Radar: produção da Vale (VALE3) cai em 2022; Nubank (NUBR33) demite 40 pessoas e Americanas (AMER3) interrompe contratos com terceirizados

A produção de minério de ferro da Vale (VALE3) totalizou 80.852 milhões de toneladas no quarto trimestre de 2022 (4T22), representando uma baixa de 1% na comparação anual e um recuo de 9,9% ante o 3T22, segundo o relatório divulgado nesta terça-feira (31). No ano, a produção foi de 307,79 milhões de toneladas, queda de 1,6% em relação a 2021, valor abaixo da meta da companhia, definida em 310 milhões de toteladas.

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A Vale também informou que as vendas do minério de ferro foram de 81.202 milhões de toneladas no 4T22, uma baixa de 0,7% frente ao mesmo período de 2021 – porém a alta foi de 24,2% em relação ao trimestre imediatamente anterior. No acumulado de 2022, as vendas totais da commodity foram de 260,663 mi de toneladas, recuando 3,8% em relação ao ano anterior.

De acordo com o relatório da Vale, o desempenho da produção de minério de ferro refletiu os atrasos de licenciamento em Serra Norte, o processamento de estéril jaspilito e performance operacional no Projeto Ferro Carajás S11D.

“Isso foi parcialmente compensado por um ramp-up contínuo da produção em Vargem Grande, maior produção via processamento a seco em Brucutu e a maior compra de terceiros”, frisou a mineradora.

Mais detalhadamente, os resultados divulgados no relatório ainda mostram que a produção do minério de Vale no Sistema Norte registrou 45.097 milhões de toneladas, valor que representa uma queda de 9,8% em relação ao mesmo período do ano anterior e recuo de 9,2% trimestre imediatamente anterior.

No acumulado do ano, a produção foi de 171.555 milhões de toneladas, que representa uma queda de 9,2% em relação a produção de 188.835 milhões de toneladas registrada em 2021.

No Sistema Sudeste, a produção de minério da Vale foi de 18.405 milhões de toneladas no 4T22, com queda de 6,7% em relação ao trimestre anterior (19.725 milhões de toneladas) e de 1,4% em relação ao 4T21 (18.659 milhões de toneladas).

Apesar disso, no acumulado do ano houve avanço de 4,1% na produção, que passou de 69.780 milhões de toneladas para 72.644 milhões de toneladas de minério de ferro.

Já no Sistema Sul da Vale, a produção no quatro trimestre foi de 17.350 milhões de toneladas. O valor representa um recuo de 14,6% em relação ao 3T22 (20.324 milhões de toneladas), porém um avanço de 33,5% na comparação com o 4T21 (12.999 milhões de toneladas).

No comparativo anual, a produção da mineradora cresceu 17,1%, passando de 54.285 milhões de toneladas em 2021 para 63.594 milhões de toneladas em 2022.

Alta na produção e vendas de pelotas

Ainda segundo o relatório, a produção de pelotas da Vale totalizou 8.261 milhões de toneladas no quatro trimestre de 2022. O valor representa uma leve alta de 0,1% em relação ao trimestre imediatamente anterior e uma queda de 8,9% em relação ao 4T21.

Apesar disso, no ano foram produzidas 32,111 milhões de toneladas, uma alta de 1,3% em relação a 2021 (31.708 milhões de toneladas).

Segundo a mineradora, a produção de pelotas ficou estável, sendo “impulsionada por maior disponibilidade de pellet feed para as plantas de Tubarão e a retomada da planta 5, aumentando a produção de pelotas em Tubarão, que foi compensada por manutenções na planta 7 do complexo de Tubarão e na planta de São Luis”.

Em relação às vendas de pelotas da Vale, foram 8.789 milhões de toneladas no 4T22 representando uma alta de 3,1% em relação ao 3T22, porém uma queda de 15,1% frente ao mesmo período de 2021 (10.351 milhões de toneladas).

