Veja as 5 maiores quedas das small caps em outubro; Méliuz (CASH3) despenca 45%

Em um mês tumultuado e com piora do cenário macroeconômico, as small caps brasileiras tiveram baixas em conjunto com os demais índices acionários. No acumulado mensal, o Ibovespa caiu 6,7%, fechando o último pregão do mês aos 103 mil pontos, enquanto o SMAL11 teve baixa de 12% no mesmo período, fechando em 2.332 pontos.

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O SMAL11, vale frisar, é o ETF da bolsa brasileira que mensura o desempenho das ações de empresas small caps – companhias com valor de mercado abaixo de R$ 1 bilhão.

Tradicionalmente, essas empresas tendem a ter maior volatilidade, o que foi evidenciado pela queda percentual de quase o dobro de pontos do que o Ibovespa.

A companhia que teve a maior queda do mês entre as small caps foi a Méliuz (CASH3), também a maior baixa do Ibovespa.

Os papéis da empresa tiveram uma desvalorização de quase a metade da sua cotação e puxaram baixas sucessivas no mês – apesar de o saldo ainda ser positivo.

A Azul (AZUL4), que também integra as small caps e o Ibovespa, figura entre as maiores quedas.

Veja as cinco maiores baixas das Small Caps:

Méliuz: correções e Selic

Além das correções por causa das altas expressivas nas semanas anteriores, as ações do Méliuz sofreram influência do aumento recente da taxa básica de juros, a Selic, que impactaram os financiamentos da empresa.

Na semana passada, o Banco Central anunciou o sexto aumento consecutivo da Selic, elevando a taxa para 7,75% ao ano, dando prosseguimento ao ciclo de alta que deve se estender, segundo as projeções, pelo menos até o fim de 2022.

Além disso, no início do mês de outubro, a companhia reportou sua prévia operacional do terceiro trimestre, o que dividiu as opiniões dos especialistas.

No documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários, o número de novos compradores e o volume bruto de vendas de mercadorias (GMV) foram recordes no período, totalizando R$ 1,4 bilhão.

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Segundo os analistas do Itaú BBA, o desempenho do GMV foi positivo: superou em 14% a projeção dos analistas, na casa de R$ 967 milhões para o trimestre.

Da mesma forma, os analistas da XP demonstraram otimismo. “De modo geral, temos uma visão positiva para o desempenho da prévia operacional 3T21, já que a companhia mostra sinais de capacidade de capturar novos clientes e reter a base ativa. Com isso, reiteramos nossa recomendação de Compra com preço-alvo de R$ 8 por ação”.

Por outro lado, o Bradesco BBI viu os dados como neutros a marginalmente negativos para o Méliuz.

Os papéis da empresa fecharam o último pregão de outubro cotados a R$ 6, encabeçando as quedas das small caps.

Santos Brasil: oscilação das ações

As ações da Santos Brasil tiveram grande oscilação no início do mês, o que gerou questionamentos das autoridades de mercado.

Em comunicado ao mercado, a companhia informou que “desconhece qualquer informação que possa ter motivado tal oscilação no preço de sua ação e que não tenha sido divulgada ao mercado”.

“A companhia esclarece que questionou seus administradores quanto aos eventos ou fatos relevantes que eventualmente pudessem justificar as oscilações apontadas, mas não confirmaram nada a respeito. Adicionalmente, a companhia ressalta que, no dia 21de outubro de 2021, o departamento de Relações com Investidores também constatou oscilações atípicas nas ações de emissão de outras companhias listadas na B3″, diz o comunicado da companhia, segunda maior queda dentre as small caps.

Em seguida, a Santos Brasil diz que o impacto “pode ter sido causado pela percepção negativa e volátil do mercado sobre o atual cenário político, monetário e fiscal do Brasil”, em consonância com as notícias de deterioração do cenário que motivaram quedas da bolsa e revisões de bancos e corretoras para as projeções.

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Espaçolaser: variações e “deterioração do cenário macro”

Com problemas semelhantes aos da Santos Brasil, as ações da Espaçolaser tiveram oscilações que acompanharam as baixas da bolsa, sofrendo com deterioração do cenário macro e figurando como a terceira maior queda dentre as small caps.

“Vale notar que a variação identificada no dia 4 acompanhou a movimentação dos papéis de outras companhias do mesmo setor de atuação da companhia na mesma data”, disse a companhia em esclarecimento sobre a oscilação de preço

Azul: aumento de combustíveis afeta aéreas

Com queda de 31,6% no mês, a companhia sofre em conjunto com demais aéreas. O aumento do câmbio prejudica as projeções, considerando a pior perspectiva de demanda. A alta do preço dos combustíveis afeta as empresas aéreas.

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O dólar acumulou alta de 3,2% no mês: saiu de R$ 5,44 em setembro e encerrou o mês de outubro em R$ 5,64.

Além de impactar as viagens internacionais, a Azul possuí uma alavancagem dolarizada – ou seja, com dívidas em dólar. Apesar disso, a empresa apresenta recuperação em relação ao ano de 2020, com expectativas gradualmente crescentes no ano. Contudo, o desempenho reportado nos balanços trimestrais segue abaixo do que foi visto no ano de 2019.

Lojas Quero-Quero: quedas associadas à volatilidade da bolsa

Assim como as demais companhias, as ações das Lojas Quero-Quero tiveram quedas associadas à volatilidade da bolsa.

Figurando como a quinta maior queda entre as small caps, os papéis da empresa fecharam o mês de outubro cotadas a R$ 11,58, em desvalorização acima de 25%. Apesar disso a empresa lembrou que, no mês, “não foram realizadas operações com valores mobiliários e derivativos”.

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Eduardo Vargas

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