Grana na conta

Radar: Energisa (ENGI11) pagará R$ 472,1 mi em dividendos, banco vê valorização da 3R Petroleum (RRRP3), IRB (IRBR3) tem problemas de liquidez

O chairman e sócio sênior do BTG Pactual (BPAC11), André Esteves, disse que mesmo com o cenário de juros em alta e às vésperas das eleições, o banco de investimento atualmente coordena cerca de 50 emissões de debêntures neste trimestre. Ainda, a maioria desses recursos vai ser para financiar investimentos em infraestrutura.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/05/Lead-Magnet-1420x240-3.png

“Significa que 50 empresas diferentes vão se financiar no mercado local, independente de qualquer subsídio, para fazer basicamente investimento”, afirmou em evento do BTG Pactual na tarde desta quinta-feira (18).

Esse é um indício de que o setor privado conseguiu “desmamar” da estrutura anterior, onde o principal financiador era o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), argumentou o executivo.

A mudança do financiamento privado é reflexo da mudança da estrutura de juros nacional, ressaltou Esteves. Com isso, o juro neutro de equilíbrio do Brasil é de um dígito. “A taxa de juros civilizada é o maior impulsionador do investimento”, disse.

Ao falar da economia, Esteves argumentou que a piora fiscal no Brasil por causa do aumento de gastos com a pandemia foi muito menor do que nos países desenvolvidos.

Enquanto a dívida, tanto a líquida quanto a bruta, em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil subiu na casa dos 3 pontos porcentuais, em países da Europa e nos Estados Unidos, o salto foi muito maior, ao redor de 20 pontos, de acordo com Esteves.

E mesmo com o ambiente mais adverso, o Brasil vai ter crescimento do PIB este ano e redução de desemprego, afirmou Esteves. “Não podemos esquecer que tivemos dois anos de pandemia.”

sócio do BTG Pactual afirmou ainda estar “muito tranquilo” com a força das instituições brasileiras. E, ao contrário do que faz parecer a acirrada polarização e o discurso político inflamado nas redes sociais, acredita que a sociedade do Brasil está muito mais ao centro, seja o centro-direita ou centro-esquerda, do que nos extremos.

“Estamos institucionalmente equilibrados”, afirmou Esteves. “Fomos colocando tijolos institucionais que ao meu ver criaram um muro muito claro de proteção institucional para a sociedade”, comentou. “Acho que a sociedade do Brasil está muito mais ao centro do que as pessoas acham ou do que os grupos de internet nos enganam no dia a dia.”

Além da Vale, confira outros destaques desta quarta-feira:

Itaú BBA vê potencial de forte alta da 3R Petroleum (RRRP3); ações sobem 5,5%

  • O Itaú BBA anunciou nesta quinta-feira (18) a retomada de cobertura das empresas PetroRio (PRIO3)3R Petroleum (RRRP3) e PetroReconcavo (RECV3).
  • Com base nos valores de fechamento de ontem, as recomendações de compra estão em preços-alvo de R$ 45, R$ 105 e R$ 39, respectivamente, com potenciais de alta de 84,8%, 212,1% e 54,7%, nesta ordem.
  • No pregão do Ibovespa hoje, a 3R Petroleum fechou com valorização de 5,56%, cotada a R$ 35,13. PetroRio subiu 1,23% e PetroReconcavo caiu 0,79%.
  • A avaliação de outperform para as ações da 3R Petroleum, PetroRio e PetroReconcavo é apoiada pelas perspectivas de crescimento de cada empresa e as expectativas de um ambiente de alta sustentada pelo preço do petróleo nos próximos anos.
  • “A prática comum de agrupar essas empresas como ‘juniores’ e compará-las usando uma única medida é, até certo ponto, míope (como EV/Reservas) e pode não considerar diferenças fundamentais que tornam sua tese de investimento única por direito próprio”, pontua o relatório.
  • Alguns dos pontos levantados pelos analistas para entender a proposta e tese de investimento de cada uma das três empresas estão também nas diferenças entre os portfólios, o que aumenta a diversificação de risco – cada uma está em diferentes etapas de maturidade das suas reservas.
  • Além disso, o banco de investimentos ressalta que o valor das reservas da empresa é diretamente impulsionado pelo tamanho, maturidade e proporção de petróleo no mix, bem como a execução oportuna de os planos de desenvolvimento ou revitalização.
  • Outro aspecto, indo além dos gatilhos óbvios do preço do petróleo, está com os drivers de valor, significativamente distintos para essas teses de investimento. “O crescimento e os caminhos para essas empresas são variados, incluindo caminhos orgânicos e inorgânicos e oportunidades de verticalização por meio de ativos mid downstream“, explicam.
  • Uma visão geral do mercado de plataformas também pode esclarecer os recursos disponíveis para sustentar os planos de crescimento das empresas, assim como os de redesenvolvimento de campos maduros.
  • Estes, de acordo com o Itaú BBA, já estão a caminho de serem implantados por empresas petrolíferas independentes no Brasil. Impulsionaram a demanda por equipamentos de workover, bem como equipamentos de perfuração.
  • Em relação à PetroReconcavo, os total de reservas é menor, com vencimento acima da média, mas há maior maturidade da empresa, o que implica produção mais previsível e menor risco de execução. O ativo da Bahia Terra continua sendo uma importante fonte de crescimento.
  • Já a PetroRio possui grandes reservas concentradas em poucos clusters, com maturidade próxima à média, além de ter campos 100% offshore, beneficiados pela integração oportunidades (tiebacks) que reduzem as necessidades de capex e opex. “A integridade do FPSO é crucial para mitigar os riscos operacionais que pode afetar significativamente a produção do cluster”, conforme o relatório.
  • Para a 3R Petroleum especificamente, os pontos positivos são portfólio diversificado com diferentes tipos de operação, tamanho da reserva, maturidade e geografias.
  • Há ainda a transição de ativos remanescentes: operação da Potiguar, Papa-Terra e Pescada que serão adquiridos no início de 2023. E, por fim, a execução eficiente da transição de ativos é crucial para desbloquear o potencial de crescimento da produção.

Energisa (ENGI11) pagará R$ 472,1 milhões em dividendos; veja valor por ação

  • Energisa (ENGI11) anunciou nesta quinta-feira (18) que o conselho de administração da companhia aprovou o pagamento de R$ 472,1 milhões em dividendos intercalares aos seus acionistas.
  • O valor dos proventos por ação será dividido da seguinte forma: Ações ordinárias (ENGI3): R$ 0,23; Ações preferenciais (ENGI4): R$ 0,23; Units (ENGI11): R$ 1,16.Todos os valores serão pagos aos acionistas em 1º de setembro.
  • Apenas os investidores com ações da Energisa no dia 23 de agosto terão direito de receber os rendimentos. A partir do dia 24 de agosto, as ações serão negociadas sem direito aos dividendos.
  • Segundo documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), esses proventos fazem parte dos dividendos obrigatórios do exercício de 2022.
  • Em julho, a Agência Nacional de Energia Elétrica adiou a análise das revisões tarifárias extraordinárias da Energisa (ENGI11) do Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, assim como para a Equatorial (ETQL3) do Alagoas.
  • Os processos estavam previstos para serem discutidos, mas foram retirados de pauta pelos respectivos relatores.

Dividendos da Energisa

    • Valor total: R$ 472.192.886,28
    • Valor por ação: R$ 0,23 e R$ 1,16
    • Data de corte: 23 de agosto
    • Data do pagamento: 1º de setembro
    • Rendimento (dividend yield): 4,67%

IRB Brasil (IRBR3) tem problemas de liquidez, diz banco ao recomendar venda das ações