Nas vendas acumuladas no ano, a alta foi de 2,7%, passando de 32,306 milhões de toneladas em 2021 para 33,164 milhões de toneladas vendidas em 2022.

Produção de níquel caiu no 4T22, mas vendas subiram

O relatório mostra que a produção de níquel da Vale totalizou 47,4 milhões de toneladas no quatro trimestre de 2022. O valor representa uma queda de 8,5% em relação ao trimestre imediatamente anterior e uma queda de 1,3% em relação ao 4T21 (48 milhões de toneladas).

Apesar disso, no ano foram produzidas 179,1 milhões de toneladas de níquel, uma alta de 6,4% em relação a 2021 (168,3 milhões de toneladas).

Segundo a Vale, o resultado é explicado principalmente pela estabilização das operações após paralisação do trabalho de Sudbury em 2021, assim como o desempenho consistente em Onça Puma (PA).

Já as vendas de níquel da Vale totalizaram 58,2 milhões de toneladas no 4T22, representando uma alta de 31,4% em relação trimestre imediatamente anterior e alta 30,2% frente ao 4T21 (44,7 milhões de toneladas).

No acumulado do ano, houve uma leve queda de 0,5% na venda do níquel, passando de 181,7 milhões de toneladas em 2021 para 180,8 milhões de toneladas vendidas em 2022.

Produção e venda de cobre recuam

Já a produção de cobre da Vale totalizou 66,3 milhões de toneladas no 4T22, recuando 10,8% em relação ao 3T22 (74,3 milhões de toneladas) e 14,5% no comparativo com o mesmo período de 2021 (77,5 milhões de toneladas).

No ano foram produzidas 253,1 milhões de toneladas, queda de 14,7% em relação ao ano anterior (296,8 milhões de toneladas).

Já as vendas de cobre da Vale totalizaram 71,6 milhões de toneladas no 4T22, representando uma alta de 1,6% em relação trimestre imediatamente anterior, mas uma queda de 2,8% frente ao 4T21 (73,7 milhões de toneladas).

No acumulado do ano, houve uma leve queda de 14,3% na venda do cobre, passando de 284,5 milhões de toneladas em 2021 para 243,9 milhões de toneladas de cobre vendidas em 2022.

Cotação da Vale

A ação da Vale (VALE3) terminou a sessão de hoje em baixa de 0,49%, cotada a R$ 94,51 antes da divulgação do relatório. No acumulado dos últimos 12 meses, os papéis da mineradora tiveram uma valorização de 20,98%.

Além da Vale, confira outros destaques desta terça-feira:

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Nubank (NUBR33) demite 40 pessoas e fecha assessoria de investimentos

  • O Nubank (NUBR33) demitiu 40 funcionários nesta terça-feira, 31, e fechou a assessoria de investimentos.
  • As demissões do Nubank não têm relação com a queda nos fundos de investimento que contavam com debêntures da Americanas (AMER3) na composição e tiveram queda de rendimento após a crise financeira da varejista vir à tona. Esses ativos são geridos pela Nu Asset.
  • Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, as demissões têm relação com a estratégia da empresa e o cenário econômico. Porém, o foco do negócio em clientes de alta renda continua. No total, a empresa tem 70 milhões de clientes.
  • O fim da área de recomendação de investimentos não afeta os clientes com investimentos financeiros no Nubank ou na corretora NuInvest (antiga Easynvest).
  • O Nubank informou que o fim da área foi decidido após “cuidadosa avaliação” e que o serviço estava disponível para uma pequena parcela dos clientes. Quem tinha acesso a ele podia receber orientações sobre em quais ativos investir, em renda fixa ou variável, de acordo com o grau de risco de cada perfil e o prazo para o resgate.
  • “O quadro de funcionários do Nubank aumentou de 6 mil para 8 mil funcionários em 2022, e, conforme já anunciado, a empresa segue contratando, no ritmo adequado para seus planos de negócios em 2023″, informou o Nubank.
  • O Nubank não é o primeiro a demitir no mercado de investimentos, que ganhou força com a queda da taxa de juros registrada entre 2018 e 2021. Empiricus e XP, por exemplo, estão entre as empresas que fizeram cortes. Nem o mercado de influenciadores. Nathalia Arcuri, da Me Poupe, e Thiago Nigro, do Grupo Primo, também fizeram cortes de equipe.
  • Além do Nubank, as big techs também demitiram em massa. A Amazon (AMZO34) anunciou um corte de 18 mil funcionários, a Microsoft (MSFT34) vai dispensar 10 mil trabalhadores e a Alphabet (GOGL34) anunciou o corte de 12 mil empregados. 
  • (Com informações do Estadão Conteúdo)

