Selic em queda: FIIs de tijolo, fundos de energia e de ações vão ficar ainda mais atrativos com novo corte, preveem analistas

A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), iniciada nesta quarta-feira (31), deve confirmar mais um corte de 0,5 ponto percentual da taxa de juros, a Selic, de acordo com a estimativa da maior parte das instituições financeiras. A redução da Selic vasi impulsionar a alta dos ativos de renda variáveis e dos desempenhos de fundos imobiliários (FIIs).

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Segundo Boletim Focus divulgado na manhã desta terça-feira (30) pelo Banco Central, a estimativa para a taxa de juros segue em 9% ao final deste ano. 

Ainda de acordo com a pesquisa, para 2025, o mercado espera que a taxa de juros termine em 8,50%, mesma projeção da semana anterior. Para 2026, a expectativa é de que a Selic também chegue a 8,50%.

Para Guilherme Almeida, analista imobiliário da Suno Asset, a redução dos juros ocasionará uma menor remuneração nominal dos ativos de renda fixa, fazendo com que o investidor busque retornos mais elevados com os ativos de renda variável, como ações, imóveis e FIIs.  

“Esse movimento faz com que esses ativos tenham uma valorização. Além disso, com as expectativas mais otimistas, a taxa de desconto usada nos valuations passa a ser mais baixa, fazendo que o valor justo projetado e o retorno esperado dos ativos tenda a ser superior, impactando positivamente os portfólios dos Fundos, seja através da valorização dos imóveis e ativos listados investidos”, explica Almeida. 

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SNFF11 surfa no ciclo de cortes da Selic

Neste contexto, em 2024, os analistas destacam que os FIIs de tijolo tendem a ter um momento positivo. Seguindo essa estratégia, o fundo SNFF11, fundo de fundos da Suno Asset, vem se preparando, ao longo dos últimos trimestres, com a aquisição de ativos principalmente do segmento de tijolo a preços bastante descontados, informa Almeida. O objetivo é surfar o ciclo de alta da Selic com a valorização dos Fundos listados e a reavaliação dos laudos dos ativos investidos indiretamente.

“Além disso, aproveitamos o cenário de crédito mais estressado de 2023 para realizar a aquisição de Fundos de CRI com desconto ao longo dos últimos trimestres”, explica o analista imobiliário. No último relatório do FII datado em novembro, o fundo imobiliário SNFF11 apresentou retorno acumulado de 15,72% no mês, frente a 11,02% do IFIX.

Por sua vez, no Suno Multiestratégia Imobiliária (SNME11) foram adquiridos recentemente Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), com remuneração fixa atrativa, aproveitando as taxas elevadas que ainda podem ser capturadas no momento atual. “A equipe de gestão vem realizando a aquisição de ativos listados que ainda têm desconto, e devem ser beneficiados com a reprecificação pelo mercado com a queda da taxa Selic”. diz Almeida. 

A expectativa da Asset é de que, com o mercado de ativos de renda variável mais otimista, aumente o número de oportunidades de realização de arbitragens, estratégia que possibilita a captura de ganhos adicionais em ofertas e é executada em ambos os portfólios do SNFF11 e SNME11.

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FII de energia limpa também deve ser beneficiado com Selic

O SNEL11, fundo imobiliário que investe em usinas de geração solar distribuída, tem a proposta de captar dinheiro no mercado para desenvolver projetos de energia. Com a redução da Selic, a tendência é de que haja um menor custo de capital.

“Com a redução do custo de capital, ou seja, uma Selic mais baixa, esses projetos tendem a ter uma valorização maior. Outros players do mercado podem ver como uma sinalização atrativa, tomar alguma dívida para fazer a compra de uma usina”, explica Guido Andrade, analista de Buy Side da Suno.

Além disso, o analista cita que juros mais baixos fazem com que os investidores busquem uma migração para renda variável, diante da impossibilidade de conseguir uma rentabilidade de 1% ao mês na renda fixa. 

