3), donas das marcas Sadia e Perdigão.

A mudança, que não estava no radar do mercado, pode sinalizar a transformação que a Americanas quer passar agora. “Acreditamos que este movimento de sucessão reforçará a estratégia da companhia de crescimento com rentabilidade, indo ao encontro do nosso propósito de somar o que o mundo tem de bom para melhorar a vida das pessoas”, diz o comunicado da varejista.

Mudança no comando da Americanas pode impulsionar serviços financeiros

Segundo o site Brazil Journal, fontes próximas à companhia afirmaram que a troca de executivos vem sendo discutida há meses. O tema esteve na pauta desde a aprovação da reestruturação societária da Americanas, no fim de 2021.

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Gestores consultados pelo Valor Econômico acreditam que esta seja uma “ruptura do que se tinha antes, em termos de perfil e modelo de liderança”. Além disso, o modelo de gestão de Rial é visto com admiração por especialistas do mercado, que disseram ser “um nome de peso, um dos CEOs mais respeitados do país”.

Casas de análise e gestoras projetam uma abertura do papel da Americanas em alta na segunda-feira (22), segundo apuração do jornal. Apenas em julho a ação caiu 23%. Em seis meses, o recuo é de 60%.

Um dos fatores que o mercado fica de olho é o provável potencial de crescimento nos serviços financeiros, com a liderança de Rial, na Ame Digital, braço financeiro do grupo de contas e serviços digitais, no radar para expansão.

Na leitura do mercado, pelo comunicado oficial da empresa, a Americanas começará a olhar mais rentabilidade, sem colocar crescimento em segundo plano. O varejo passa por um momento de divisão entre crescimento ou maiores margens.

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É hora da Americanas (AMER3)? Analistas revisam recomendação e dizem por quê

Após a divulgação do balanço do segundo trimestre de 2022 da Americanas (AMER3), a Ativa Investimentos elevou a recomendação das ações da Americanas de neutro para compra, com corte no preço alvo de R$ 34,10 para R$ 21,30.

“Por causa de uma maior exposição a produtos de ticket médio mais baixo e uma maior penetração nas vendas digitais, a Americanas vem se destacando frente seus players listados no Brasil tanto em expansão de vendas como na performance das lojas físicas”, diz o relatório da casa de análise.

Além disso, os analistas observam que, com a combinação das operações físicas e digitais no ano passado, é possível ver a varejista apresentando ganhos de sinergia e, por consequência, margens mais saudáveis na comparação anual.

Segundo a Ativa, outro ponto importante a ser destacado para a mudança da classificação das ações da Americanas é que o aperto monetário está chegando ao fim no Brasil, com possivelmente mais uma última elevação na taxa básica de juros, a Selic. Esse fator dos juros, em conjunto à presença de eventos sazonais no segundo semestre, “pode levar a um cenário de melhora no consumo de bens duráveis no Brasil”, afirmam os analistas.

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Beatriz Boyadjian

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