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Demissões na Americanas (AMER3): empresa interrompe contratos com terceirizados e gera “efeito cascata” com cortes

  • Em meio ao processo de recuperação judicial, a Americanas (AMER3) começou a interromper contratos com empresas terceirizadas. Segundo informações divulgadas nesta terça (31), essa decisão causou um “efeito cascata” nos fornecedores, que iniciaram uma rodada de demissões.
  • Questionada pelo Suno Notícias, a varejista disse que não iniciou nenhum processo de demissão de funcionários nos últimos dias, mas que “apenas interrompeu alguns contratos de empresas fornecedoras de serviços terceirizados”.
  • A Americanas atua nesse momento na condução de seu processo de Recuperação Judicial, cujo um dos objetivos é garantir a continuidade das atividades da empresa, incluindo o pagamento dos salários e benefícios de seus funcionários em dia. O plano de recuperação definirá quais serão as ações da empresa para os próximos meses e será amplamente divulgado assim que for finalizado.
  • De acordo com o jornal O Estado de São Paulo, os fornecedores que estão sem contratos ativos com a varejista iniciaram as rodadas de demissão.
  • Até o momento, não foram identificados relatos de demissões em massa dentro da Americanas, segundo os sindicatos dos comerciários do Rio de Janeiro e de São Paulo.
  • Americanas: empréstimo com “nome sujo”
  • Enquanto a recuperação judicial segue em andamento, a Americanas estuda realizar um empréstimo-ponte para empresas com problemas, ferramenta conhecida como DIP. O crédito seria em torno de US$ 2 bilhões, sendo que metade teria que ser aportada por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.
  • Em recuperação judicial com R$ 43 bilhões em dívidas, a varejista está em situação delicada para conseguir dinheiro nos bancos. E, de acordo com as fontes do Estadão/Broadcast, será ainda mais difícil conseguir os recursos sem a participação dos bilionários.
  • Segundo a reportagem, o aporte pode sair nos próximos dias e as conversas já estão sendo feitas, inclusive com fundos nacionais e internacionais que compram papéis de empresas com problemas.
  • Nesse cenário, uma das possibilidades é de que a Americanas ofereça algumas das suas unidades de negócio como garantia aos novos credores.
  • O empréstimo bilionário na Americanas seria uma forma de manter a companhia em funcionamento, mas só no curto prazo, de acordo com as fontes.
  • Enquanto o plano de recuperação judicial não é formatado e iniciado, a Americanas fica nessa corda bamba para manter sua atividade, pagar funcionários e seguir tendo estoque.

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Hapvida (HAPV3): ações sobem 9%, após divulgação de números da ANS