Associado a isso, o SNEL11 se beneficia de atuar no setor elétrico, um dos mais estáveis da economia, considerado defensivo na Bolsa.

De acordo com Andrade, o FII tem o objetivo de distribuir 20% ao ano de retorno ao cotista corrigido pela inflação. “A gente listou o fundo no dia 13 de dezembro e, decorrido esse tempo, a gente teve uma liquidez média de R$ 1 milhão.”

O fundo imobiliário Suno Energias Limpa  pagou R$ 1,55 por cota em dividendos na última quinta-feira (25), com o dividend yield (DY) mantido em 16,05%.

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Fundos de ações terão ano com retorno alto, estimam gestoras 

Grande parte das gestoras acredita que o retorno esperado em 2024 será bastante atrativo na renda variável brasileira, beneficiando os fundos de ações. “A combinação de taxas de juros mais baixas tende a beneficiar as empresas dos setores que mais frequentemente estão presentes na carteira dos fundos de ações”, diz a XP. 

“Esta perspectiva otimista se traduz na crença de que a indústria de fundos, especialmente os fundos previdenciários, deverá experimentar um crescimento notável em 2024″, acrescenta a XP.

Neste contexto, um dos destaques é o Suno Prev que foi desenvolvido para investidores que desejam construir uma reserva de longo prazo por meio do investimento em ações. A estratégia do fundo de previdência privada é se basear em carteiras recomendadas da casa de análises Suno Research. Thiago Villaschi, gerente de relações com investidores da Suno, destaca que o Suno Prev replica a alocação do Suno FIC FIA, com 70% do peso de cada ação.

Sobre o Suno FIC FIA, fundo de ações da Suno Asset, entregou uma performance notável durante o quarto trimestre de 2023, com ganho de 11,7%, além de ter somado 37% de alta em 2023, ante 22% do Ibovespa. Com isso, desde que o fundo nasceu, em meados de junho de 2022, a performance acumulada chega a 43%, ante 34% do índice no mesmo período.

“O fundo já está 100% locado, então o investidor que está colocando dinheiro no fundo está comprando praticamente 100% ações em uma carteira bem diversificada. Portanto, diversificamos em várias frentes, mas tem que saber diversificar, ou seja, hoje a gente tem aqui basicamente 4 grandes caixinhas (Small Caps, Valor, Dividendos e Internacional), balanceando as empresas que se encaixam nesses grupos”, comenta Villaschi.

Com Selic caindo, as Small Caps e as empresas de valor (com alto potencial de crescimento) devem se beneficiar. Conforme a casa, a performance do Suno FIC FIA reflete “o respeito pelos ditames da efetiva diversificação de ativos selecionados com base nos preceitos do Value Investing, estratégia de longo prazo que tem em Warren Buffett e Charlie Munger dois grandes baluartes”.

Suno FIC FIA - Foto:Divulgação
Suno FIC FIA – Foto: Divulgação

Fundo global da Suno também bate indicador, o S&P

No acumulado de 2023, o fundo de ações global da Suno – o Suno Global Equities – também mostrou um desempenho que descolou para cima do seu índice de referência, o S&P (em moeda local)

A casa entregou 23% de performance em 2023, ante uma rentabilidade de 15% do S&P. Desde o início do fundo, em meados de dezembro de 2022, a performance beira os 20%, ao passo que o índice de ações dos EUA apresentou 9% de rentabilidade na moeda local.

Selic: Bradesco Asset revisa previsão da taxa de juros para o fim do ano

A Bradesco Asset Management passou a projetar um ciclo contínuo na redução da Selic, ao invés de um ciclo em duas etapas, levando em conta a aproximação do primeiro corte de juros nos Estados Unidos, previsto agora pela casa para junho e não mais novembro.

A avaliação é de que o movimento do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve remover uma potencial restrição à trajetória da Selic. Assim, a gestora do Bradesco ainda prevê redução da Selic até a taxa terminal de 8,50%, porém com esta taxa já sendo alcançada em novembro, quando, espera, o ciclo será fechado pelo Banco Central (BC).

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Vinícius Alves

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