Nubank (ROXO34) solicita licença bancária no México; BDRs saltam

Os BDRs do Nubank (ROXO34) disparavam na manhã desta quinta-feira (19), com o mercado repercutindo a notícia de que o braço mexicano do banco digital solicitou licença bancária aos reguladores locais.

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Perto das 11h45, as BDRs do Nubank (ROXO34) saltavam 5,57%, cotadas a R$ 6,82.

Em comunicado, o Nubank informou que o Nu México solicitou uma licença bancária junto à Comissão Nacional Bancária e de Valores Mobiliários (CNBV), o regulador local, com o objetivo de estabelecer uma estrutura regulatória mais ampla, que permita uma expansão ainda maior de sua gama de produtos no país, incluindo por exemplo investimentos, portabilidade de salário e limites de depósito mais elevados.

“Acreditamos que a licença bancária é a opção certa para a empresa e para os nossos planos de longo prazo. Tem sido notável ver nossos clientes mexicanos nos pedindo para levar a experiência Nu além do crédito e da poupança, entrando em novos setores e segmentos. Nossa estratégia é focada em atender às necessidades deles”, explica Cristina Junqueira, cofundadora e Chief Growth Officer do Nubank.

No Brasil, o Nubank opera por meio de um conglomerado autorizado pelo Banco Central para atuar como instituição de pagamento e instituição financeira. Já na Colômbia, onde atualmente oferece apenas cartões de crédito, atua como corporação, e atualmente está em processo junto à Superintendência Financeira da Colômbia (SFC) para obter uma segunda licença para operar como empresa financeira.

“Ao transformar nossa atual licença Sofipo em uma licença bancária, seremos capazes de garantir uma figura regulatória ainda mais ampla e robusta que vai nos permitir continuar libertando cada vez mais mexicanos da complexidade característica das instituições incumbentes. Estamos otimistas com nossos planos de longo prazo no país”, comentou Iván Canales, líder das operações do Nu no México.

Neste ano, o Nubank celebrou o lançamento do cartão de débito e Cuenta Nu, que em menos de um mês após o lançamento público, já contava com um milhão de clientes. A empresa apresentou o pedido de licença e continuará trabalhando em estreita colaboração com o regulador durante todo o processo, que não trará nenhum impacto para os clientes neste momento.

Em termos gerais, a licença bancária no México permite que as instituições ofereçam vários tipos de investimentos, incluindo ações na bolsa mexicana, portabilidade de salário, empréstimos para automóveis e hipotecas de alto valor, produtos voltados para PMEs e acesso a um nível mais elevado de seguro de depósitos graças ao Seguro IPAB.

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Nubank (ROXO34) e Banco do Brasil (BBAS3) são melhores escolhas do setor, diz BBA

Na esteira da temporada de resultados e em nova análise sobre o setor de bancos, especialistas do Itaú BBA destacaram que o Nubank e o Banco do Brasil (BBAS3) são seus dois ‘top picks‘ do setor de bancos e instituições financeiras.

Segundo a casa, as projeções são de que o Nubank mostre um ROE relativamente forte, de 20%, com com um ganho massivo de 27% em relação ao trimestre anterior em receita líquida de juros (ou Net Interest Income, NII).

As projeções do BBA são de que o banco digital some um lucro líquido ajustado de R$ 1,6 bilhão. Além disso, os especialistas esperam R$ 7,9 bilhões de receita e uma inadimplência de 90 dias de 6,2%.

Já para o Banco do Brasil, os especialistas projetam uma inadimplência de 90 dias de 2,6%, com receita líquida de R$ 31,6 bilhões e lucro líquido ajustado de R$ 8,9 bilhões.

“Esperamos que o Banco do Brasil reporte mais um trimestre sólido, com ROE de 21%. Os lucros devem aumentar, para R$ 8,9 bilhões, à medida que o forte NII compensa um custo de risco ainda elevado”, destaca o BBA.

Com essas projeções, o BB deve ser o banco com maior lucro no 3T23. Para concorrentes como Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) a casa projeta R$ 4,3 bilhões e R$ 2,9 bilhões para a última linha do balanço, respectivamente.

O Bradesco, segundo a casa, deve mostrar ROE de 10,8% e R$ 30,5 bilhões de receita líquida.

“Apesar de ser bem esperado, o escasso ROE de 11% e os lucros estáveis do Bradesco devem sinalizar que o seu NII e a recuperação dos custos de crédito ficarão atrás dos de outros bancos. A recuperação do Santander Brasil deve estar um (ou alguns) passo à frente, provavelmente mostrando sinais precoces de crescimento em linhas/clientes mais arriscados segmentos e quedas de NPL”, analisa o BBA, em relatório sobre Nubank e Banco do Brasil.

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Giovanni Porfírio Jacomino

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