Radar: Banco do Brasil (BBAS3) descarta aumentar dividendos, Telefônica (VIVT3) tem queda no lucro no 2T22, XP recomenda compra da Rede D’Or (RDOR3)

Na segunda-feira (25), Esteves Colnago, secretário especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, entrou em contato com o BB e outras estatais pedindo para aumentar o pagamento de proventos bimestralmente, informa reportagem do Valor.

O governo quer mais recursos para bancar benefícios sociais da PEC dos Auxílios, aprovada a poucos meses da eleição.

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Em resposta, o Banco do Brasil disse que não será possível atender o pedido e que é referência no relacionamento com acionistas e já distribui dividendos trimestralmente desde 2007.

O Banco do Brasil acrescentou que pratica o payout de 40% de seu lucro líquido, um valor 60% superior ao mínimo exigido pela lei, de 25%.

Colnago ainda entrou em contato com a Caixa, BNDES e Petrobras (PETR4) que ainda avaliam o pedido para anteciparem o pagamento de dividendos e recolherem dividendos adicionais junto ao cofre da União.

Também de acordo com reportagem do Valor, o Conselho de Administração da Caixa vai propor ao governo aumentar a distribuição de dividendos. O estatuto do banco permite remunerar até 50% do lucro, embora a Caixa pague cerca de 25%. O banco, diz ainda o Valor, estuda pagar parcelas retroativas.

Portanto, até o momento, o BB foi o único a negar oficialmente o pedido do Tesouro. O banco explicou que a sua política de remuneração é revisada periodicamente, levando em conta o crescimento dos seus ativos para apoiar o desenvolvimento da economia em concessão de crédito em diversos setores, entre outras métricas.

Segundo informações do Valor, uma fonte próxima do Banco de Brasil afirmou que o BB precisa de fato ser mais conservador do que outras companhias estatais, pois distribuindo mais dividendos pode acabar atender demanda por crédito. Ao ofertar mais crédito, o banco eleva seus resultados, que também impulsionam mais valor nominal dos dividendos – o que ajuda a economia e a arrecadação do governo. Ou seja, não dá para atender a vontade de todo mundo. O governo possui 50,0000011% das ações do BB.

Assim, se o Banco do Brasil atingir o topo do seu guidance, com um lucro anual de R$ 26 bilhões ao fim de 2022, um payout de 40% se traduziria na contribuição de quase R$ 10,4 bilhões para seus acionistas.

Além do Banco do Brasil, confira outros destaques desta terça-feira:

Carrefour (CRFB3): lucro cresce 1,3% no 2T22 e chega a R$ 600 mi

  • Carrefour (CRFB3) divulgou nesta terça-feira (26) seu balanço do segundo trimestre de 2022 (2T22). O lucro líquido ajustado subiu 1,3% e alcançou R$ 600 milhões.
  • O Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) do Carrefour foi de R$ 1,7 bilhão, aumento de 24,5% na comparação anual. Já a margem Ebitda ficou em 7,1%, com queda de 0,7 ponto percentual.
  • De acordo com o CFO do Carrefour, David Murciano, a empresa ainda tem melhorias para fazer em relação à sua rentabilidade com ganhos de eficiência.
  • A margem bruta da companhia foi de 19%, diminuição de 1,4 ponto percentual sobre o 2T21. Segundo Murciano, esse encolhimento se relaciona à inflação do período, que o grupo absorveu.
  • As vendas brutas consolidadas do Carrefour totalizaram R$ 26,5 bilhões — considerando as vendas do BIG em junho –, alta de 35,6% sobre o 1T21. Excluindo as vendas do BIG, o resultado foi 25,5% acima do mesmo período do ano passado.
  • As vendas líquidas da empresa alcançaram R$ 42,8 bilhões, um crescimento equivalente a 25,8% sobre a base anual.
  • Com crescimento no canal digital do Carrefour, o GMV (volume bruto de mercadorias) total foi de R$ 1,5 bilhão, mais de duas vezes maior em relação ao 2T21, impulsionado pela categoria de alimentos – cujo GMV subiu para R$ 814 milhões.
  • No segundo trimestre, o canal digital já representou 3,4% das vendas totais do Atacadão.
  • “O Grupo Carrefour Brasil apresentou outro desempenho robusto no segundo trimestre, com forte crescimento de vendas LfL de dois dígitos e Ebitda ajustado recorde para o período, enquanto as margens permaneceram resilientes. Esse crescimento foi impulsionado por um desempenho muito forte em todas as nossas unidades de negócios e em todos os canais”, afirma Stéphane Maquaire, CEO do Carrefour, em nota.
  • “Concluímos a aquisição do Grupo BIG no início de junho e já estamos trabalhando arduamente na integração para entregar as sinergias planejadas”, destaca o texto.

