Shell reduzirá o pagamento de dividendos pela primeira vez desde 1940

A petroleira Royal Dutch Shell informou nessa quinta-feira (30) a redução do pagamento dos dividendos trimestrais, de R$ 0,47 para R$ 0,16 para preservar seu caixa, frente a uma queda na demanda do petróleo motivada pela pandemia do novo coronavírus (covid-19).

A Shell não cortava seus dividendos dede 1940, mesmo quando enfrentou quedas no mercado da commodity em 1980. Com a retração, cerca de US$ 10 bilhões (aproximadamente R$ 60 bilhões) serão poupados pela companhia em 2020.

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Sobre a decisão, o presidente executivo da petroleira, Ben van Beurden salientou “nós estamos atravessando uma crise de incerteza”. “Se nós não cortássemos o dividendo… nós ficaríamos sem opções para reposicionar a companhia para a recuperação e para o futuro”, completou.

No último ano, a petroleira foi a segunda maior pagadora de proventos, em uma comparação global, pagando cerca de US$ 15 bilhões (aproximadamente R$ 90 bilhões) de dividendos. Quem ocupou a primeira posição nesse ranking também foi uma petroleira, a Saudi Aramco.

Shell suspende recompra de ações

Além disso, o lucro líquido da companhia teve uma redução de aproximadamente 50% no primeiro trimestre desse ano, ficando em US$ 2,9 bilhões (cerca de R$ 16 bilhões). Desse modo a companhia suspendeu a recompra de ações e reduzirá em um quarto a produção de petróleo e gás.

Frente aos projetos anunciados nessa semana e no último mês, como o plano de redução de custos, a empresa anglo-holandesa prevê que economizará US$ 30 bilhões (cerca de R$ 180 bilhões). Além de passar pela crise, a economia poderá auxiliar a empresa em uma transição em direção à energia de baixo carbono.

Em 2019, a companhia indicou que iniciaria a exploração de novas áreas do pré-sal.

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Entre 2017 e 2018 a Shell investiu R$ 2,17 bilhões na compra de ativos exploratórios nos leilões . O presidente da companhia disse que a expectativa era de perfurar quatro poços em 2019.

Laura Moutinho

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