BBSD11: saiba mais sobre esse ETF das empresas pagadoras de dividendos

Investir no BBSD11 é uma maneira prática de se expor às melhores ações pagadoras de dividendos da bolsa. Historicamente, a estratégia de focar nos papéis que distribuem elevados proventos trouxe excelentes resultados para investidores.

Mas será que o BBSD11 é um bom investimento? Para saber a resposta, é preciso entender melhor o que ele é, como é o seu funcionamento e quais suas vantagens e desvantagens frente outras estratégias de investimentos da bolsa.

O que é o BBSD11?

O BBSD11 é um ETF (Exchange Traded Fund) negociado na bolsa que utiliza como referência o índice S&P Dividendos Brasil. Este índice, por sua vez, representa a performance das maiores pagadoras de dividendos da bolsa brasileira.

Por isso, em outras palavras, ao comprar cotas desse ETF na bolsa de valores o investidor está se expondo às ações que mais distribuíram proventos para seus acionistas. Outro ETF com metodologia focada em ações distribuidoras de dividendo é o DIVO11.

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Destaca-se essa estratégia de aplicação de capital em empresas com alto dividend yield é uma das mais conhecidas no Brasil e no mundo. Isso porque ela possui uma metodologia simples de investimento que se provou bastante rentável ao longo do tempo.

Essa estratégia foi demonstrada em um dos mais respeitados livros de investimentos brasileiro, o “Faça Fortuna com Ações, Antes que Seja tarde”, de Décio Bazin. Nesta obra, o autor demonstra o potencial de valorização no longo prazo de aplicações em empresas com bons fundamentos e com alto índice de distribuição de dividendos.

Os principais pilares das empresas selecionadas pelo método Bazin são:

  • Companhias que estejam apresentando um dividend yield maior ou igual a 6%;
  • Empresas que não possuam grau excessivo de endividamento;
  • E caso houvessem notícias ou fatos suspeitos que pudessem afetar os resultados das investidas, desfazer-se das ações das mesmas.

Como funciona o BBSD11?

O BBSD11, como todos os ETFs, funciona como um Fundo de Investimentos. Isso porque é administrado por uma gestora responsável pela alocação do recurso. A diferença é que, diferente dos fundos de investimentos em ações de gestão ativa, a gestora do ETF deve investir de acordo com uma metodologia predeterminada em seu regulamento.

Isso significa que o investidor possivelmente não terá surpresas com a alocação do seu recurso. No caso do BBSD11, a gestora deve possuir no mínimo 95% de seu capital alocado nos ativos que componham o índice S&P Dividendos Brasil, calculado pela S&P Opco, LLC – S&P.

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Em outras palavras, o quotista do BBSD11 depende diretamente da metodologia de composição do índice acima. Então, a seguir alguns critérios utilizados para compor os 30 ativos financeiros do S&P Dividendos Brasil:

  1. As ações devem estar listadas no mercado acionário brasileiro;
  2. A empresa deve possuir valor de mercado, em free float, de, no mínimo, 250 milhões de dólares;
  3. Os papéis devem ter volume médio mensal de negociação de 1 milhão de dólares;
  4. A ponderação dos ativos se dará pela ponderação do dividendo por ação;
  5. O peso máximo de cada ativo está limitado a 8%;
  6. O peso setorial dos ativos financeiros é de, no máximo, 35%
  7. O rendimento dos papéis é calculado com base no dividendo por ação pago sobre os últimos 12 meses dividido pelo preço;
  8. Os pagamentos de dividendos das ações devem estar estáveis ou crescentes ao longo dos últimos 5 anos.

Para uma empresa ser selecionada pelo índice, cada ação deve atender cumulativamente aos critérios elencados. Além disso, há uma reavaliação da composição do índice anualmente no mês de abril.

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Vantagens do BBSD11

Algumas das vantagens do BBSD11 são:

1. Elevada diversificação

A diversificação é uma das grandes vantagens do BBSD11. Isto porque, ao investir em um único ativo financeiro, o investidor que aplica em quotas desse ETF está se expondo a uma carteira de ações. Nesse sentido, são 30 empresas pagadoras de dividendos de diferentes setores da economia.

2. Maior praticidade

O investimento no BBSD11, assim como nos outros ETFs, é bastante prático. Assim, o investidor não precisa se preocupar em analisar as empresas ou em definir critérios para compor e reciclar uma carteira particular de ações.

