Petrobras (PETR4) e varejistas derrubam Ibovespa na semana; veja as ações que impactaram o índice

Na última sexta-feira (08), o Ibovespa encerrou a sessão com queda de 0,99%, aos 127.070 pontos. No acumulado da semana, o principal índice do mercado caiu 1,63%. Um dos motivos que fizeram o Ibovespa cair foi reação do mercado, sobretudo, com a Petrobras (PETR4) após a estatal não anunciar dividendos extraordinários. A ação da BRF (BRFS3) teve o melhor desempenho na semana.  

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O conselho de administração da Petrobras (PETR4) decidiu manter os dividendos de acordo com a fórmula mínima (US$ 2,9 bilhões, 3% de yield), propondo direcionar o lucro restante do ano (US$ 8,9 bilhões) para ser totalmente alocado na recém-criada reserva de remuneração de capital.

A notícia teve uma repercussão negativa, levando a uma queda de 10,57% nas ações preferenciais (PETR4) e 10,37% nas ordinárias (PETR3), resultando em uma perda de cerca de R$ 55 bilhões no valor de mercado da estatal e uma fuga de fluxo estrangeiro. 

Segundo Felipe Moura, analista da Finacap Investimentos, na sexta-feira, 90% da queda do Ibovespa veio da Petrobras. “E se considerarmos outros papéis, mantém-se a dinâmica das últimas semanas, muito aderente aos balanços, com o mercado respondendo agora mais ao micro do que ao macro, sem desdobramentos novos quanto aos cortes de juros do Federal Reserve”, diz Moura.

Maiores altas do Ibovespa da semana

  • BRF (BRFS3): +12,31%
  • IRB (IRBR3): +10,28%
  • Natura (NTCO3): +5,78%
  • Hapvida (HAPV3): +4,30%
  • Yduqs (YDUQ3): +3,75%

Na semana, as ações da BRF (BRFS3) se destacaram positivamente, impulsionadas pelo banco Barclays que elevou a recomendação para os  ADRs (American Depositary Receipys) da empresa. 

Por sua vez, a IRB (IRBR3) também teve um aumento significativo, após o BTG Pactual revisar positivamente suas recomendações.

Já a Cogna (COGN3) registrou alta expressiva devido à atualização das projeções pela XP, que elevou a recomendação de neutra para compra e aumentou o preço-alvo.

Maiores quedas do Ibovespa da semana

  • Casas Bahia (BHIA3): -16,56%
  • Petrobras ON (PETR3): -10,26%
  • Vibra (VBBR3): -10,04%
  • Pão de Açúcar (PCAR3): -9,28%
  • Petrobras PN (PETR4): -8,66%

Na semana, as ações da Casas Bahia (BHIA3) tiveram as maiores perdas, revertendo os ganhos da semana anterior. O motivo foi um acordo com instituições financeiras para renegociar os prazos de suas dívidas, que somam R$ 1,5 bilhão, para o pagamento de três anos.

A Petrobras (PETR4), como mencionado, também teve uma queda significativa na última sexta-feira, influenciando negativamente o desempenho do Ibovespa. A queda foi motivada pela decisão da estatal de não pagar dividendos extraordinários referentes ao último trimestre de 2024, destinando os recursos à reserva de lucros.

Embora tenha reportado um lucro seis vezes maior no quarto trimestre de 2023, as ações da Vibra (VBBR3) também despencaram, muito associada com uma margem Ebitda recorrente de R$ 163 por metro cúbico, abaixo de suas concorrentes de mercado. 

Já o Pão de Açúcar (PCAR3), a queda refletiu a continuidade da tendência baixista para ativos de varejo em geral em função do cenário macroeconômico no Brasil.

“O mercado busca avaliar o preço justo para as ações das empresas e aproveitar oportunidades de trade nos ativos. Diante da tendência de baixa, aumenta a quantidade de operações de venda a descoberto, gerando um fluxo vendedor que aprofunda as quedas. Esse movimento pode ser comprovado mediante a aferição das taxas de aluguel das ações, que seguem subindo”, explicou Felipe Castro, especialista em mercado de capitais e sócio da Matriz Capital. 

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Ibovespa também repercutiu acontecimentos globais

A pressão sobre o Ibovespa também foi devido a eventos globais, em especial após dados divergentes do mercado de trabalho nos EUA. 

As atenções dos investidores ficaram voltadas para a divulgação do dado econômico mais aguardado pelo mercado, especialmente pelo mercado cambial: os dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos, o Payroll. 

Os dados de emprego dos EUA superaram as expectativas em fevereiro, com a criação de 275 mil empregos fora do setor agrícola, acima das previsões dos analistas que variavam de 125 mil a 260 mil novos postos de trabalho. Este cenário pode complicar as decisões de início de corte de juros nos Estados Unidos.

Além disso, em audiência na Câmara dos Representantes do país, Jerome Powell reconheceu os progressos recentes no combate à inflação, mas disse que o Fed espera mais indicadores para ficar confiante de que o país caminha em direção à estabilidade de preços de forma sustentável.

Powell acrescentou que a autoridade monetária pode agir de maneira mais cautelosa nos próximos passos por conta da força da atividade e do mercado de trabalho.

O que o mercado espera do Ibovespa na próxima semana?

Segundo o Termômetro Broadcast Bolsa, o mercado está mais conservador em relação ao desempenho das ações no curtíssimo prazo. 

Dos participantes, 37,50% esperam alta, 37,50% preveem queda e 25% acreditam em estabilidade para o Ibovespa na próxima semana. No levantamento anterior, 50% previam avanço, enquanto 25% esperavam queda e 25% acreditavam em estabilidade.

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Vinícius Alves

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