Ibovespa sobe 0,75%, mas recua na semana; Petz (PETZ3) salta 37%, Petrobras (PETR4) tem alta e Vibra (VBBR4) lidera perdas 

O Ibovespa fechou a sessão desta sexta-feira (19) em alta de 0,75%, aos 125.124,30 pontos, entre a mínima de 124.056,03 e a máxima de 125.508,91. Na semana, o índice caiu 0,65%. O volume financeiro do dia foi de R$ 29,1 bilhões.

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Apesar do desempenho positivo nesta última sessão do intervalo, o Ibovespa acumulou perdas pela terceira semana consecutiva, refletindo a deterioração da percepção sobre o fiscal doméstico – com a revisão das metas para as contas públicas em 2025 e 2026, anunciada na última segunda-feira – e um cenário externo cada vez mais desafiador, pautado por incerteza sobre os juros americanos e persistência de tensão no Oriente Médio, entre Israel e Irã.

Hoje, o mercado esteve atento às tensões no Oriente Médio, com notícias de um possível contra-ataque de Israel ao Irã. A notícia de que Teerã não deve retaliar acalmou os ânimos e trouxe alívio para as bolsas.

No curto prazo, o revide contido de Israel ao Irã nesta madrugada foi lido, pelo mercado, como um fator de relativa distensão para o cenário da região, sempre acompanhado de perto pelos efeitos sobre o petróleo. Assim, a princípio, o Brent chegou a subir 4% aos sinais iniciais de novo enfrentamento, mas quando se conheceu a extensão da resposta – ainda não reconhecida ou negada por Israel, e sem danos efetivos ao Irã – os preços da commodity voltaram a se acomodar, com o barril do Brent pouco acima de US$ 87 na tarde desta sexta-feira.

No Brasil, com uma agenda esvaziada, as atenções se voltaram para Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, que teve compromissos em Washington. 

Nas notícias de mercado destaque para a Petz (PETZ3) que confirmou a fusão com a Cobasi, a Boa Safra (SOJA3) anunciou oferta de ações e a Oi (OIBR3) que aprovou um novo plano de recuperação judicial.

Hoje, a Petrobras (PETR4) fechou sessão com as ações preferenciais em alta de 2,26%, cotadas a R$ 40,73. Movimento mais forte ocorreu com as ações ordinárias da Petrobras (PETR3) que tiveram alta de 4,07%, a R$ 42,72. Investidores estão na expectativa da reunião do Conselho de Administração, que pode decidir pela distribuição dos dividendos retidos. Segundo o jornalista Valdo Cruz, da GloboNews e do portal G1, o Conselho teria decidido pelo pagamento de 50% dos proventos extraordinários.

A Vale (VALE3) subiu 1,64%, cotada a R$ 63,36. A alta do Ibovespa poderia ser ainda maior, não fosse o desempenho dos bancos: Banco do Brasil (BBAS3) caiu 0,79%, Itaú (ITUB4) cedeu 0,57% e Bradesco (BBDC4) recuou 0,94%. Só o Santander fechou no positivo: +2,75%.

A maior alta do Ibov foi da Petz (PETZ3), +37,71% a R$ 4,82. CVC (CVCB3), +7,87% a R$ 1,92  e Rede D’Or (RDOR3),+5,43% a R$ 24,47, completam o top-3.

Na ponta negativa do Índice Bovespa, Vibra (VBBR3) lidera as perdas com -2,94% a R$ 23,47, seguida por Embraer (EMBR3), -2,48% a R$ 31,03 e CCR (CCRO3),-1,71% a R$12,61.

Com Ibovespa em alta, Bolsas de NY fecham mistas

As Bolsas de Valores dos Estados Unidos fecharam sem sinal definido

  • S&P 500: -0,88%, aos 4.967,23 pontos;
  • Dow Jones: +0,56%, aos 37.986,40 pontos;
  • Nasdaq: -2,05%, aos 15.282,01 pontos.

As bolsas asiáticas registraram baixas nesta sexta-feira (19). O ataque de Israel ao Irã reforçou a cautela com o quadro geopolítico, mas houve tempo para redução das perdas, diante da avaliação de que o episódio, ao menos por enquanto, parecia limitado.

Na Oceania, o índice S&P/ASX 200 caiu 0,98% na Bolsa de Sydney, a 7.567,30 pontos. O mercado australiano teve a pior semana desde setembro, com recuo semanal de 2,8%, em quadro de menor expectativa por cortes de juros e crescentes temores ante o conflito no Oriente Médio. Houve ainda redução nas perdas no dia, mas todos os 11 setores terminaram com baixa, com os setor financeiro exibindo perda de pouco mais de 1%.

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Hoje, o dólar à vista fecha em baixa de 0,97%, a R$ 5,1994, após oscilar entre R$ 5,1856 e R$ 5,2779. Na semana, moeda subiu 1,53%.

Maiores altas e quedas do Ibovespa hoje

O que movimentou o Ibovespa hoje?

Depois de seis dias seguidos de queda e um na estabilidade, na esteira de dados fortes da economia americana e da mudança do esforço em zerar o déficit pelo governo federal e a escalada do conflito entre Israel e Irã, nesta sexta-feira o Ibovespa sobe. 

“O índice brasileiro respira em cima de uma região que serve de grande suporte para nosso mercado, a dos 125 mil pontos. Dificilmente o mercado passa de vez por regiões de memória de preço que foram importantes em algum momento do passado”, diz  Anderson Silva, head de renda variável e sócio da GT Capital. 

