Grana na conta

“Inflação nos EUA deve cair, mas ainda não dá para Fed relaxar”, diz economista

A próxima reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) será realizada em um mês, em 21 de setembro. O mercado já precifica as próximas movimentações da autoridade norte-americana, com expectativas de aperto monetário em 0,50 ponto percentual ou até 0,75 p.p. mais uma vez, em esforços para conter a inflação nos EUA. O economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, observa que as movimentações do Fed estão gerando mudanças no cenário inflacionário, mas ainda não é possível relaxar.

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Os últimos indicadores econômicos divulgados mostraram uma estabilidade da inflação nos EUA em julho, mas um mercado de trabalho extremamente robusto, muito acima das projeções. Além disso, o índice de preços ao consumidor (CPI, a inflação oficial do país), na comparação anual, subiu 8,5% em julho, desacelerando em relação ao ganho de junho e vindo também abaixo das expectativas, de alta de 8,7%.

“Percebemos que a economia ainda segue muito forte nos Estados Unidos. Os salários continuam sendo reajustados, a taxa de desemprego caindo. Neste cenário, fica muito difícil combater a inflação em tão pouco tempo. Não daria para o Federal Reserve controlar a inflação em apenas duas reuniões, como esperavam, e já se acomodar. Não dá para baixar a guarda ainda”, avalia Agostini.

Fatores globais podem impactar política monetária e inflação nos Estados Unidos

Não apenas a situação interna dos Estados Unidos provoca medidas mais fortes do Federal Reserve. A questão global de regularização da cadeia de suprimentos, além da guerra entre Ucrânia e Rússia, que já dura seis meses, tem gerado preocupações e reajustes fortes em serviços, como gás e energia.

“Há sinais de desaceleração da inflação nos EUA mais claros, já que sua política monetária lá é muito mais eficiente e enraizada na economia. No Brasil, ainda estamos engatinhando para atingir isso”, explica Alex Agostini. “Devemos ver uma acomodação da política monetária, mas não agora. Os dados ainda não deixaram sinais claros sobre a tendência de preços.”

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Beatriz Boyadjian

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