Tesouro diz que déficit pode ser de R$ 400 bilhões

Nessa segunda-feira (30) o Tesouro Nacional anunciou que o déficit do setor público consolidado será cerca de R$ 400 bilhões devido as providências tomadas para conter a crise causada pelo novo coronavírus.

O Tesouro afirma estar em alerta com os gastos do governo e os efeitos que podem acarretar. Além disso, diz que esses gastos não devem seguir para os próximos anos.

“Ao que tudo indica, pelo conjunto de medidas já anunciadas e de perda de arrecadação que poderá ser ainda maior do que aquela já projetada no primeiro relatório bimestral, o déficit primário do Governo Central, em 2020, poderá alcançar ou superar a cifra de R$ 350 bilhões”, afirmou o órgão.

“Enquanto a expansão da despesa para combater os efeitos da crise do Coronavírus ficar restrito a programas temporários, ou seja, despesas que começam e terminam neste ano, não deverá haver problemas para a retomada do ajuste fiscal estrutural”. Informou em nota.

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A projeção do déficit primário desse ano era de R$ 124,1 bilhões, entretanto o governo não tem mais a necessidade de respeitar esse valor devido a decretação de calamidade pública.

Segundo o Tesouro, as ações devem ser provisórias

Contudo, o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, salientou que embora as medidas sejam necessárias, as despesas que devem ser temporárias não podem se tornar permanentes e ressaltou que as estimativas serão constantemente revisadas.

“Os R$ 350 bilhões (de déficit para o governo central) é o número de grandeza que temos hoje, mas ele será continuamente avaliado”. “A gente não pode se dar ao luxo de passar meses discutindo se uma planilha deve ter R$ 1 bilhão ou R$ 2 bilhões a mais. Tem que ser muito rápido e fazer uma estimativa da melhor maneira ao longo de dias”. Disse o secretário.

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Por causa das medidas que o governo adotou, os gastos públicos do próximo trimestre terão um aumento. Entre essas medidas está o auxílio para trabalhadores informais.

Por fim, o Tesouro Nacional afirmou que “em um contexto que as empresas estão fechadas, com restrições à mobilidade urbana e isolamento social, o desafio não é a expansão da demanda para combater o desaquecimento da economia, mas sim aumento do gasto público para amenizar a perda de renda de uma parcela significativa de trabalhadores e das empresas que precisam da ajuda do setor público para manter suas necessidades financeiras básicas e mesmo para a manter o emprego ao longo do período mais crítico da crise”.

Laura Moutinho

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