Hoje, dentro dos ativos que estão entre as maiores altas, vemos PETZ3, que anunciou a assinatura de um memorando para uma possível fusão com a Cobasi. “Esse fato novo é a única justificativa para a alta expressiva do dia, tendo em vista que a empresa não vinha apresentando bons resultados e mantinha movimento baixista desde seu IPO”, explica Silva. 

Além disso, CVCB3 e RDOR3 se beneficiaram por um alívio das curvas de juros futuros no dia de hoje.

Na parte de baixo do IBOV PRIO3, EMBR3 e TRPL4 caem sem nenhum fato específico para o movimento intradiário se não a realização de lucros, pois todas elas trabalham em região de máxima. 

“Com a escalada do conflito entre Israel e Irã, quem está com bom lucro nas posições pode querer realizar parte desses lucros. É o que possivelmente vemos nessas três empresas nesta sexta-feira”, comenta Silva. 

Na visão do analista, a alta da semana no dólar segue refletindo a expressiva saída de capital estrangeiro do Brasil, dadas as grandes incertezas sobre a nossa economia doméstica.

No entanto, a justificativa não fica restrita a questões internas, mas também externas. “Vemos um movimento geral de valorização do dólar frente às moedas dos países emergentes, também influenciada pelas possibilidade de manutenção por mais tempo da alta taxa de juros nos EUA. No meu ponto de vista, o dólar encontrou uma nova região de preço para as próximas semanas que é entre R$5,00 e 5,20”, conclui o analista.

Saída de capital estrangeiro do Brasil

“Hoje a agenda de dados esteve mais vazia, sem nenhuma divulgação relevante, no Brasil como também no exterior – o que diminui o potencial para ‘más notícias’. A gente vem de uma sequência ruim, com um fluxo de notícias bem negativo quanto aos juros, aqui e fora, além da retomada da tensão no Oriente Médio desde o fim da semana passada”, aponta Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research.

Dessa forma, nesta sexta-feira, a relativa descompressão também no câmbio – com o dólar em baixa de 0,97%, ainda perto de R$ 5,20 – e na curva de juros, no exterior e no Brasil, contribuiu para o avanço tanto de ações correlacionadas à economia doméstica como também dos papéis expostos a demanda e preços formados fora do País, como os de commodities. Assim, o índice de consumo fechou em alta de 1,03% e o de materiais básicos, com exposição ao exterior, de 1,73% na sessão.

“A alta do dólar de 1,53% frente ao real na semana, e de 3,67% no mês continua a refletir a expressiva saída de capital estrangeiro do Brasil. Apesar das incertezas sobre a economia doméstica, a justificativa também decorre de fatores externos: há um movimento geral de valorização do dólar frente às moedas dos países emergentes, influenciado pela possibilidade de manutenção, por mais tempo, da alta taxa de juros nos Estados Unidos”, observa Anderson Silva, head de renda variável e sócio da GT Capital, acrescentando que a moeda americana tende a permanecer, nas próximas semanas, na região de R$ 5 a R$ 5,20.

No curto prazo, o revide contido de Israel ao Irã nesta madrugada foi lido, pelo mercado, como um fator de relativa distensão para o cenário da região, sempre acompanhado de perto pelos efeitos sobre o petróleo. Assim, a princípio, o Brent chegou a subir 4% aos sinais iniciais de novo enfrentamento, mas quando se conheceu a extensão da resposta – ainda não reconhecida ou negada por Israel, e sem danos efetivos ao Irã – os preços da commodity voltaram a se acomodar, com o barril do Brent pouco acima de US$ 87 na tarde desta sexta-feira.

Por outro lado, declarações de autoridades regionais do Federal Reserve, como Raphael Bostic (Atlanta) e Neel Kashkari (Minneapolis), acenderam a luz amarela para o mercado na segunda metade da semana – de que um ou dois cortes de juros que vinham sendo estimados para o BC americano no segundo semestre podem, ao fim, não se materializar, a depender das condições até lá, deixando assim para 2025 o início do processo de redução da taxa de referência global. Hoje, os rendimentos dos Treasuries de 10 anos – ou seja, o retorno dado por um ativo considerado livre de risco – cederam um pouco, embora ainda na casa de 4,6%.

Nesta sexta-feira, a primeira vice-diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath, disse que um terço dos fluxos globais está indo para os Estados Unidos. No período pré-pandemia, essa fatia era bem menor, de 18%, segundo ela. “Se você olhar para o período pós-pandemia, um dos destinos mais populares para o dinheiro são os EUA”, disse Gopinath, durante as reuniões de Primavera do FMI e do Banco Mundial, em Washington DC.

Nesse ambiente doméstico e externo mais desafiador, as expectativas para o desempenho das ações no curtíssimo prazo estão simetricamente divididas no Termômetro Broadcast Bolsa desta semana. Entre os participantes, 50% esperam alta e outros 50%, estabilidade, para o índice na semana que vem, sem respostas indicando queda. No Termômetro anterior, 50% previam ganhos para a Bolsa nesta semana; 33,33%, variação neutra; e 16,67%, baixa.

Último fechamento do Ibovespa

O Ibovespa encerrou a sessão de ontem (18) praticamente estável, com alta de 0,02%, aos 124.196,18 pontos.

Com Estadão Conteúdo

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Vinícius Alves

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