Evergrande alega “pressão” e pode dar calote de US$ 300 bilhões na China

Novamente, a Evergrande, a segunda maior incorporadora imobiliária da China, veio a público nesta terça-feira (14) afirmar que há uma possibilidade de calote, já que a companhia pode não conseguir honrar suas dívidas. Atualmente, a companhia possui um compromisso que passa dos US$ 300 bilhões.

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Com um montante tão grande a ser pago, analistas já alertam para a possibilidade de um colapso no sistema financeiro chinês, o que eventualmente também geraria problemas nos mercados e nas economias internacionais. A Evergrande também tomou empréstimos em outros países.

A companhia alega estar sob “tremenda pressão” e estende o risco de calote para os próximos meses, o que derruba as ações da Evergrande, fundada em Guangzhou, na China, mas listada na bolsa de Hong Kong.

No mercado, a Evergrande caía 5,3% no pregão de terça (14), movimento que deve ser sucedido por novas quedas quando o mercado abrir novamente na Ásia.

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O comunicado da companhia foi enviado à bolsa, quando a incorporadora também reportou que suas vendas mensais caíram quase 50% entre os entre os meses de junho e agosto, passando de passando de ¥ 71,6 bilhões (US$ 11 bilhões) para ¥ 38,1 bilhões (US$ 5,9 bilhões).

No documento, a Evergrande culpou “reportagens negativas” da imprensa pelo desempenho ruim no período – em que concorrentes do ramo imobiliário tiveram o resultado oposto, de alta nas vendas.

Além disso, cita que contratou uma equipe para “avaliar a estrutura de capital do grupo e explorar todas as soluções viáveis para aliviar o problema de liquidez atual”.

Na China, companhia sofre com protestos

Com o cenário caótico e a possibilidade de um calote bilionário, a sede da empresa está sendo alvo de protestos movidos por investidores e por proprietários de imóveis.

A mídia estatal da China noticiou que no domingo (12) manifestantes se encontraram com executivos da empresa após a decisão do governo de suspender pagamentos de seus produtos de gestão de fortunas.

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Nas redes sociais, alguns proprietários de imóveis já demonstraram preocupação com a possibilidade de as construções de casas e apartamentos não terminarem devido à atual situação financeira da empresa.

Com a possibilidade de falência cada vez maior, a companhia já amarga perdas enormes há mais de um ano.

Evergrande perdeu 89% do seu valor

A queda recente, de mais de 5%, soma-se às diversas baixas que a companhia sofreu na Bolsa de Hong Kong nos últimos meses, com a tensão sobre a sua dívida aumentando cada vez mais.

A Evergrande tem seu capital aberto desde 2009, e vê a sua maior derrocada desde julho do ano passado. Nesse acumulado, o preço das ações já caiu 89,11%, sendo uma queda de 80% vindo somente deste ano de 2021, com aumento da possibilidade de calote.

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Eduardo Vargas

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