  • Ao classificar os resultados do 2T22 como negativos, identificando problemas de liquidez da companhia, os analistas do BB Investimentos recomendam venda para as ações do IRB Brasil (IRBR3). O preço-alvo para os papéis é de R$ 2,10, ante uma cotação atual de R$ 2,15.
  • resultado do IRB foi divulgado ainda nesta semana, com e prejuízo líquido de R$ 373 milhões no segundo trimestre de 2022 (2T22).
  • “O IRB entregou um resultado que consideramos negativo, com prejuízo líquido de R$ 373,3 milhões, 80% maior do que as perdas de R$ 206,9 milhões no 2T21, impactado principalmente por um menor recebimento de prêmios e por um maior pagamento de sinistros”, dizem os analistas sobre o balanço.
  • A casa destaca que as operações no Brasil tiveram impacto, nos prêmios, da renovação de contas facultativas e reposicionamento de participação no ramo patrimonial, além de reduções de linhas, saída de alguns programas deficitários e revisão de condições comerciais no ramo rural.
  • Além disso, o BB-BI destaca o imbróglio com os problemas de liquidez da empresa, que cogita um follow-on com ações a R$ 1.
  • “Durante o 1S22, esses índices [de liquidez] sofreram forte deterioração. Em 30 de junho de 2022 o PLA – Patrimônio Líquido Ajustado – correspondia a 64% do CMR – Capital Mínimo Requerido – e a insuficiência no enquadramento da cobertura de provisões técnicas e liquidez regulatória era de R$ 729,7 milhões. Essa piora foi explicada pelo ‘efeito cauda’ proveniente de políticas implementadas pela antiga administração somado aos impactos da pandemia da Covid-19 e dos recentes eventos climáticos atípicos”, diz o relatório do banco.
  • Segundo os especialistas, o plano de saneamento de negócios e o resgate da liquidez regulatória implantado pela companhia ainda em 2020 trouxeram alento e o benefício da dúvida.
  • “Passados mais de 2 anos, e sucessivos prejuízos, na nossa visão ainda existe pouca visibilidade quanto à sustentabilidade da própria operação do IRB, com larga pressão da sinistralidade sobre o resultado”, dizem os analistas.
  • “Salientamos que nosso valuation encontra seu valor a partir da projeção de melhoria na sinistralidade – de 83% em 2022 normalizando a 73% até 2028 -, o que julgamos essencial para a saúde operacional e consequentemente liquidez da companhia, mas reconhecemos que tal assunção encontra cada vez menos base em evidências”, concluem.

BTLG11 tem resultado recorde no ano e mostra vacância zerada

  • O fundo imobiliário BTG Pactual Logística (BTLG11) comunicou nesta quarta-feira (17) que fechou julho com resultados acima dos meses anteriores. Fruto de recebimento de ativos vendidos, a gestora do FII explicou os ganhos aos cotistas.
  • Como complemento, o BTLG11 divulgou as recentes movimentações de sua carteira de imóveis, levando a 0% sua vacância financeira.
  • No mês de julho, o fundo recebeu a última parcela financeira referente à venda de três galpões logísticos ao FII MGLG11. Deste modo, os valores acrescentaram de forma significativa a receita imobiliária do fundo, equivalente a R$ 1,33 por cota.
  • Porém, o fundo não distribuiu todo o resultado em forma de rendimentos. Os dividendos do BTLG11 para este mês são de R$ 0,74/cota aos seus investidores. A gestora avisa que, com base na cota de fechamento do mês, a distribuição apresenta um dividend yield de 8,9% a.a.
  • A gestora também informou sobre a movimentação de seu portfólio, com novas locações que simplesmente acabaram com a vacância financeira do BTLG11. O fundo confirmou a locação do BTLG Mauá para a Braskem (BRKM5), ocupando uma área de 45.657 m². A locação tem prazo de 5 anos, contados a partir de 1º de agosto de 2022, e preço alinhado com a Renda Mínima Garantida do imóvel. O contrato também prevê multas elevadas em caso de rescisão.
  • A gestora destaca ainda que o imóvel foi alugado 10 meses após a emissão do habite-se e antes do término da Renda Mínima Garantida, o que ajudou o fundo a continuar com suas receitas em alta.
  • Da mesma forma, o FII BTLG11 locou 100% do ativo BTLG Guarulhos. A gestora disse que o contrato tem prazo de 5 anos e preço 7% acima da média do parque. O fundo conseguiu repor a locação 2 meses após a rescisão, em um preço 30% maior que o que vinha sendo pleiteado.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/05/1420x240.jpg

Da BTG Pactual à IRB Brasil, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.

Jorge C. Carrasco

Compartilhe sua opinião