PicPay quer usar ecossistema para chegar a 100 milhões de usuários, diz fundador

O PicPay, fintech que funciona como uma carteira digital, vem chamando atenção do mercado, sobretudo após a chegada da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). A empresa quase triplicou o número de usuários entre 2019 e 2020, mas não pretende parar por aqui: quer chegar a quase metade da população brasileira.

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Em entrevista ao SUNO Notícias, Anderson Chamon, Fundador e Vice-Presidente de Produtos e Tecnologia do PicPay, explicou como a empresa pretende chegar a 100 milhões de usuários em até três anos.

Segundo ele, mesmo atingindo 40 milhões de clientes no início deste ano em uma velocidade impressionante, a fintech continua recebendo 2 milhões de novos usuários todos os meses. Nos últimos dois meses, a empresa dobrou a emissão de cartões.

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“Para continuar crescendo de forma constante e ordenada, vamos apostar no desenvolvimento de nosso ecossistema tanto no braço financeiro, quanto nas demais áreas que atuamos”, afirma Chamon. A empresa capixaba, que tem apenas oito anos de vida, quer ampliar a marca de 25 milhões de transações no marketplace atingida no ano passado e incomodar gigantes do mercado.

Chamon disse que chave para o sucesso da empresa é o PicPay Store, um dos principais focos de desenvolvimento nos próximos anos. A plataforma terá sua “relevância ampliada, com potencial para atrair muitos usuários. Também vamos olhar de forma dedicada para nossa frente social, que é um dos diferenciais de nossa plataforma”.

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Quando perguntado sobre qual é o diferencial da plataforma do PicPay frente ao super app do Banco Inter (BIDI11), que transacionou R$ 1,2 bilhão no marketplace em 2020, o executivo disse que é ser uma “plataforma aberta, que permite a qualquer empresa criar um mini-app próprio dentro do PicPay e se conectar a uma base de mais de 40 milhões de clientes em potencial”.

PicPay, “muito mais que uma fintech”

Para Chamon, o PicPay, hoje, é muito mais do que uma fintech. A empresa “se posiciona como uma empresa de tecnologia, que vem se consolidando como o super app com o maior número de usuários no Brasil”.

Dessa forma, mesmo sendo uma empresa puramente tecnológica, para atingir as metas traçadas a companhia possui um agressivo plano de marketing.

Em 2020, a fintech teve sucesso ao patrocinar o Big Brother Brasil, reality show da TV Globo, que viu sua edição do ano passado ser uma das mais bem sucedidas da história. A receita será repetida pelo PicPay neste ano, mas o planejamento não passa apenas por isso.

“Vamos patrocinar o BBB neste ano também, considerando os resultados e reconhecimento obtidos na última edição, em que saímos como uma das marcas mais comentadas pelos usuários nas redes sociais. E atualmente estamos veiculando em TV aberta, rádio, OOH, peças de digitais e canais proprietários da marca”, disse o executivo ao SUNO Notícias.

Anderson Chamon, fundador do PicPay.

Outra forma de atrair potenciais clientes é a proposta de remuneração de 210% do CDI em sua carteira digital. Quando questionada se a iniciativa é sustentável, a empresa afirma que, ela em si, “não é um produto de investimento”, mas usa a ferramenta para trazer novos usuários para dentro do ecossistema – e que também não é a única forma de fazer isso.

“A oferta de rendimento a 210% do CDI foi criada para estimular os usuários a explorar, com dinheiro em conta, as possibilidades de uso do ecossistema do PicPay”, como recargas de celular, pagamentos de boletos, pagamentos com QR Code, uso do Pix, entre outras funcionalidades.

Com isso, segundo Chamon, a operação se paga. “Nosso maior valor está na ponta de pagamentos e é nisso que está nosso equilíbrio financeiro: conforme as pessoas mantêm seu dinheiro na plataforma e o utilizam no PicPay”, que é onde a fintech encontra seu ganho no negócio.

IPO à frente?

No início deste mês, a coluna Broadcast disse que o PicPay está dando os primeiros passos necessários para fazer uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na Bolsa de Valores de São Paulo (B3).

Embora ainda não tenha fechado a contratação de um conjunto de bancos para coordenar a operação, a enmpresa já teria se movimentado para fazer a listagem em Bolsa.

De acordo com o fundador da empresa, a abertura de capital pode ser um caminho natural de empresas de rápido crescimento, sobretudo as de tecnologia, como é o PicPay. No entanto, o assunto ainda não está sendo abordado pela diretoria da companhia – ao menos não publicamente.

“O nosso foco principal continua sendo o desenvolvimento da operação e o crescimento da companhia”, afirmou o executivo. Fato é que o PicPay está se mexendo em meio à forte concorrência no setor, e que uma captação de recursos através de uma oferta de ações está sob o radar.

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Jader Lazarini

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