Ibovespa sobe 1,14%, aos 102,5 mil pontos, com reação positiva ao Fed e Petrobras (PETR4)

Ibovespa hoje fecha a quinta-feira (28) em alta de 1,14% aos 102.596,66 pontos, após oscilar entre 101.044,69 e 102.685,67 pontos.

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Ainda pela manhã, o Ibovespa recuperou pontualmente a linha dos 102 mil pontos, firmada ao longo da tarde com a acentuação de ganhos em Nova York e por dados domésticos, como o superávit primário de R$ 14,433 bilhões para o governo central em junho – melhor leitura para o mês em 11 anos em valores corrigidos pela inflação, e, em termos nominais, a maior da série histórica para junho.

Outro desdobramento positivo foi o Caged, com a criação de 277.944 vagas de trabalho formal em junho, avançando em relação à leitura de maio (274.582) e também acima das expectativas do mercado para o mês.

Faltando apenas a sessão de amanhã para o encerramento do mês, o Ibovespa acumula ganho de 4,11% em julho, limitando a perda do ano a 2,12%. Na semana, o ganho está agora em 3,71%. O giro de hoje foi um pouco mais alto, a R$ 21,8 bilhões.

PIB dos Estados Unidos

O índice emendou o segundo dia de ganho, energizado pelo apetite por risco em Nova York, deflagrado pelos sinais sobre juros emitidos ontem pelo Federal Reserve. A indicação de que o ritmo de elevação da taxa de referência pode ser suavizado já na próxima reunião do Fed, em setembro, ganhou força nesta quinta, com a primeira leitura sobre o PIB do segundo trimestre nos Estados Unidos, em contração anualizada de 0,9%, vindo já de recuo nos primeiros três meses do ano.

A possibilidade de recessão em enraizamento na maior economia do mundo contribui para corroborar a visão de que o Fed tende a segurar um pouco mais a mão, adiante.

“Tinha uma expectativa grande para o PIB dos Estados Unidos, após a possibilidade indicada ontem pelo presidente do Fed Jerome Powell de desaceleração do ritmo de alta dos juros. A interpretação que os investidores fizeram ontem foi a de que Powell indicou ser possível desacelerar o ritmo de alta dos juros a partir de setembro, e que talvez seja possível desacelerar a inflação ao consumidor sem promover um solavanco na economia com uma elevação de juros muito agressiva”, diz Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos.

Ela acrescenta que bem recentemente, até algumas semanas atrás, os investidores vinham precificando a taxa de referência do Fed a 4% no fim do ano, e agora se estima o nível de juros no fim de ciclo entre 3,25% e 3,50% – ontem, foi elevada para a faixa de 2,25% a 2,50%.

“Em setembro, o ritmo de elevação deve ser reduzido (de 0,75) para 0,50 ponto porcentual”, diz a economista. “A primeira confirmação de que o Fed tende a seguir por esse caminho foi o dado do PIB de hoje, que mostrou quadro de recessão técnica, com duas retrações consecutivas. E o segundo trimestre trouxe desaceleração no consumo das famílias, além de forte desaceleração no ritmo de importação. Há sinais de perda de fôlego da economia americana.”

“Com perspectiva de um ajuste monetário mais brando adiante nos Estados Unidos, os mercados globais reagiram positivamente, com bolsas subindo, juros de longo prazo caindo, e dólar perdendo um pouco de força frente a outras moedas”, aponta Rachel de Sá, chefe de economia da Rico Investimentos, ressalvando que “o bom humor não deve se sustentar por muito tempo”, em referência à persistência de outras incertezas, tanto domésticas como externas.

Hoje, além dos desdobramentos positivos em torno do Fed, a Petrobras anunciou queda de R$ 0,15 no preço do litro da gasolina nas refinarias a partir de amanhã, 29, o que contribui para aguardada acomodação do IPCA prevista para os próximos meses, desde que se iniciou a desoneração dos combustíveis.

