Petrobras (PETR4): aprovação dos dividendos retidos abre caminho para o pagamento dos 50% restantes este ano, diz BBA

Após a Petrobras (PETR4) confirmar, nesta quinta-feira (25), o pagamento de 50% dos dividendos extraordinários, depois da autorização dada na última sexta-feira pelo conselho de administração da empresa, o Itaú BBA diz que essa aprovação “representa a luz verde” para distribuir os R$ 21,9 bilhões restantes, provenientes de 50% das reservas de capital da empresa, até fim de 2024.

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Para os analistas do banco, a aprovação dos dividendos extras da Petrobras representa uma estratégia financeira importante para a estatal, que busca manter um equilíbrio entre a remuneração aos acionistas e a saúde financeira da empresa em um momento de grandes desafios e oportunidades no setor energético.

A decisão de reter esse montante foi tomada devido à previsão de novos investimentos. Embora a diretoria da companhia houvesse sugerido distribuir 50% dos valores, o Conselho de Administração avaliou que seria necessário examinar melhor os cenários e demandou análises mais detalhadas, postergando o pagamento desses recursos para outro momento.

Os estrategistas apontam ainda que o conselho de administração avaliou que essa medida aprovada hoje não comprometerá a saúde financeira da Petrobras. O anúncio foi bem recebido pelos investidores porque implica um rendimento de dividendos de 4,1%, o que pode atrair mais investidores para manter ações da Petrobras em suas carteiras.

Além disso, a possibilidade de a empresa pagar os 50% restantes das reservas de capital da Petrobras como dividendos extraordinários ainda este ano é uma opção que aumenta o apelo da ação aos olhos dos investidores, segundo o BBA.

O Broadcast, serviço de notícias do Estadão, também dá como certo o pagamento da outra metade dos dividendos da petroleira. Após o martelo ser batido sobre o pagamento de 50% dos dividendos da Petrobras, o governo decidiu que a outra metade será paga ao longo do segundo semestre, reporta de Brasília a jornalista Célia Froufe, do Broadcast.

A data ainda não foi definida, mas, de acordo com fontes do governo, o prazo já foi consensuado com o Palácio do Planalto: em outras palavras, recebeu o “sim” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após a crise instalada na estatal por conta da distribuição de dividendos.

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Com abertura de cofre da Petrobras, Tesouro Nacional deve faturar ao menos R$ 6 bilhões

Os acionistas da Petrobras, reunidos em assembleia geral nesta quinta-feira (25), decidiram pela distribuição de 50% dos dividendos extraordinários da estatal, totalizando cerca de R$ 21,95 bilhões, de um montante total de R$ 43,5 bilhões. Com essa decisão, estima-se que o Tesouro Nacional receberá pelo menos R$ 6 bilhões, fortalecendo assim o caixa da União.

Como lembra o Itaú BBA, a data de corte para a distribuição dos dividendos extraordinários da Petrobras foi definida para 2 de maio para os detentores de ações da Petrobras negociadas na B3, e 6 de maio para detentores de ADRs negociados na Nyse. As ações da Petrobras serão negociadas ex-direitos na B3 e na Nyse a partir de 3 de maio.

A Petrobras planeja distribuir os dividendos em duas parcelas iguais de R$ 0,88 por ação, juntamente com o pagamento dos dividendos ordinários relacionados ao quarto trimestre de 2023, totalizando duas parcelas de R$ 1,45 por ação. Os detentores de papéis da Petrobras na B3 devem receber a primeira parcela em 20 de maio e a segunda parcela em 20 de junho. Já os detentores de ADRs receberão os pagamentos em 28 de maio e 27 de junho, respectivamente.

Os dividendos representam uma parte dos lucros da Petrobras que é compartilhada entre os acionistas, sendo os extraordinários aqueles pagos além do mínimo obrigatório. Ou seja, a Petrobras não está obrigada a distribuí-los.

Em março, a decisão de não pagar esses dividendos extras gerou turbulência no governo e provocou uma queda de 10% nas ações da Petrobras na Bolsa de Valores brasileira em um único dia. Inicialmente, os conselheiros indicados pelo governo eram contra a distribuição dos dividendos extras. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a vetar a liberação dos valores, seguindo a posição dos ministros da Casa Civil, Rui Costa, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

Após uma batalha sobre o tema, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, convenceu Lula de que a medida era importante, visto que o governo fica com 37% do valor.

Em uma reunião realizada na última sexta-feira (19), o conselho de administração da Petrobras já havia dado o aval e permitido que a proposta da diretoria, de pagar metade dos dividendos extraordinários, fosse encaminhada à assembleia de acionistas.

Na reunião da semana passada, o conselho da Petrobras entendeu que fatores como o aumento no preço do petróleo contribuíram para aumentar a capacidade de financiamento dos projetos da estatal.

Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil

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Murilo Melo

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