Telefônica (VIVT3) tem queda de 44% no lucro do 2T22, para R$ 746 milhões

  • Telefônica (VIVT3), dona da Vivo, anunciou nesta terça-feira (26) que obteve lucro líquido de R$ 746 milhões no segundo trimestre de 2022 (2T22), uma queda de 44,6% na comparação com mesma época do ano passado. A empresa justifica a baixa dizendo que ocorreu “em função das maiores despesas financeiras no período”.
  • De acordo com relatório, as despesas financeiras da Telefônica vieram principalmente pelos empréstimos realizados para a aquisição de licenças do 5G, além da aquisição das redes móveis da Oi (OIBR3). Outro ponto ressaltado no texto da companhia é o aumento da taxa de juros, o que encareceu as dívidas.
  • O Ebitda da Telefônica (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) foi a R$ 4,578 bilhões, alta de 8,3% na comparação de base anual. A margem Ebitda encolheu 1 ponto porcentual, para 38,7%.
  • “O desempenho reflete o forte crescimento das receitas totais de 11,1%, com uma maior participação das receitas core, 91,6% da receita total (+2,9 p.p.)”, diz a empresa.
  • receita líquida da Telefônica totalizou R$ 11,8 bilhões, aumento de 11,1%, ou 7,6%, excluindo efeito da aquisição da Oi Móvel. A receita também foi impulsionada pelo serviço móvel, que subiu 15,1% e de aparelhos, com +26,4%, ante o 2T21. “A receita fixa total manteve o desempenho positivo (+1,7% a/a), com destaque para a receita de FTTH, que cresceu 23,7% a/a”, afirma a empresa, em texto.
  • O crescimento da receita de serviço móvel foi “impulsionado pelo aumento de 5,9% a/a da Receita de Pós-pago, que representa 81% da receita de serviço móvel.” A Telefônica contabiliza: “No último trimestre, adicionamos 1,269 milhão de acessos pós-pago, tanto pela migração de pré-pago para controle, quanto pelo saldo positivo de portabilidade de outras operadoras.”
  • Os custos da Telefônica, no âmbito operacional, cresceram 12,9%, para R$ 7,253 bilhões.
  • resultado financeiro (saldo entre receitas e despesas financeiras) ficou negativo em R$ 601 milhões, o que representa uma despesa 282% maior na comparação anual.
  • depreciação e amortização da Telefônica aumentaram 2,8% em comparação ao 2T21, devido ao início do pagamento das licenças de espectro adquiridas no 4T21 e dos ativos adquiridos da Oi Móvel.
  • Telefônica também destacou que no 2T22 houve uma aceleração do crescimento da base de clientes, atingindo 114 milhões de acessos totais. “No trimestre, as adições líquidas na móvel totalizaram 13,9 milhões, sendo 12,6 milhões provenientes da aquisição da Oi Móvel”, aponta o relatório.

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Rede D’Or (RDOR3): XP recomenda compra após anúncio de plano de saúde do Sírio Libanês; entenda

  • A XP Investimentos manteve a sua recomendação de compra para as ações da Rede D’Or (RDOR3), conforme divulgou em relatório nesta terça-feira (26).
  • A avaliação se deu depois do anúncio de que o Hospital Sírio-Libanês vai oferecer planos de saúde por meio de parcerias com operadoras.
  • Para a corretora, a notícia é levemente negativa para as ações da Rede D’or, já que se configura como uma proteção do Sírio contra a fusão entre Rede D’Or e SulAmérica (SULA11) – especialmente no que se refere à gama de clientes premium disputada pelos grupos.
  • Com base em matéria publicada no Valor Econômico, a XP avalia que, ao entrar no mercado de planos de saúde, o Sírio-Libanês busca diminuir sua sinistralidade e obter melhores resultados financeiros.
  • O artigo menciona que o Sírio, atualmente centrado em operação hospitalar, está fazendo investimentos significativos na atenção básica para viabilizar um modelo totalmente integrado.
  • A XP acredita que a notícia pode incentivar movimentos semelhantes de outros prestadores do setor, o que deve ficar no radar da rede de hospitais.
  • “Recentemente o Fleury (FLRY3) criou uma entidade em parceria com outras duas instituições para ofertar tratamentos oncológicos”, pontua.

Copel (CPLE6): BTG recomenda compra após prévia operacional do 2T22

  • Após a divulgação da prévia operacional da Copel (CPLE6), os analistas do BTG Pactual (BPAC11) reiteraram recomendação de compra para os papéis mirando R$ 7,30 como preço-alvo.
  • A casa ressalta o aumento de 1,7% em termos de volume faturado no comparativo anual. Esse número da prévia operacional da Copel mostra, que quando ajustado para geração distribuída, o consumo teria aumentado 0,5% no comparativo anual, ante estimativa de 1% dos analistas do BTG.
  • As ações CPLE6 fecharam em queda de 2,28% nesta terça (26) após a divulgação da prévia operacional.
  • “Por segmento, os principais destaques foram comerciais, industriais e ‘outros’ (aumento de 6,9%, 2,9% e 2,6%, respectivamente), como resultado de uma atividade econômica mais forte e maior consumo por clientes de alimentos e bebidas e celulose e papel”, dizem os analistas da casa.
  • Por outro lado, os especialistas do BTG Pactual destacam uma queda de demanda nas áreas residenciais e rurais, com magnitude de 1,5% e 4,9%, respectivamente.
  • “Isso ocorre devido à flexibilização das medidas de distanciamento e temperaturas mais amenas”, explica o BTG.
  • Além disso, em termos de geração eólica e hídrica, a casa destaca os dados mais fortes por conta das condições climáticas.
  • “Do lado da geração, os volumes vendidos caíram 3% no comparativo anual com o aumento de 27% na energia eólica geração devido à aquisição do parque eólico Vilas em dezembro do ano de 2021 e crescimento de 5% nos volumes hídricos vendidos com as chuvas mais fortes foram mais do que compensados ​​pelo despacho zero na térmica de Araucária ao longo do trimestre”, destaca o BTG.

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Da Eletrobras ao Banco Inter, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.

Jorge C. Carrasco

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