Volatilidade do câmbio preocupa Banco Central, segundo Campos Neto

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nessa quinta-feira (3) que a volatilidade atual do câmbio preocupa a autoridade monetária, que por sua vez está atenta a isso. O executivo foi entrevistado nessa quinta-feira (3) pelo empresário Abilio Diniz em uma live.

Campos Neto explicou que o Banco Central busca entender mais detalhadamente o que está causando a volatilidade, mas disse que a desvalorização no câmbio durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) foi oriunda de “um pouco de incerteza fiscal, um pouco de ruídos internos, um pouco de juros baixos“.

O presidente da autoridade monetária central lembrou que “antes dessa minicrise fiscal, a volatilidade vinha caindo”, e disse que “se mostrarmos responsabilidade no tema das reformas e fiscal” a volatilidade tende a diminuir.

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Na ocasião, o economista ainda comentou sobre a recuperação econômica do Brasil. Segundo ele, a recuperação já começou em formato de ‘V’, mas ponderou dizendo que não sabe se será um ‘V’ completo.

Além disso, ele apontou que mesmo com a crise, a autarquia não parou nada da agenda de tecnologia, quando comentou sobre a modernização do sistema financeiro do País.

O especialista em finanças também disse que o plano da autoridade monetária de criar uma moeda digital é uma “consequência de um sistema digitalizado, instantâneo, interoperável e aberto”.

Banco Central poderá intervir pesadamente no câmbio

O presidente do Campos Neto, afirmou que a autoridade monetária poderá intervir “pesadamente” no câmbio, caso julgue necessário. Por outro lado, segundo o executivo, o BC não trabalha com nível de preço para o câmbio. A fala foi dita na última quarta-feira (2) em um evento online realizado pela “Bloomberg”.

Campos Neto destacou que, em um certo momento, quando a moeda norte-americana estava chegando no patamar de R$ 6, o BC avaliou que o câmbio estava descolado. A autoridade monetária estava pronta para realizar uma intervenção mais acentuada e chegou a se preparar para isso, porém o dólar começou a se estabilizar novamente e voltou para um patamar próximo aos R$ 5. O presidente do BC reiterou que, caso estes problemas de “disfuncionalidade”, identificados no passado, aconteçam novamente, a autoridade monetária poderá agir “pesadamente”.

Em relação a volatilidade cambial, Campos Neto repetiu uma fala que já foi dita outras vezes de que o BC não possui instrumento válido para lutar contra isto. Além disso, o presidente do Banco Central afirmou que a autarquia continua estudando os fatores que estão provocando a volatilidade do câmbio, falando sobre a realização de mais contratos pequenos e o uso do real como hedge.

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Laura Moutinho

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