Juan Guaidó anuncia seu retorno à Venezuela

O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, anunciou na noite de sábado (2) que retornará ao seu país. O político informou de sua volta após a conclusão de uma visita ao Equador. Entretanto, o líder oposicionista não informou sobre a data exata de sua volta.

Guaidó realizou nos últimos dias uma série de viagens na America do Sul. Entre os países visitados está também o Brasil, que o reconhece como legitimo governante da Venezuela. O político também visitou a Colômbia, Argentina, Paraguay e o Equador.

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As viagens do presidente interino na região foram realizadas na tentativa de obter apoio político dos países vizinhos. O líder oposicionista tenta aumentar a pressão sobre o governo de Nicolás Maduro. A maioria dos governos da América do Sul reconhece Guaidó como presidente legitimo da Venezuela.

A possível volta de Guaidó em seu país abriria um confronto com o governo de Maduro, que ele tenta derrubar. O político da oposição já foi ameaçado várias vezes de prisão pelo Executivo bolivariano.

O presidente interino convocou mobilizações para esta segunda-feira (4) e terça-feira (5) na Venezuela. As manifestações contra o regime de Maduro serão realizadas nos mesmos dias das celebrações do Carnaval venezuelano.

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Segundo o porta-voz de Guaidó, Edward Rodriguez, o líder oposicionista poderia voltar na Venezuela na segunda-feira. Em seu perfil no Twitter, Guaidó escreveu que ele e seus seguidores tinham pouco a comemorar e muito a fazer. O presidente interino salientou que pretende levar adiante uma transição pacífica que permita à Venezuela superar sua crise política e
humanitária.

Entenda o caso

Guaidó se declarou presidente interino da Venezuela em janeiro. Ele é reconhecido pelos Estados Unidos e por outros 50 países. Entretanto, China, Rússia, Irã, Cuba e outros países continuam reconhecendo o governo de Maduro.

Guaidó é presidente da Assembleia Nacional Venezuelana. O órgão legislativo é dominado pelas forças de oposição, após a eleição de 2015. Ele se autoproclamou presidente invocando cláusulas da Constituição da Venezuela. As oposições venezuelanas não reconhecem a legitimidade das eleições presidenciais de 2018, nas quais Maduro conseguiu se reeleger. Os oposicionistas salientam que o pleito foi fraudado.

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Na semana passada, Guaidó tentou coordenar uma tentativa de levar assistência humanitária da Colômbia e do Brasil até a Venezuela. Entretanto, as forças de segurança leais a Maduro impediram a passagem dos caminhões carregados com os produtos e alimentos. O regime venezuelano acusa Guaidó de ser parte de um plano dos EUA para derrubá-lo.

Carlo Cauti

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