3. Taxas inferiores

Assim como em Fundos de Investimentos, as gestoras dos ETFs também cobram pela administração do fundo. Contudo, a taxa cobrada por elas é consideravelmente inferior. Por exemplo, a taxa de administração do BBSD11 é de 0,5% a.a.

4. Provável performance superior

Outro ponto que deve ser considerado é o fato de que a rentabilidade do BBSD11 provavelmente se manterá superior à performance do índice Bovespa.

Nesse sentido, ao selecionar empresas pagadoras de dividendos, o índice espelhado por esse ETF tende a selecionar empresas mais saudáveis, previsíveis e lucrativas – as quais mais se valorizam no longo prazo. Isso porque espera-se que, para realizar a distribuição de dividendos, a companhia deve ter obtido, em tese, lucro.

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Desvantagens do BBSD11

Apesar das vantagens elencadas anteriormente, existem alguns argumentos contrários ao investimento nesse Exchange Traded Fund. Por isso, selecionamos algumas das desvantagens do BBSD11, que são:

1. Tributação indireta dos dividendos

Indiretamente os dividendos são tributados ao se investir em um ETF. Isso porque os proventos são reinvestidos em novos ativos dentro do fundo, e não distribuídos aos quotistas. Ou seja, ao vender uma quota com lucro o investidor pagará indiretamente imposto de renda sobre os dividendos distribuído pelas empresas.

2. Rotatividade de ativos

Destaca-se também que a rotatividade de ativos dentro do BBSD11 pode prejudicar sua rentabilidade. Isso porque o fundo irá excluir da carteira, por exemplo, ações de empresas que deixarem de distribuir proventos.

Contudo, essa interrupção pode acontecer para que a companhia possa investir em novos projetos. Estes, por sua vez, poderiam aumentar ainda mais a distribuição de dividendos no futuro. Contudo, essa análise não é feita pelo BBSD11, justamente por sua gestão ser passiva e seguir quase que estritamente os ativos financeiros do índice S&P Dividendos Brasil.

3. Falta de critérios fundamentalistas

Para que a estratégia de investimento focada em dividendos seja bem-sucedida no longo prazo é preciso analisar não apenas o dividend yield da ação, mas também seus fundamentos.

Isso porque é perfeitamente possível, por exemplo, que uma empresa esteja com um alto índice de distribuição de proventos por conta de uma queda sistemática de preço. Essa queda, por sua vez, pode ser fruto de uma perda de fundamentos da empresa – o que afetará a lucratividade.

Veja a seguir a fórmula para o cálculo do dividend yield:

bbsd11

Como pode ser visto, caso o dividendo pago por ação se manter o mesmo e o preço da ação cair pela metade, o dividend yield dobrará. Ou seja, apesar da atração pelo dividend yield, é preciso ficar atento aos fundamentos da empresa. A deterioração deste pode causar grande destruição de valor para os investidores.

4. Existência de taxas

Apesar de possuir uma taxa de administração pequena frente a outros produtos de renda variável, o BBSD11 não está fora da cesta de investimentos com encargos. Além disso, acreditamos que o investidor deve procurar evitar o pagamento de taxas como forma de potencializar seus investimentos no longo prazo.

Seria perfeitamente possível, por exemplo, replicar a carteira de investimentos do BBSD11 e a composição do índice de forma individual, sem o pagamento da taxa.

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Vale a pena investir no BBSD11?

Sem dúvida a estratégia de investir em empresas pagadoras de dividendos é vencedora no longo prazo. Nesse sentido, o BBSD11 é uma maneira prática de aderir a essa metodologia de investimento. Ademais, é também uma forma simples de se expor à renda variável.

Contudo, acreditamos que investidores podem realizar investimentos ainda melhores que o BBSD11 de forma individual. Isso porque o ETF muitas vezes se afasta de critérios fundamentalistas importantes na hora de analisar uma ação.

Esses critérios qualitativos servem tanto para garantir a redução do risco dos investimentos quanto para potencializar seu retorno no longo prazo. Sendo assim, nesse aspecto, o BBSD11 pode deixar a desejar.

Conseguiu saber mais sobre o BBSD11? Deixe abaixo suas dúvidas e compartilhe conosco a sua opinião.

