Nubank (NUBR33) tem índice de inadimplência melhor do que a média e valuation atrativo, diz UBS

Vendo o preço das ações dividir ao meio, o UBS recomenda a compra dos papéis do Nubank (NUBR33) na NYSE, citando um crédito não produtivo (NPL) na melhor condição da história da fintech.

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Para os analistas do UBS, o índice geral de inadimplência do Nubank fica acima da média das demais instituições financeiras brasileiras – o que justifica uma melhora na avaliação da casa.

No parecer, o banco de investimento projeta um preço-alvo de US$ 11,50 em 12 meses. Se a cotação for alcançada, os investidores que comprarem o papel agora terão rentabilidade de 91%, dado que as ações NU estão sendo negociadas na NYSE a um preço de US$ 6,02.

“Esse índice de inadimplência se deve ao alto nível de crescimento no portfólio da Nu, embora outros players com crescimento semelhante (por exemplo, o Banco Inter) tenham um índice de inadimplência muito maior. Por isso analisamos a importância dos mixes de produto e renda para o índice geral de inadimplência da Nu”, diz o relatório do UBS.

Segundo o relatório, o mix de produtos atual tem um efeito positivo significativo no índice de inadimplência.

Índices de inadimplência do Nubank - Foto: Reprodução/UBS
Índices de inadimplência do Nubank – Foto: Reprodução/UBS

 

“O Nubank tem uma parcela muito maior de recebíveis de cartão sem juros (69% para Nu, 52% no sistema financeiro). Estes têm um índice de NPL de zero e, portanto, reduzem o índice geral de inadimplência”, explica.

Outro ponto positivo para a companhia é o mix de renda que “destaca padrões de crédito superiores”.

“Estimamos que o índice de inadimplência da Nu seria muito melhor do que o relatado pela fintech —6,1% no 4T21 versus os 3,5% relatados. Vemos isso como uma indicação clara de que Nu tem um padrão de crédito muito melhor do que o sistema (quando ajustado pela renda)”.

Além disso, os múltiplos do banco mostram uma compra atrativa, já que as ações do Nubank são negociadas um valor de mercado de US$ 500 por cliente.

“Consideramos esse indicador relativamente atraente em comparação com outros nomes digitais globais, como Jago (Indonésia),
que negocia a um valor de mercado de cerca de US$ 8.500 por cliente; KakaoBank (Coreia), com cerca de US$ 1.100 por cliente; Kaspi (Cazaquistão), US$ 700 por cliente; e Capitec (África do Sul), em cerca de US$ 1.000”, analisa o time de equity research do banco.

A concorrência do Nubank, vale lembrar, negocia a múltiplos na faixa de US$ 550 a US$ 800 por cliente.

Principais indicadores do Nubank - Foto: Reprodução/UBS
Principais indicadores do Nubank – Foto: Reprodução/UBS

Itaú BBA vai na contramão recomendando venda do Nubank

O Itaú BBA revisou sua recomendação para as ações do Nubank e optou por manter uma visão cautelosa em relação ao crescimento do banco digital. Os analistas optaram por reiterar a visão underperform, de “venda” dos papéis, com rebaixamento do preço-alvo de US$ 7,0 para US$ 6,6.

A equipe de análise do BBA, liderada por Pedro Leduc, indica que a incerteza sobre a qualidade do crédito do Nubank está aumentando, enquanto os custos de financiamento estão pressionando a receita líquida com juros (NIIs).

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Em relatório, os especialistas ainda falam que se sentiram tentados a mudar a recomendação para o Nubank após a queda das ações e a valorização do real, mas optaram por esperar para ver os números do resultado do primeiro trimestre (1T22). Eles esperam um prejuízo ajustado de R$ 193 milhões frente os R$ 7 milhões observados no 4T21.

Para os analistas do BBA, a alta cíclica da inadimplência já foi parcialmente precificada nas ações do Nubank, mas está apenas começando a aparecer nos relatórios. Dados marginais sugerem que o aumento pode ser mais rápido e mais forte do que o esperado anteriormente.

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Na visão deles, a precificação do Nubank se baseia em desafios cíclicos e estruturais para justificar avaliações melhores. “Os dados do 1T22 serão fundamentais para verificar esses números”. A previsão de inadimplência no roxinho entre janeiro e março, segundo o BBA, é de 5,3%.

“O Nubank provavelmente permanecerá abaixo da indústria geral (especialmente os bancos digitais) na métrica de inadimplência, graças aos seus modelos inovadores, crescimento e abordagem ao cliente. Mas verá a inadimplência por alguns trimestres, independentemente”, diz o relatório.

Desempenho de NU e de NUBR33

Desde o IPO, as ações do Nubank caem 49,1% na NYSE, cotadas a atuais US$ 6,02. Somente nos últimos 30 dias foram 25% de baixa nas ações.

Já os BDRs, que representam os papéis dos EUA no Brasil, caem 55,6% desde a estreia da fintech no mercado de capitais. A queda dos BDRs do Nubank no último mês, contudo, foi menor do que nos EUA, com 19% de baixa a atuais R$ 5,10.

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Eduardo Vargas

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