Resultado do Itaú (ITUB4) supera expetativas mas não é sustentável, diz XP

O resultado divulgado pelo Itaú (ITUB4) na noite da última segunda-feira (3) superou as expectativas do mercado, mas a qualidade do balanço foi considerada “menos inspiradora” pela XP, que sinalizou que o resultado pode não ser sustentável. Em relatório, a corretora disse que os investidores devem olhar com atenção os números do banco, embora tenham sido bastante fortes.

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“O Itaú divulgou diversos itens não sustentáveis, que ajudaram no resultado, enquanto áreas relevantes como rendas de tarifas, margem financeira com clientes e custos apresentaram desempenho abaixo do esperado”, comentaram os analistas Marcelo Campos e Matheus Odaguil.

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O maior banco do Hemisfério Sul divulgou um lucro líquido recorrente de R$ 6,4 bilhões no primeiro trimestre deste ano, uma alta de 63,6% em comparação com o mesmo período do ano passado. O Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) recorrente gerencial encerrou o trimestre em 18,5%.

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O resultado à primeira vista é sólido, mas foi impulsionado por itens que não devem ser muito relevantes nos próximos anos, disse a XP. “À medida que a concorrência aumenta e os reguladores se tornam mais agressivos, acreditamos que o consumo de cobertura e os resultados de tesouraria sejam menos relevantes para as perspectivas do setor.”

Na margem financeira, a receita líquida de juros (NII) veio da tesouraria, considerado um segmento menos sustentável.

O NII com o mercado saltou 224% anualmente para R$ 2,4 bilhões, atingindo R$ 1,3 bilhão acima das expectativas da XP. Para a corretora, o forte resultado foi estimulado principalmente pelos números em trading e margens overhedge, “dois segmentos que acreditamos ser menos sustentáveis ​​do que o crédito”.

“Ao todo, analisamos R$ 3 bilhões em resultados que acreditamos que os investidores devem olhar com atenção”, pontuam com cautela os analistas.

Itens relevantes da operação do Itaú desapontam

Do outro lado, itens importantes para a operação do Itaú — sobretudo para fazer frente ao acirrado setor bancário — desapontaram os analistas. A margem financeira “não foi tão grande quanto mostrado em números absolutos”, pois a margem com clientes caiu 5%, para R$ 16,2 bilhões.

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As receitas com serviços, ameaçadas pelas bancos digitais, cresceram apenas 1% anualmente para R$ 9,6 bilhões, abaixo do guidance de 2,5% e 6,5% previsto para 2021. As tarifas de conta corrente continuam pressionadas, ao passo que gestão de ativos e receitas com cartões também caíram e decepcionaram.

Além disso, a instituição não conseguiu acelerar seu corte de custos, “ficando atrás de seus pares privados” nesse sentido, disse a XP. As despesas totais cresceram 3,2% para R$ 12,5 bilhões. “Acreditamos que o Itaú poderia ter um melhor desempenho, especialmente nas despesas de pessoal, que cresceram 6% anualmente”, afirmaram os analistas.

Em função desses pontos que devem fazer os investidores ficarem sob alerta, a XP permanece com recomendação neutra para o Itaú, com preço-alvo de R$ 29. Com base na cotação atual, a corretora prevê um upside de somente 3,9% até o preço justo encontrado.

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Jader Lazarini

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