ACESSO RÁPIDO
    Tiago Reis
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    26 comentários

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    • Claudio Trindade 19 de outubro de 2019
      Se as empresas contidas nesse ETF pagam dividendos, que mal faz pagar IR 15 por cento sobre esses dividendos? É a regra! E ainda assim o investidor daí no lucro.Responder
      • Vinicius Lage 22 de outubro de 2019
        A questão central é que é possível possuir as mesmas empresas do ETF em carteira individualmente e não precisar de pagar os 15% de IR sobre os dividendos. No longo prazo, esse imposto "desnecessário" corroí o potencial retorno do investidor.Responder
      • julio 7 de dezembro de 2019
        se vender menos de 20k por mes não precisa pagarResponder
        • Vinicius Lage 10 de dezembro de 2019
          Olá, Julio. Na verdade, não há isenção de 20k ao mês para os ETFs, o investidor que vende cotas com lucro deve pagar pelo ganho de capital.Responder
    • Marcos 31 de outubro de 2019
      Ótima matéria parabénsResponder
    • Leandro Martins das Neves 13 de dezembro de 2019
      Eu entendi as desvantagens de taxa de administração e IR como o preço a pagar pela simplicidade. Não sei se é o caso da maioria, mas eu não consigo destacar tempo em horário comercial para operar no home broker, muito difícil. Um ETF presta um grande serviço a tais agendas. Ótima matéria, Tiago Reis. Muito obrigado!Responder
      • Suno Research 13 de dezembro de 2019
        Vamos que vamos!Responder
    • Manoel Campos 3 de janeiro de 2020
      No item sobre tributação, você fala que os dividendos são indiretamente tributados, pois o fundo reinveste em ativos no lugar de distribuir aos cotistas. No entanto, esta é exatamente a estratégia de longo prazo que normalmente investidores adotam ao investir em ações individuais. Isso potencializa os ganhos, aumentando o total de ativos que possuem. Portanto, também estaremos indiretamente pagando imposto sobre os dividendos reinvestidos. Poderia comentar este ponto? Obrigado.Responder
      • Suno Research 7 de janeiro de 2020
        A questão é que os dividendos não são tributados, a venda de um ETF com lucros é. Deste modo, se os dividendos fossem entregues ao investidor ele não pagaria IR. Mas como são reinvestidos e se transformam em lucros na hora da venda, eles acabam sendo indiretamente tributados.Responder
        • vagner 15 de abril de 2020
          Ele entendeu a questao SUNO RESEARCH o que ele diz eh que se o investidor receber 100 reais de dividendos terá que comprar novas açoes com esse dinheiro, tera que pagar novos emolumentos e novas taxas de corretagem e no final quando tiver que vender tudo tera que pagar o imposto sobre tudo que foi reaplicado, sendo assim pagará imposto sobre os dividendos de qualquer forma. Só nao vai pagar imposto se vc sacar esses dividendos e usa-lo, coisa que somente alguns mimilionarios ganham suficiente pra fazer alguma diferença. Pra quem ganha menos de 1000 reais de dividendos e quer gerar "juros compostos" dara na mesma.Responder
          • Daniel Augusto 11 de julho de 2020
            Vagner, legal esse seu argumento, não havia olhado por esta ótica, mas de qualquer forma não daria na mesma. Eu por exemplo invisto pra longo prazo e faço trades de modo geral. Se a visão da pessoa for de que "terá" que vender as ações, a visão está sendo de trader (a não ser que tenha que vender por necessidade). Se a visão for de viver dos dividendos (mesmo começando pequeno, um dia vai chegar num grande volume), a ideia é não vender as ações compradas com dividendos não tributados, o que seria em tese sempre 15% a mais de poder de compra. A demais, se ainda assim houver a estratégia de vender as ações, os ETFs são tributados como fundos, o que não tem isenção de vendas até 20k por mês (sempre vai ser tributado), já com as ações, se não tiver com a corda no pescoço, pode vender todo mês até o limite, e nesse caso nem o lucro do aumento do preço da ação será tributado. De qualquer forma, cada um com sua estratégia, mas hoje temos corretoras com corretagem zero e replicar nem que seja as 10 maiores pagadora de dividendos (pode ser desse fundo mesmo) pode ser interessante, já que ele só faz reavaliação nos meses de abril pelo que entendi. De qualquer forma comprar ETFs balanceando IVVB11, BOVA11, SMALL11, DIVO11 ou BBSD11 é uma forma bem prática.Responder
