Petrobras (PETR4) pode pagar até R$ 7 bilhões em dividendos, projeta Goldman Sachs

Em seu relatório mais recente sobre a Petrobras (PETR4), o Goldman Sachs enxerga espaço para um anúncio de até R$ 7 bilhões em dividendos extraordinários por parte da estatal em março, mas reconhece que o valor a ser pago poderá ser menor, dependendo de quão conservadora for a gestão de caixa. O texto reuniu impressões do banco após o evento, encerrado ontem (31), que detalhou o Plano Estratégico 2024-28 da companhia a investidores internacionais em Nova York.

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Segundo o Goldman Sachs, a Petrobras esclareceu a forma como gere o risco financeiro, que é analisando prospectivamente em torno de fatores principais, como o preço do petróleo e o nível de produção, por exemplo. A partir desses dados, a companhia determina quanto dinheiro precisa reter.

“Por fim, a administração reiterou que a criação da reserva para dividendos era uma forma de melhor adequá-los aos fluxos de caixa, em oposição a um pagamento baseado apenas no lucro líquido“, reforçam os analistas Bruno Amorim, João Frizo e Guilherme Costa Martins.

Além disso, a casa considera ‘muito conservadora’ a meta da Petrobras de manter a produção estabilizada em torno de 2,2 milhões de barris por dia nos próximos anos. O banco projeta uma produção de aproximadamente 2,3 milhões de barris por dia em 2024.

“Continuamos classificados como ‘compra’ e vemos espaço para um dividendo extraordinário em 7 de março junto com o relatório do 4T23″, acrescentou. O Goldman Sachs tem preço-alvo de R$ 41,00 para as ações preferenciais PETR4.

BTG sobre Petrobras: interesses entre acionistas estão bem alinhados

Também em relatório, o BTG forneceu algumas impressões sobre o evento da Petrobras em Nova York, com destaque para a mensagem de que a companhia prosseguirá com seu trabalho de transição energética, mas sem abandonar seu negócio principal ou sua responsabilidade financeira.

Para o banco, embora sem grandes novidades em relação à estratégia da empresa, o evento reforçou a convicção de que muitas das orientações fornecidas recentemente pela Petrobras parecem conservadoras e incorporam muitos riscos de execução.

“Mais importante ainda, tivemos o prazer de ouvir que os interesses do acionista controlador da empresa estão bem alinhados com os dos acionistas minoritários. Nossa sensação é que isso demonstra pragmatismo e sugere que os dividendos extraordinários provavelmente continuarão a ser pagos”.

O BTG tem recomendação de ‘compra’ para as ações de Petrobras, com preço-alvo a US$ 19,00.

Petrobras (PETR4) não vai abaixar preços para ajudar setor aéreo, diz presidente

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou em entrevista ao Estadão/Broadcast que a companhia está disposta a colaborar com o debate sobre a situação do setor aéreo no Brasil, mas que não vai baixar o preço com um “canetaço”. Prates esteve presente no “Deep Dive”, evento realizado pela estatal em Nova York para investidores estrangeiros.

Segundo o presidente da Petrobras, a principal dúvida que intriga o investidor estrangeiro hoje é o risco de interferência do Estado e do governo do presidente Lula na empresa.

“Teve muita pergunta sobre eventual influência política, o fato de conviver com o governo, como é que é, se a gente recebe ordem direta ou não. Eu respondi claramente, incisivamente, expressamente, que não existe isso e que, do outro lado, existe gente que argumenta, que sou eu e os diretores”, pontuou Prates.

“É natural que as pessoas pensem que essas estatais, não só a Petrobras, são espécies de “longa manus” (executor de ordens), tentáculos do Estado. Agora, também é preciso entender que, do outro lado, tem gestores e pessoas que têm que argumentar o contrário”, completa o gestor.

“Nada de baixar mais preço”, diz Prates sobre ajuda às companhias aéreas

Prates lembrou na entrevista que a Petrobras foi convidada a participar de um plano de ajuda do governo às empresas aéreas. Para o presidente da estatal, a Gol (GOLL4) “é uma das empresas mais tranquilas de trabalhar”, e a Latam “tem um contrato exclusivo com a Vibra (VBRR3), também tem a vida dela resolvida”.

“Quem reclama é a Azul (AZUL4), que não faz parte da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) e usa a Iata (Associação Internacional de Transportes Aéreos) como porta-voz”, diz.

Em relação à colaboração da Petrobras para as companhias aéreas, Prates afirmou ao Estadão que não haverá mudança no preço dos combustíveis. “Nada de baixar mais preço. Abaixar artificialmente o preço representaria a Petrobras subsidiar um setor. Para isso, eu teria de ter uma ordem direta cumprindo todos os trâmites e a devida compensação financeira segundo a lei das estatais“.

“Ir lá no canetaço e dizer vamos agora baixar 15% o QAV porque a Azul pediu, a gente não pode fazer. Até porque as empresas aéreas vão ter um lucro bastante expressivo em 2023 em relação ao ano anterior”, completou Prates ao Estadão.

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Desempenho das ações de Petrobras

Perto das 10h40 desta quinta-feira (1), as ações preferenciais de Petrobras (PETR4) subiam 1,31%, a R$ 40,98. No ano, as ações sobem 8,47%, segundo o Status Invest.

Cotação PETR4

Gráfico gerado em: 01/02/2024
1 Dia

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Giovanni Porfírio Jacomino

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