  • As ações da Hapvida (HAPV3) fecharam em alta de 9,5% nesta terça-feira (31), a segunda maior do Ibovespa, atrás apenas da Cogna (COGN3). A Rede D’Or (RDOR3) e a Qualicorp (QUAL3) avançaram cerca de 5% e 6,5% respectivamente, e também ficaram entre os principais ganhos do índice.
  • “As ações do setor de saúde responderam bem aos números de dezembro apresentados pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar)”, explica Alexsandro Nishimura, economista e sócio da BRA BS. O ano de 2022 foi bom em termos de expansão do mercado de planos privados de saúde, diz a Genial Investimentos.
  • A Genial tem recomendação de manter na carteira as ações da Hapvida, com o preço-alvo de R$ 8,50. O BTG Pactual recomenda a compra do ativo, com o preço-alvo de R$ 10. A XP também recomenda compra para Hapvida, com o preço-alvo de R$ 19.
  • Em dezembro de 2022, 239 mil novos usuários de assistência médica aderiram a planos de saúde, enquanto 153 mil beneficiários de assistência odontológica foram adicionados. Além disso, no ano, os planos de assistência médica tiveram adições líquidas de 1,6 milhão de beneficiários.
  • “Ao mostrar que o segmento manteve a sua tendência de crescimento por mais um mês. Alguns bancos de investimentos reiteraram as recomendações para o setor, apesar de reduzir os preços-alvo, sobressaindo-se a perspectiva de melhora gradual e constante para as operadoras de saúde neste ano”, completa Nishimura.
  • Hapvida (HAPV3) e Bradesco Saúde têm R$ 9 milhões a receber da Americanas (AMER3)
  • Na longa lista de 7.967 credores da Americanas (AMER3) há três empresas do ramo da saúde, a Hapvida (HAPV3), a Notredame Intermédica e a Bradesco Saúde, segundo informações do Valor Econômico. As duas primeiras passaram por uma fusão de operações em 2022.
  • As três operadoras de saúde atendem os 44,5 mil funcionários da Americanas. A dívida com a Bradesco Saúde é de R$ 5,1 milhões. Para a Hapvida o valor chega a R$ 1,7 milhão e, para a Notredame, R$ 2,37 milhões. Juntas, a Hapvida e a Notredame têm cerca de R$ 4 milhões.

Itaúsa (ITSA4) é rebaixada: banco diz que ação perdeu atratividade

  • Em nova revisão, os analistas do Goldman Sachs rebaixaram a recomendação das ações da Itaúsa (ITSA4) de compra para neutro, vendo um cenário menos atrativo para a companhia neste ano de 2023. Na análise, os especialistas citam os múltiplos e os desafios do portfólio da holding.
  • Com essa mudança na tese do Goldman Sachs, o preço-alvo para as ações da Itaúsa agora é de R$ 10, ante R$ 10,70 anteriores.
  • “Embora a gente veja que novas aquisições podem ajudar gradualmente a diversificação de receitas, consideramos potenciais riscos de execução associados à adição de novos investimentos no portfólio da holding”, destacam os analistas do banco.
  • Nesse sentido, os analistas cortaram as estimativas de múltiplos, destacando que o desconto para o valor patrimonial líquido projetado é de 16%.
  • Nesse indicador, o desconto atual é de cerca de 19%, ante uma média histórica de 15,4%.
  • A tese do GS, vale destacar, é diametralmente contrária à de outras revisões de analistas.
  • O BTG Pactual, por exemplo, citou em meados de dezembro que via os papéis ITSA4 como excessivamente descontados, ressaltando o comparativo do valor da holding com o do das empresas do seu portfólio.
  • “A Itaúsa tem uma capitalização de mercado [market cap] de R$ 77 bilhões, enquanto as fatias detidas da Itaú (ITUB4) e na XP (XPBR31) somam R$ 98 bilhões, implicando em uma avaliação [valuation] negativa em R$ 21 bilhões do restante do portfólio, o que nos parece injusto dada a qualidade e relevância das empresas”, disseram.
  • Desempenho de ITSA4
  • Segundo dados do Status Invest, as ações da companhia somam queda de 5% no acumulado dos últimos 12 meses.
  • Em uma janela mais curta, no acumulado de 2023 até então, os papéis sobem 2,4% na bolsa de valores.
  • Já os dividendos pagos proporcionalmente por ação preferencial da Itaúsa ocasionam um dividend yield (DY) de 5,6%, com R$ 0,48 pagos por ação no acumulado dos últimos 12 meses.

Da Vale a Itaúsa, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.

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Isabella Taglapietra

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