    • Marcio 6 de março de 2020
      Bom dia ... Na pratica, este ETF, não seria a mesma coisa que o DIVO11 ??? Ou teria alguma diferença que não percebi lendo as materias ??? Notei apenas o criterio de seleção de ativos no BBSD11, que alem do yeld, tem mais alguns criterios ? Obrigado ...Responder
    • Wellington 26 de março de 2020
      Todos os ETFs, quando estão dando lucro, tem que paga imposto de renda quando for vendido ?Responder
    • rafael 21 de maio de 2020
      artigo absolutamente completo, obrigadoResponder
    • Eder 2 de junho de 2020
      Na real, ao reinvestir os dividendos, o que acontece com a cotação/preço das cotas?? Por exemplo, a cotação do ETF está 100 reais hoje. Foi distribuído o equivalente a 2% de dividendos nesse dia. Eu não vou receber em esses 2 reais depositados na minha conta. Porém, no dia seguinte, minha cota abriria com o preço de 102 reais? Seria assim que funcionaria a vantagem de reinvestir os dividendos? Obrigado se alguém puder explicar.Responder
    • alfredo 17 de julho de 2020
      Obrigado, pelo esclarecimento.Responder
    • ADRIANA 30 de julho de 2020
      Tenho a mesma dúvida do Eder: "Na real, ao reinvestir os dividendos, o que acontece com a cotação/preço das cotas?? Por exemplo, a cotação do ETF está 100 reais hoje. Foi distribuído o equivalente a 2% de dividendos nesse dia. Eu não vou receber em esses 2 reais depositados na minha conta. Porém, no dia seguinte, minha cota abriria com o preço de 102 reais? Seria assim que funcionaria a vantagem de reinvestir os dividendos? Obrigado se alguém puder explicar." Complementando o questionamento: se há valorização da cota por conta da distribuição dos dividendos, o valor da cota é atualizado de acordo com a volatilidade do mercado mais a distribuição dos dividendos? Parabéns pelo artigo!Responder
    • Cezar Rogerio da Silva 3 de outubro de 2020
      Gostaria de saber quanto o IVVB11 pagou por cota/ação nos anos de 2019? e as datas que realiza os pagamentos? Um abração.Responder
      • Suno Research 5 de outubro de 2020
        Olá, Cezar!! Tudo bem? O IVVB11, assim como todo ETF, não distribui dividendos. Todos os proventos pagos pelas empresas que compõem o IVVB11 são reinvestidos no próprio fundo. Atenciosamente, Equipe Suno.Responder
    • Celio 11 de outubro de 2020
      Ótimo artigo. Sigo com a dúvida do Elder. Esse reinvestimento dos dividendos reflete em algo para o cidadão que tem o ETF na carteira? O preço do papel aumenta? É isso? Esse ponto não ficou claro pra mim. Grato!Responder
      • Suno Research 13 de outubro de 2020
        Olá, Celio! Tudo bem? Exatamente. O reinvestimento dos dividendos vai gerar uma valorização no preço do papel. Atenciosamente, Equipe Suno.Responder
        • cesar teixeira 22 de dezembro de 2020
          Parabéns Tiago. Matéria muito boa. Os comentários também. Em relação ao reinvestimento dos dividendos: é o preço do papel que se valoriza ou a quantidade de cotas do investidor que aumenta? O preço do papel não é determinado pelo mercado? Em relação ao reinvestimento automático realmente pode não ser uma boa. Com o dividendo em mãos o investidor pode a cada momento definir a melhor destinação: gastar ou investir em algo mais interessante que a ETF no momento.Responder
          • Suno Research 4 de janeiro de 2021
            Olá, César! Tudo bem? Obrigado pelos elogios e pelo comentário! A quantidade de cotas do investidor só aumenta se o mesmo fizer novos aportes, comprando novas cotas. Caso contrário, permanecerá sempre a mesma. No caso do reinvestimento, o preço do papel é o que se valoriza. Atenciosamente, Equipe Suno.Responder
    • Roberto 11 de janeiro de 2021
      Bom dia! Sou iniciante em investimentos. pode por gentilesa informar como é cobrada a taxa de administração dos ETFs. gratoResponder
      • Suno Research 11 de janeiro de 2021
        Olá, Roberto! Tudo bem? AS taxas de administração dos ETFS são cobrados de forma orgânica, sendo distribuída proporcionalmente ao longo do ano. Atenciosamente, Equipe Suno.Responder
    • Inácio 9 de março de 2022
      Gostaria de uma análise comparando DIVO11 e BBSD11. Em que um e outro se destacam.Responder