Grana na conta

Raízen (RAIZ4) e Petrobras (PETR4) devem valorizar com PEC dos Benefícios; entenda

Existe um “lado favorável” para o mercado acionário em relação à PEC dos Auxílios? A proposta, aprovada no Senado, teve a votação adiada para a próxima terça (12) na Câmara dos Deputados. De acordo com os analistas do Credit Suisse, mesmo com os riscos fiscais que estão no radar dos investidores, a Petrobras (PETR4) e a Raízen (RAIZ4) são duas empresas que podem ser beneficiadas com a aprovação.

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A comissão especial da Câmara aprovou por 36 a 1 na tarde desta quinta-feira (7) o texto-base da PEC Kamikaze, ou PEC do Benefícios, proposta que concede uma série de auxílios sociais às vésperas das eleições de outubro.

Os deputados passaram a analisar destaques (sugestões de mudanças) e depois o texto seguiria para o plenário. À noite, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) decidiu adiar para a próxima terça-feira (12) a votação, com a falta de quórum no plenário na noite de ontem.

O Credit Suisse observa que mecanismos da PEC dos Benefícios, em conjunto com a outra proposta que traria estímulos tributários aos biocombustíveis, podem trazer um certo alívio ao setor de produtores de etanol, o que incluí a Raízen.

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Os analistas ressaltam que a proposta estabelece que o regime fiscal será diferente para biocombustíveis, com vantagem em relação aos fósseis. O objetivo seria, portanto, reduzir o impacto das medidas que foram aprovadas recentemente sobre a diminuição dos impostos sobre gasolina e diesel, que também afeta a competitividade com biocombustíveis, como o etanol.

A PEC dos Biocombustíveis prevê menor incidência de impostos sobre o etanol e o biodiesel. Conforme apresentação do senador Fernando Bezerra (MDB-PE), autor do texto, a PEC não traz definições de tarifas de ICMS a serem adotadas pelos estados. Contudo, a matéria contará com “um comando constitucional para que a Lei Complementar que venha regular isso possa assegurar a competitividade dos biocombustíveis”.

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Portanto, para os analistas, a Raízen deve ser capaz de entregar o valor de guidance para a safra de 2022-2023, que está entre R$ 13 e R$ 14 bilhões, alinhada com a projeção do CS, que está em R$ 13 bilhões.

“Nos preços atuais, enxergamos a Raízen negociando em um múltiplo consolidado de 4,3 vezes a 4,7 vezes a relação entre o EV/Ebitda [valor da firma sobre o Ebitda, ou lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações] para 2022 e 2023 e este numero indica um EV/Ebitda de 3 a 3,3 vezes o EV/Ebitda para o negócio de açúcar e etanol, bem abaixo da média histórica de 5,5 vezes do setor”, destacam os analistas.

Já em relação à Petrobras, o Credit Suisse pontua que o lado positivo seria a mitigação de risco de um ataque à política de preços da companhia, além de isolar a petroleira de discussões políticas.

“Em algum momento também existiu um receio de aumento de imposto nos produtores de petróleo, mas esta possibilidade parece descartada e reforça a governança da Petrobras”, diz o texto.

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Os analistas lembram ainda que os custos da PEC dos Benefícios alcançam R$ 41,25 bilhões fora do teto de gastos, mas que se presume um preço de barril de petróleo US$ 50 acima do esperado anteriormente. Só por esse fator, uma receita adicional próxima de R$ 13 bilhões por mês deve ser alcançada, acima da projetada (ou R$ 160 bilhões ao ano).

O valor viria de aumento em royalties (R$ 2 bilhões ao mês), incremento na participação especial (R$ 2 bilhões ao mês), impostos da Petrobras (R$ 5 bilhões ao mês) e participação do governo no dividendo da Petrobras (R$ 4 bilhões ao mês).

O Credit Suisse classifica a Raízen como outperform, ou seja, desempenho acima da média do mercado, com preço alvo de R$ 8,50 e potencial de alta de 87%. As ADRs da Petrobras possuem a mesma classificação. Os ativos PBR (atrelados ao PETR3) têm o preço alvo de US$ 17, com upside de 47%.

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Victória Anhesini

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