Hering (HGTX3) lidera altas das small caps em abril após compra; confira as 5 que mais subiram
Abril foi um mês positivo para as small caps do mercado brasileiro. Ignorando parte dos ruídos do exterior e passando por cima da crise sanitária que vive o País, alguns papéis conseguiram apresentar um forte desempenho desde o primeiro pregão do mês.
Em razão de alguns fatores próprios, algumas small caps, que tradicionalmente possuem menor valor de mercado e são mais suscetíveis ao humor dos investidores, tiveram um retorno muito acima dos benchmarks do mercado, trazendo alegria aos acionistas.
Mesmo assim, a economia brasileira como um todo ainda sofre com a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Embora a reabertura da atividade tenha sido paulatinamente estabelecida em todo o País, as mortes pela doença continuam em patamar elevado, enquanto a vacinação segue aquém do que o mercado esperava.
O SMAL11, ETF que replica a carteira teórica de small caps do mercado, subiu 5,48% no mês. Enquanto isso, o Ibovespa avançou cerca de 2,65%.
Reforçando que esta matéria não é uma recomendação de investimento, confira as cinco ações small caps que mais se valorizaram em abril, com base nos critérios de seleção do índice.
As melhores small caps de abril
- Hering: +69,77%
- Banco Pan: +67,33%
- Positivo: +62,75%
- Wiz: +52,72%
- Portobello: +33,07%
Hering
A Hering (HGTX3) teve um mês agitado. No início, a companhia recusou uma combinação de negócios com a Arezzo (ARZZ3), após uma proposta não solicitada de aproximadamente R$ 3,1 bilhões.
Embora a transação não tenha sido fechada, o mercado ficou animado e precificou esse humor em ambas as empresas. A Hering vem tentando implementar um processo de turnaround há alguns anos e a pandemia tem atrapalhado seus objetivo. Por isso, o CEO da varejista deixou o caminho aberto para novas conversas.
Contudo, o Grupo Soma (SOMA3) apareceu, deixou a Arezzo para trás e levou a centenária da Bolsa brasileira. Com uma proposta de R$ 5,2 bilhões, a novata fez com que as ações da Hering disparassem ainda mais.
Os papéis da varejista subiram 74,33% em abril, saindo de R$ 16,09 para quase R$ 30. Mesmo assim, o valor de mercado de R$ 4,46 bilhões continua abaixo do patamar pré-pandemia.
Banco Pan
Os dias de abril também foram agitados para o Banco Pan (BPAN4). A ação do banco está em sua máxima histórica após o BTG Pactual (BPAC11) fechar a compra da participação da Caixa na instituição, com o objetivo de maior digitalização de suas plataformas e chegar às classes C e D.
O Pan preenche alguns espaços na proposta de negócios do BTG. Atingindo diversas frente do setor bancário, ele é um banco múltiplo, com uma plataforma própria de investimentos e banco digital para o varejo de baixa renda. O valor fechado foi de R$ 3,7 bilhões.
Por mais que o preço tenha sido um tanto quanto salgado, o banco de André Esteves deve melhorar a a presença em um nicho de mercado ainda pouco explorado, e ainda tenho um “Nubank” para chamar de seu.
As ações do Banco Pan encerraram o mês passado negociadas a R$ 18,16, após uma alta de mais de 60%.
Positivo
A Positivo (POSI3) foi impactada positivamente pelas reações à incorporação da Compaq, consolidando sua posição como uma plataforma multimarcas. As ações dispararam desde a metade do mês.
A concepção de que o negócio mudou o patamar da companhia desta maneira foi apresentada pela própria Positivo, que disse que se torna uma plataforma multimarcas de fabricação, distribuição e atendimento de soluções de tecnologia de hardware no Brasil.
Para a corretora Guide, o negócio é positivo pois a empresa passará a praticar maiores preços do que está habituada, ampliando o seu mercado endereçável total. Os investidores agora aguardam os resultados do primeiro trimestre da empresa, que será divulgado no dia 12 de maio.
Os papéis da Positivo também subiram mais de 60% no mês. Nos últimos 12 meses, as ações da companhia sobem quase 120%.
Wiz
O mês passado foi transformacional para a Wiz (WIZS3). Após perder a exclusividade da parceria de venda de produtos com a Caixa Econômica Federal, a empresa conseguiu fechar dois grandes negócios.
O primeiro foi com o PB Consignado do Paraná Banco, para expandir o acesso do público ao crédito consignado. A captação de negócios se dará via rede credenciada de parceiros da Wiz, com mais de 16 mil pontos de vendas em todo o Brasil.
Já o segundo, e talvez mais relevante, foi com o Banco de Brasília, um acordo de exclusividade para vender, por 20 anos, seus produtos de seguros na plataforma da instituição. O valor não foi revelado, mas a Wiz demonstrou intenso interesse pelo negócio, vencendo o processo competitivo de 11 integrantes após apresentar a melhor oferta.
Os papéis da Wiz avançaram cerca de 40% em abril, a R$ 11,60, mas ainda longe do patamar pré-pandemia.
Portobello
A empresa de porcelanatos e revestimentos cerâmicos fecha a lista dos destaques entre as Small Caps de abril com uma valorização de mais de 30%. Sem gatilhos públicos para a alta, o papel da Portobello (PTBL3) vem ganhando terreno desde o final de março, quando apresentou seu resultado trimestral. A empresa anunciou proventos de R$ 43,6 milhões, que serão pagos em maio.