O novo preço da estatal será de R$ 3,71 por litro, 3,88% abaixo dos R$ 3,86 que vigorava desde a última redução, há nove dias. Antes da queda, o preço estava 2% acima dos preços internacionais, segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).

Bolsas de Nova York

Os mercados acionários de Nova York fecharam com ganhos. O quadro foi de volatilidade, em dia de publicação de Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no primeiro trimestre, com recuo de 0,9%. Apesar do sinal negativo da atividade no país, pesou mais hoje a avaliação de que isso fará o Federal Reserve elevar menos os juros, enquanto o governo americano continuou a demonstrar otimismo sobre o quadro na atividade. Além disso, investidores monitoraram balanços de empresas importantes.

  • Dow Jones: +1,03%, aos 32.529,63 pontos;
  • S&P 500: +1,21%, aos 4.072,43 pontos;
  • Nasdaq: +1,08%, aos 12.162,59 pontos.

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dólar à vista fechou em baixa de 1,67%, a R$ 5,1633, após oscilar entre R$ 5,1603 e R$ 5,2739.

Os contratos futuros de petróleo oscilaram no dia e terminaram sem sinal único. Em dia de publicação do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no segundo trimestre, com contração de 0,9%, houve temores de riscos à demanda, com expectativa de perda de fôlego na atividade global, mas a fraqueza da atividade também pode significar menos altas de juros no país.

O petróleo WTI para setembro fechou em baixa de 0,86% (-US$ 0,84), em US$ 96,42 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para outubro subiu 0,16% (US$ 0,16), a US$ 101,83 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Os contratos futuros de ouro fecharam em alta nesta quinta, após o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre apontar para recessão técnica nos Estados Unidos. O dado reforçou expectativas por redução no ritmo de aperto monetário do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que ontem subiu juros em 75 pontos-base.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro para dezembro, agora o mais líquido, encerrou a sessão com ganho de 1,82%, a US$ 1.769,20 a onça-troy.

No Ibovespa hoje, com anúncio de dividendos bilionários, a ação da Petrobras (PETR3, PETR4) foi impulsionada nesta quinta, fechando com +2,12% e +3,00% nesta ordem.

Vale (VALE3), assim com a outra principal blue chip do índice, divulga seus resultados daqui a pouco. A ação da Vale fechou em leve alta de 0,24%.

O papel mais valorizado da sessão foi Qualicorp (QUAL3), ganhando 7,65%. Em seguida no ranking, Natura (NTCO3) ganhou 6,00% e Petz (PETZ3) subiu 4,75%.

Os grandes bancos fecharam em alta, com Santander (SANB11) liderando dentro do setor, com +2,51%. Banco do Brasil (BBAS3) subiu 1,86%, Bradesco (BBDC3, BBDC4) teve elevação de 0,42% e 0,75%, respectivamente, e Itaú (ITUB4) ganhou 0,64%.

Ativos de frigoríficos figuraram na lista de maiores perdas do Ibovespa, em movimento de realização. Liderando as quedas, Marfrig (MRFG3) recuou 4,76%, JBS (JBSS3) cedeu 3,32% e Minerva (BEEF3) teve queda de 2,50%.

Outro destaque do campo negativo foi Gol (GOLL4), que perdeu 4,65%, refletindo resultados do 2T22.

Maiores altas do Ibovespa:

Maiores baixas do Ibovespa:

Outras notícias que movimentaram o Ibovespa

  • Petrobras (PETR4) anuncia redução de 3,9% no preço da gasolina a partir de sexta (29)
  • Via (VIIA3): Empresa deve iniciar negociação de dívida de R$ 1,5 bilhão

Petrobras (PETR4) anuncia redução de 3,9% no preço da gasolina a partir de sexta (29)

Petrobras (PETR4) anunciou nesta quinta-feira (28) uma nova redução no valor da gasolina, de 3,88%. Essa é a segunda queda de preços na gestão Caio Paes de Andrade, desde que ele assumiu como presidente da estatal em junho.

A partir da sexta-feira (29), o preço da gasolina nas refinarias da Petrobras será, em média, R$ 3,71 por litro, queda de R$ 0,15 por litro.

