SNAG11: entenda como o Fiagro é ‘agulha no palheiro’ da indústria

Em meio a um começo de ano relativamente turbulento para alguns fundos e ativos vinculados ao agronegócio – em função de eventos de crédito pontuais -, o SNAG11 segue com 100% de inadimplência e sem nenhum evento de crédito, característica que o torna um dos mais competitivos da indústria e faz com que se sobressaia perante vários pares.

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O segredo para o fundo ser essa ‘agulha no palheiro’ dentro da indústria, segundo Amanda Coura, Managing Director da Suno Asset, é evidenciada pelo processo de investimento do SNAG11.

“Somos uma casa de análise, então analisamos com cuidado todos os casos que gostamos de trazer para dentro da carteira, e nós estruturamos as operações do zero. O SNAG11 tem 100% das dívidas feita por nós. Sentamos com o parceiro de negócio, entendemos as dores e desenhamos dívidas que fazem sentido para o balanço dele”, explica.

Sendo o maior fundo da casa, com mais de 80 mil investidores, o fundo tem um ‘processo de alfaiataria’ e demora de 6 a 8 meses para estruturar suas operações.

Ou seja, a Suno Asset opta por ter uma análise mais minuciosa e mais detalhada, porém mais demorada, para correr menos risco.

Coura aponta que a decisão é para entender “precisamente se aquela dívida faz sentido”. Isso inclui avaliar se business vinculado é resiliente e se as finanças da companhia são saudáveis. Para isso, a casa utiliza a metodologia do Serasa em suas análises.

Outro ponto que torna o Fiagro da Suno um ativo singular é a relação risco retorno, dada a linearidade dos dividendos do SNAG11 atrelados a uma cota que possui consideravelmente menos volatilidade do que a média da indústria.

“Nós batemos nessa tecla nos relatórios gerenciais porque é algo mais difícil de o investidor pessoa física olhar e interpretar. Falamos para nunca olhar um rendimento isolado, sempre comparar com os demais rendimentos e olhar o que está acontecendo com o mercado”, comenta Coura.

“Se olhamos desde o começo do SNAG11, os rendimentos são bem lineares. Óbvio que tem correções, com um evento de Selic em queda, mas se você pega o início do fundo em agosto de 2022 até agora, é possível enxergar uma constância de distribuição de dividendos“, completa.

Nesse aspecto, quando se olha a trajetória da indústria, diversos fundos tiveram altas expressivas no começo de 2023, mas sangraram com eventos de crédito, ao passo que a cota do SNAG11 se manteve quatro vezes mais estável do que a média.

“Quando olhamos essa relação risco-retorno, vemos que o fundo ganha do CDI, do IPCA e dos seus pares também. O risco controlado é refletido em um retorno constante e crescente, conseguimos nos sobressair”, explica a Manging Director da Suno Asset.

Novos ativos na carteira do Fiagro

Sobre suas alocações recentes – que incluem o CRA Leitíssimo e o CRA Ruiz -, Coura pontua que novamente foram operações que levaram tempo (cerca de 8 meses) mas isso foi benéfico, dada a saúde dos ativos.

“Começamos a expandir parceiro de negócios, e no fim de 2023 fizemos um follow-on de R$ 200 milhões e encontramos dois parceiros novos, o CRA Ruiz, que é de café, e o CRA Leitíssimo”, explica.

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“Alocamos R$ 40 milhões, representando menos de 10% do nosso portfólio, e é uma operação que paga CDI+5%, e está super saudável. O balanço da companhia está muito saudável”, acrescenta.

Futuro dos dividendos do SNAG11

Desde meados de novembro de 2023 os proventos do fundo são mantidos em R$ 0,11 por cota, pouco abaixo dos R$ 0,12 por cota pago em alguns meses anteriores.

Amanda Coura, contudo, explica que o SNAG11 está atrelado ao CDI, e a Selic vem caindo, então é natural que o rendimento nominal caia – algo que ocorre com toda a indústria de Fiagro e também outros fundos alocados em dívidas atreladas ao CDI.

“A questão é que proporcionalmente o fundo tem rendido cada faz mais comparado ao CDI, por ter uma parcela fixa de juros na casa dos 3,5%”, explica.

“Nossa expectativa é de que a Selic siga caindo, e o SNAG11 continua rendendo CDI+3,5%, e, por mais que tenha uma queda nominal, segue rendendo mais em termos proporcionais”, conclui.

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Eduardo Vargas

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