A redução anterior, feita no dia 19 de julho, trouxe uma queda no preço do combustível de 4,9%.

De acordo com a nota divulgada ao mercado pela Petrobras, a estimativa é de que o repasse do novo corte às bombas seja de R$ 0,11 por litro, uma vez que o produto final recebe 73% de gasolina e 23% de etanol.

Assim como o último corte, não há informação ou mudanças a respeito do preço do diesel.

“Essa redução acompanha a evolução dos preços de referência, que se estabilizaram em patamar inferior para a gasolina”, disse a empresa, em comunicado.

“E é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”, completou.

Até agora, sob a gestão de Paes de Andrade, o valor da gasolina nas refinarias já acumula uma queda de 8,6%.

O objetivo do novo presidente da Petrobras era evitar aumentos nos valores de combustíveis durante o período eleitoral, o que foi facilitado devido a uma queda no petróleo, que vem com temores de recessão global.

Os dados da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis) estimavam, no início da abertura do mercado internacional desta quinta-feira, que o preço médio da gasolina nas refinarias brasileiras estava R$ 0,07 por litro acima das cotações.

Outro ponto a ser destacado sobre o preço da gasolina é a redução do ICMS, anunciado no fim de junho.

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Via (VIIA3): Empresa deve iniciar negociação de dívida de R$ 1,5 bilhão

Via (VIIA3) deve iniciar processo de negociação de dívidas de R$ 1,5 bilhão com vencimento em 2023, segundo reportou o Broadcast nesta quarta-feira (27).

A varejista já havia conseguido equalizar uma dívida de R$ 875 milhões vencidas no final do 2T22, que correspondiam a diversas debêntures.

Para começar a negociar a dívida bilionária que vence no próximo ano, a companhia decidiu emitir Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) no valor de R$ 400 milhões, cujos recursos serão utilizados para o alongamento de saldo do mesmo montante de debêntures.

De acordo com o Broadcast, o total de recursos levantados com a emissão dos CRI não foi satisfatório para a Via, que buscava arrecadar ao menos R$ 500 milhões — contudo, a demanda de mercado foi fraca e não atingiu as expectativas.

Cerca de R$ 134 milhões correspondentes ao montante total levantado foram distribuídos a investidores e os bancos coordenadores da operação. O restante foi para o BTG Pactual e UBS-BB.

Nos últimos meses, a Via tem enfrentado dificuldades no mercado, vendo seus papéis cair, no acumulado de 12 meses, cerca de 88%, em meio a um cenário de inflação e juros altos que prejudicam as vendas do varejo.

O fato de carregar uma dívida maior que seus concorrentes é também um fator que pesa na queda dos papéis da companhia, cujos investidores estão agora mais atentos que nunca tanto às negociações para o alongamento da dívida de 2023, como também de 2024, que somam outros R$ 1,2 bilhão.

A maior preocupação, segundo o Broadcast, era de que uma elevação nos prêmios pagos pela companhia em novos financiamentos elevasse muito o custo do passivo da Via em tempos de juros altos.

Duas semanas atrás, a Via foi criticada duramente por aumentar em 64% a remuneração dos diretores da companhia em relação ao que foi pago em 2021. Em documento anexo à Ata da Assembleia Geral Extraordinária (AGE)Michael Klein, acionista do grupo e filho do fundador da Casas Bahia, afirmou que a companhia, com a remuneração que totaliza R$ 105 milhões, “distribui os montantes entre seus membros e diretores a seu bel-prazer e segundo os seus próprios critérios, em inobservância do disposto no artigo 152 da Lei das S.A”.

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Desempenho dos principais índices

Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:

  • Ibovespa hoje: +1,14%
  • IFIX hoje: +0,25%
  • IBRX hoje: +1,12%
  • SMLL hoje: +1,57%
  • IDIV hoje: +0,71%

Cotação do Ibovespa nesta quarta (27)

Ibovespa fechou o pregão da última quarta-feira (27) com alta de 1,67% aos 101.437,96 pontos.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Victória Anhesini

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